Enquanto muitas das cidades magníficas da Europa permanecem eclipsadas por suas contrapartes mais conhecidas, é um tesouro de cidades encantadas. Do apelo artístico…
Situada em meio às suaves curvas do sopé do Médio Atlas, Fez se desdobra como um manuscrito vivo da memória marroquina. Seus dois bairros antigos — Fez el-Bali e Fez Jdid — se alinham ao longo da faixa do rio Fez, onde estreitos cursos d'água transportavam grãos e argila das colinas para o coração da cidade. Surgindo sob o domínio idríssida no final do século VIII, Fez começou como assentamentos gêmeos em cada margem do rio. Cresceram lado a lado em rivalidade, moldados por ondas de recém-chegados de Ifriqiya e al-Andalus, cada um trazendo seus próprios costumes, línguas e artesanato.
No início do século XI, o sultão almorávida Yusuf ibn Tashfin pôs de lado a rivalidade e uniu as duas metades, formando o que resta da densa medina atual, Fez el-Bali. Sob esses governantes piedosos, a cidade adquiriu a reputação de centro de aprendizado: mesquitas e escolas corânicas erguiam-se em cada esquina, e comerciantes carregados de sedas e especiarias moldavam sua vida mercantil. Quando os merínidas tomaram o poder no século XIII, Fez recuperou o manto de capital, e os monumentos mais célebres da cidade tomaram forma. As madrassas encomendadas por Abu Inan e seus predecessores — Al-Attarine, Bou Inania, Cherratine — encerram pátios sombreados e galerias de cedro esculpido. Paredes de azulejos zellij brilham em padrões cuja geometria parece pulsar com um significado mais profundo.
Além desses colégios de clausura, os merínidas ergueram as muralhas de Fes Jdid — "Nova Fez" — onde o Palácio Real ainda se ergue, atrás de enormes portões polidos até um verde-brilhante. No lado sul deste distrito, a mellah tomou forma: o bairro judeu murado, com suas sinagogas e vielas estreitas, refletindo a longa presença da comunidade judaica de Fez. Embora hoje restem tão poucas, as sinagogas de Al-Fassiyin e Ibn Danan remetem a uma época em que o árabe, o berbere e o hebraico se misturavam na fala cotidiana.
A cidade moderna se estende muito além das antigas muralhas. A Ville Nouvelle, uma malha de largas avenidas e edifícios Art Déco dispostos sob o protetorado francês, estende-se para oeste, até a planície de Saïss. Aqui, cafés margeiam a Avenida Hassan II; jardins oferecem sombra aos pedestres; e as fachadas discretas dos correios e tribunais da era colonial permanecem como marcos de um capítulo diferente na história de Fez.
As mudanças climáticas moldam a vida em Fez há muito tempo. Os invernos trazem chuvas frescas – às vezes até geadas – enquanto os verões pressionam o calor seco contra as paredes de pedra. As temperaturas oscilam entre dias amenos de inverno, em torno de 15 °C, e picos em meados do verão, próximos a 35 °C. Em raras ocasiões, a cidade testemunhou neve ou registrou mínimas abaixo de zero. Ao longo dos séculos, os canais ramificados do rio sustentaram jardins e hammams, com suas cúpulas e abóbadas erguendo-se dos telhados.
Hoje, mais de 1,25 milhão de moradores chamam Fez de lar, falando um dialeto local do árabe marroquino — conhecido como Fessi — que outrora ostentava o prestígio da corte e da mesquita. Em paralelo, o árabe padrão moderno e o tamazight reivindicam status oficial, enquanto o francês, legado do domínio colonial, continua sendo a língua do direito e do ensino superior. Nas vielas da medina, os chamados dos feirantes ecoam ao lado do ritmado corte do couro: o Curtume Chouara ainda processa peles em cubas de tintura, como fazia há quase mil anos.
O artesanato e o comércio continuam a definir a economia da cidade. Artesãos moldam bandejas de latão, tecem tapetes e encadernam manuscritos, muitas vezes em oficinas que funcionam há gerações. Mais distantes, as planícies de Saïss produzem cereais, azeitonas e uvas; os mercados da cidade moderna pulsam com produtos trazidos das terras agrícolas vizinhas. O turismo também sustenta muitos meios de subsistência, enquanto os viajantes buscam os marcos do patrimônio mundial da medina: a Universidade Qarawiyyin, fundada em 857 e considerada a mais antiga instituição de ensino superior em funcionamento contínuo; os terraços em cascata dos hammams de Saffarin e Mokhfiya; os portões centenários de Bab Mahrouk, Bab Guissa e Bab Ftouh.
No ritmo da vida religiosa, os grandes zawiyas (santuários) da cidade ainda atraem peregrinos. Todo outono, guildas se juntam à procissão para o Moussem de Moulay Idris II, carregando uma keswa ricamente bordada para cobrir o túmulo do fundador. Festivais acontecem ao longo do ano, desde o Festival de Música Sacra Mundial no final da primavera – quando palcos de concertos são erguidos ao lado de muralhas medievais – até encontros de rituais sufis e o Festival da Cultura Amazigh em pleno verão. Nos últimos anos, corredores também deixaram sua marca, percorrendo antigas vielas e praças no Festival de Corrida de Fez.
No entanto, por trás dessas tradições orgulhosas, Fez luta com as exigências da vida moderna. O desemprego e o desenvolvimento desigual testam a capacidade da cidade de sustentar seu núcleo histórico. Muitos riads foram restaurados como casas de hóspedes, com seus pátios revitalizados por fontes e laranjeiras, enquanto outras casas aguardam verbas para conservar marcenaria e molduras de gesso centenárias. O desafio está em conciliar o patrimônio com as oportunidades — para que as mesmas famílias que outrora trabalhavam em curtumes ou em madrassas possam encontrar novo emprego na preservação e na hospitalidade.
Fez perdura porque suas ruas carregam mais do que apenas o tráfego de pedestres: elas carregam o peso da memória. Um visitante que vira uma esquina em um beco estreito pode vislumbrar um portal esculpido que se abre para um jardim. Em outros lugares, o chamado à oração se eleva acima dos telhados salpicados de pombos, oferecendo um momento de silêncio em meio ao zumbido implacável da cidade. Aqui, nas vielas sinuosas de Fez el-Bali ou sob as árvores das avenidas da Ville Nouvelle, encontra-se uma cidade que sempre esteve em movimento — mas que permanece enraizada na vida daqueles que a construíram, pedra por pedra.
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Bab Bou Jeloud, o "Portão Azul" de Fez, fica na entrada da medina medieval. Ele se abre para um mundo preservado de séculos passados, onde a cidade antiga (Fes el-Bali) se estende em um labirinto de ruelas estreitas e mercados vibrantes. Atrás deste portão encontra-se a maior cidade medieval do mundo, praticamente sem carros e repleta de monumentos das dinastias Idrisida, Merínida e Saadiana. Os visitantes que a atravessam sentem um espírito autêntico, enquanto fontes de mosaico e artesãos em plena atividade criam uma atmosfera atemporal. A cidade antiga de Fez é Patrimônio Mundial da UNESCO, reconhecida por seu traçado e arquitetura medieval notavelmente completos.
Para além do seu núcleo histórico, Fez tem hoje mais de um milhão de habitantes, que sustentam a energia quotidiana da cidade. Ao contrário das cidades mais ostentosas como Casablanca ou Marraquexe, Fez conserva um ambiente mais tranquilo e contemplativo em muitos bairros. O chamado à oração da Mesquita Qarawiyyin marca o ritmo da vida, e o aroma a couro e chá de menta paira pelas ruelas estreitas. A alma da cidade é também intelectual: a Universidade Al-Qarawiyyin, fundada em 859 e reconstruída ao longo dos séculos, é frequentemente citada como a universidade em funcionamento contínuo mais antiga do mundo. Os viajantes muitas vezes descobrem que Fez não é apenas uma vitrine turística, mas sim um museu vivo da cultura marroquina.
Fez, a terceira maior cidade de Marrocos, abriga cerca de 1,3 milhão de habitantes. Ela é dividida em três bairros distintos: a antiga medina (Fes el-Bali), o bairro palaciano adjacente (Fes el-Jdid) e a Ville Nouvelle, do século XX. Nas ruas de Fez, é comum ouvir árabe marroquino (darija), bem como amazigh (berbere); francês e inglês são amplamente utilizados em hotéis, lojas e entre os marroquinos mais jovens. A moeda é o dirham marroquino (MAD), e os visitantes geralmente consideram Fez acessível para os padrões ocidentais. O clima é continental: os verões são quentes e secos, os invernos são frescos e às vezes chuvosos. Em essência, o caráter de Fez é profundamente tradicional, tornando-a ideal para quem busca cultura e história.
“Fez” e “Fes” são duas grafias para a mesma cidade. Oficialmente, a cidade é frequentemente escrita como Fès (com acento) nas placas marroquinas, refletindo a transliteração do francês. Os viajantes de língua inglesa geralmente usam “Fez”. Independentemente da grafia, refere-se à antiga capital imperial de Marrocos. Não se confunda com o nome inglês “Fes” em alguns guias de viagem – é o mesmo lugar (o nome deriva do árabe). Al-Fas, que significa “funcho” ou, segundo alguns relatos, “escondido”).
Os viajantes podem pensar em Fez como essencialmente dividida em três partes. O bairro mais antigo, Fès el-Bali (Fez Velha), é a vasta medina medieval onde os carros são geralmente proibidos. É uma densa rede de mercados, madrassas e mesquitas, incluindo a histórica Mesquita/Universidade Al-Qarawiyyin e a famosa fábrica de curtumes Chouara. Próximo dali fica Fès el-Jedid (“Fez Nova”), um bairro da era Merínida fundado no século XIV; esta área abriga o complexo do palácio real (Dar el-Makhzen), o antigo bairro judeu murado (agora um bairro charmoso) e praças como a Place Lalla Yeddouna. A leste dessas partes antigas fica a Ville Nouvelle (Cidade Nova), construída durante o protetorado francês, com amplos bulevares, lojas modernas e hotéis. Muitos visitantes preferem se hospedar em riads em el-Bali ou el-Jedid para apreciar a atmosfera, enquanto a Ville Nouvelle oferece hotéis maiores e estacionamento.
Em 1981, a UNESCO inscreveu a medina histórica de Fez como Patrimônio Mundial. Essa designação abrange o núcleo da cidade antiga (principalmente Fès el-Bali e partes de Fès el-Jedid) com suas mesquitas, madraças, lojas e antigas mansões, reconhecendo-a como uma das áreas urbanas medievais mais completas e preservadas do mundo. O status da UNESCO significa que regras rigorosas agora protegem a arquitetura tradicional: a maioria das ruas da medina permanece estreita e com construções baixas, e qualquer reforma deve utilizar materiais locais (calçamento de pedra, cedro, gesso natural). Para os visitantes, isso significa que o centro de Fez ainda transmite uma sensação notavelmente autêntica. Passear pelos souks e vielas é como entrar em um museu vivo do patrimônio marroquino.
A primavera (de março a maio) é uma das épocas mais agradáveis para visitar Fez. As temperaturas diurnas geralmente variam entre 15 e 25 °C, amenas, mas não sufocantes. As laranjeiras e figueiras da cidade florescem, e os souks ficam animados, mas não lotados. No final da primavera, Fez pode ficar movimentada com a chegada de turistas que buscam o clima ameno e os eventos locais (por exemplo, o Festival de Música Sacra de Fez costuma acontecer no final de maio ou início de junho).
O verão em Fez é muito quente. As temperaturas diurnas costumam ultrapassar os 35°C e podem chegar perto dos 40°C durante as ondas de calor. Os habitantes locais costumam fazer uma pausa no final da manhã (muitos voltam aos seus riads para descansar), por isso é mais agradável visitar muitos pontos turísticos no início da manhã ou no final da tarde. As noites trazem um pouco de alívio, com temperaturas a baixar para cerca de 25°C. Se viajar no verão, reserve alojamento com ar condicionado, se possível, e mantenha-se hidratado; um leque portátil pode ser muito útil nas ruas mais movimentadas do souk. Note também que o Festival Mundial de Música Sacra costuma acontecer no início do verão; este evento atrai multidões e enche os riads.
O outono (de setembro a novembro) reflete a amenidade da primavera. Os dias do início do outono são quentes – em torno de 25–30 °C em setembro – e depois esfriam gradualmente para cerca de 15 °C em novembro. A época da colheita traz figos frescos, azeitonas e outros produtos aos mercados. Fez tende a ficar mais tranquila após a agitação do verão, então outubro costuma ser considerado um mês ideal para visitá-la. (No entanto, observe que 6 de outubro é feriado nacional – a ascensão do Rei – quando alguns locais podem fechar ou multidões podem se reunir para as comemorações.)
O inverno (de dezembro a fevereiro) é mais fresco e úmido. As temperaturas máximas diurnas rondam os 15°C (cerca de 60°F), com noites frias que podem chegar perto de zero grau (especialmente em janeiro e fevereiro). Embora Fez raramente neve, os picos do Atlas próximos costumam nevar, então excursões para ver neve nas montanhas são possíveis. As chuvas de inverno são curtas, por isso é aconselhável levar uma jaqueta impermeável. O número de turistas diminui no inverno (exceto em semanas de feriados como o Natal), o que significa tarifas de hotel mais baixas e atrações menos lotadas. Muitos riads e hotéis oferecem aquecimento (lareiras ou aquecedores elétricos), mas é bom verificar, pois alguns riads mais antigos oferecem apenas aquecedores portáteis.
Fez é conhecida como uma das cidades espirituais de Marrocos, por isso o Ramadã é observado rigorosamente. Durante o Ramadã (que segue o calendário lunar islâmico; por exemplo, em 2025, corresponde aproximadamente a 1 de março a 30 de abril), muitos restaurantes e cafés fecham ou reduzem significativamente o horário de funcionamento, e a vida se concentra na noite. Visitantes não muçulmanos não devem comer, beber ou fumar em público durante o período de jejum – ter uma salada ou uma garrafa de água à vista de todos pode ser considerado falta de educação. Como ponto positivo, o anoitecer traz banquetes comunitários (Iftar), quando os moradores quebram o jejum com sopa, pão e doces. Os visitantes podem jantar em hotéis ou em alguns cafés (que permanecem abertos) ou até mesmo receber um convite para um Iftar, caso façam amizade com um morador local. Ainda é possível fazer passeios turísticos durante o Ramadã: os principais pontos turísticos permanecem abertos (embora geralmente fechem ao meio-dia), e a própria experiência do Ramadã (dias tranquilos, noites festivas) pode ser enriquecedora.
Voando para Fez: O aeroporto da cidade (FES, também chamado de Fez-Saïss) fica a cerca de 15 km ao sul da medina. A Royal Air Maroc oferece voos diários para Casablanca (com conexões domésticas subsequentes), e diversas companhias aéreas europeias de baixo custo (EasyJet, Ryanair, Wizz Air, Vueling, etc.) também operam voos para lá. Companhias aéreas charter sazonais atendem Fez nos meses de alta temporada (especialmente no verão e durante festivais). Ao chegar, os viajantes podem pegar o ônibus azul da CTM até o centro da cidade (cerca de 50 MAD, aproximadamente US$ 5) ou um petit taxi por cerca de 250 a 300 MAD (os táxis acomodam até três passageiros). Os táxis ficam em fila do lado de fora da área de retirada de bagagens – sempre insista no taxímetro ou combine um preço fixo antes de partir. O trajeto até a medina geralmente leva de 30 a 40 minutos.
Trens para Fez: A estação Fez-Ville é uma parada importante na rede ferroviária ONCF do Marrocos. Em 2018, a linha de alta velocidade “Al Boraq” chegou a Fez, ligando-a a Tânger, Rabat e Casablanca. Por exemplo, um trem de primeira classe de Casablanca Voyageurs para Fez leva aproximadamente 3 horas e meia (a segunda classe leva um pouco mais de tempo e custa cerca de 15% menos). Outras linhas conectam Fez diretamente a Rabat e Marrakech (com baldeação em Casablanca), e um trem regional liga Fez a Meknes (30 minutos) e às ruínas romanas de Volubilis. As passagens podem ser compradas na estação ou online (embora o site da ONCF possa apresentar instabilidades). Os trens são limpos e climatizados, com assentos marcados; os bares a bordo vendem lanches e bebidas. Reservar com alguns dias de antecedência na alta temporada é aconselhável.
Viagem de ônibus: Diversas empresas de ônibus conectam Fez com o resto de Marrocos. A principal operadora é a CTM (www.ctm.ma), que oferece ônibus confortáveis com ar-condicionado partindo de Casablanca, Marrakech, Tânger, Chefchaouen e muitas outras cidades para Fez. A Supratours (operada pela Royal Air Maroc) cobre rotas semelhantes, frequentemente com horários que coincidem com os voos. O principal terminal rodoviário de Fez fica na Rua Batha (Ville Nouvelle), com outra estação próxima à Avenida Hassan II, perto da estação ferroviária. As tarifas variam de acordo com a distância (por exemplo, Casablanca–Fez ~120 MAD só ida, Marrakech–Fez ~180 MAD). Os ônibus geralmente operam durante todo o ano, embora as partidas noturnas possam ser raras. As passagens podem ser compradas na rodoviária ou online. Os ônibus costumam ser confiáveis e mais confortáveis do que os táxis coletivos para longas distâncias.
Chegar a Fez de carro: As autoestradas de Marrocos tornam Fez relativamente fácil de alcançar de carro. Uma moderna autoestrada com portagem (A2) liga Casablanca (200 km a sul) a Fez em cerca de 2,5 a 3 horas. Rabat (175 km a oeste) fica a aproximadamente 2 horas de distância pela autoestrada. De Tânger, são cerca de 300 km (cerca de 3 horas) pela rota A2/A3, enquanto Marraquexe fica mais longe (cerca de 500 km, 5 a 6 horas). As estradas estão geralmente em boas condições, mas tenha cuidado com as lombadas (trapetes) nas entradas das cidades. Estacionar dentro da medina (Fez el-Bali) é praticamente impossível; os visitantes devem estacionar em Ville Nouvelle ou perto de Bab Boujloud. Os hotéis em Ville Nouvelle costumam oferecer estacionamento gratuito. Para quem não tem carro, os grand taxis (sedãs amarelos partilhados ou privados) fazem rotas fixas a partir dos pontos de táxi em Casablanca e Rabat, ou podem ser contratados privadamente (6 passageiros dividem a tarifa) entre Fez e as cidades vizinhas.
O melhor lugar para se hospedar em Fez é a antiga medina (Fès el-Bali). Ali, as opções de hospedagem são riads e pousadas instaladas em casas históricas. Albergues e riads simples podem custar de US$ 20 a US$ 40 por noite, enquanto restaurações de luxo (geralmente de 4 ou 5 estrelas) podem ultrapassar os US$ 150 a US$ 200. Um riad normalmente possui um pátio interno com uma fonte, e os quartos se abrem para esse pátio. Muitos riads oferecem terraços na cobertura (com vista para a medina) e podem incluir comodidades como hammam ou serviço de café da manhã. A vantagem é o acesso imediato aos souks e monumentos; a desvantagem são os chamados de cabras ou música alta ao amanhecer, e os degraus de pedra que podem ser complicados com bagagem. No verão, o ar-condicionado é comum, mas no inverno nem todos os riads têm aquecimento completo além de aquecedores portáteis ou lareiras.
Ao norte de Fès el-Bali fica Fès el-Jedid (“Fez Nova”), um bairro da era Merínida construído em torno do palácio real do século XIV. As acomodações aqui também consistem principalmente em riads e pousadas, com preços semelhantes aos da antiga medina. O ambiente é um pouco mais tranquilo do que em el-Bali, e você estará perto da Ville Nouvelle para jantar ou usar o transporte público. Alguns riads em el-Jedid fazem fronteira com o antigo Mellah judaico, agora um labirinto atmosférico de ruelas estreitas e lojas de artesanato. Hospedar-se em el-Jedid ainda proporciona a sensação de estar na Fez histórica, mas com acesso mais fácil (uma curta caminhada ou táxi) às comodidades da Ville Nouvelle.
Para viajantes que preferem comodidades modernas, a Ville Nouvelle (“Cidade Nova”) de Fez é uma base conveniente. Planejada pelos franceses no início do século XX, esta área possui amplos bulevares, lojas e muitos hotéis. Você encontrará de tudo, desde redes internacionais até pousadas confortáveis de categoria média. Os quartos de hotel são espaçosos e geralmente incluem comodidades como piscinas, centros de negócios e banheiros no estilo ocidental. A Ville Nouvelle oferece amplo estacionamento e muitos restaurantes voltados para turistas. A desvantagem é que você estará fora da medina: espere pegar um táxi ou caminhar (15 a 20 minutos) para entrar em Fez el-Bali. Os táxis em Fez exigem o uso do taxímetro; sempre negocie uma tarifa justa ou confirme se o taxímetro está ligado.
A experiência mais memorável em Fez é passear pela sua antiga medina. Fès el-Bali é a maior área urbana sem carros do mundo, um labirinto de vielas repletas de souks e casas antigas. A cada esquina, você se depara com uma nova oficina ou fonte – pode sair de uma viela de um artesão de cobre e entrar em um curtume ou encontrar uma madraça do século XIV. É fácil se perder (e isso faz parte da experiência), mas os visitantes costumam usar mapas em seus smartphones (baixe-os com antecedência, pois o GPS pode falhar em vielas estreitas). Os principais pontos de entrada incluem Bab Bou Jeloud (o Portão Azul), Bab Semmarine (que leva ao interior dos souks de especiarias e metais) e Bab Ftouh, cada um com acesso aos principais mercados. Ao explorar, lembre-se de se vestir com modéstia e preste atenção às pedras irregulares do calçamento. Se a ideia de se orientar parecer assustadora, considere contratar um guia local licenciado por algumas horas; caso contrário, explorar por conta própria ainda lhe recompensará com fontes escondidas, barracas de flores e artesãos trabalhando.
Nenhuma visita a Fez está completa sem conhecer os antigos curtumes. No Curtume Chouara, dezenas de fossas rebaixadas são preenchidas com corantes vibrantes: água de cal branca, depois vermelho da papoula e azul do índigo. Os terraços elevados oferecem um panorama vertiginoso dos tanques e dos trabalhadores em plena atividade. O odor pungente faz parte da experiência; os moradores costumam oferecer folhas de hortelã para amenizar o cheiro. O acesso é oficialmente gratuito, mas os comerciantes na entrada podem esperar uma gorjeta ou incentivá-lo a visitar suas lojas de artigos de couro. Se não desejar comprar nada, uma gorjeta educada de 5 a 10 MAD e uma saída rápida são de praxe. Visitar o local no final da tarde (ou início da manhã) pode ser mais agradável, com menos gente e luz suave. Use tênis nos degraus de pedra e tome cuidado com os fragmentos de azulejo no chão. Fotografar é permitido (não é necessário flash). Visitar o curtume proporciona uma visão de uma profissão que permanece inalterada há séculos.
Dentro da medina encontram-se os edifícios históricos mais importantes de Fez. A Mesquita e Universidade Al-Qarawiyyin erguem-se no coração espiritual da cidade: fundada em 859 e expandida ao longo do tempo, tornou-se a universidade em funcionamento contínuo mais antiga do mundo. Não-muçulmanos não podem entrar na sala de oração da mesquita, mas uma pequena biblioteca anexa (recentemente reaberta como espaço cultural) pode ser visitada mediante o pagamento de uma taxa módica. Nas proximidades, a Madrasa Bou Inania (construída na década de 1350) é uma das poucas madrasas históricas abertas ao público; seu minarete imponente e o minbar (púlpito) de madeira esculpida são destaques. Igualmente bela é a Medersa el-Attarine (década de 1320), com um pátio revestido de azulejos turquesa e um teto de cedro ricamente pintado. Os ingressos, a preços acessíveis (cerca de 50 MAD por local), permitem que você entre nesses pátios históricos e vislumbre a arquitetura merínida em sua forma mais refinada.
Fez também possui diversos museus que exploram seu artesanato e história. O Museu Dar Batha (em um antigo palácio do século XIX) apresenta artes tradicionais: cerâmicas coloridas, trabalhos em madeira entalhada, azulejos Zellij e trajes típicos em galerias climatizadas. Nas proximidades, o Museu Nejjarine de Artes em Madeira (instalado em um funduq/caravançarai restaurado) destaca a herança da marcenaria da cidade; sua fonte ricamente revestida de azulejos e o café na cobertura oferecem uma das melhores vistas da medina. Para algo diferente, visite Borj Nord, uma fortaleza do século XVI em uma colina ao norte da medina: atualmente abriga um museu de armas e oferece vistas panorâmicas deslumbrantes de Fez. Os preços dos ingressos para esses locais variam de 20 a 70 MAD (aproximadamente US$ 2 a US$ 7). Muitos visitantes consideram esses locais um refúgio tranquilo e uma oportunidade para aprender sobre o passado artesanal de Fez.
Nos arredores de Fès el-Bali fica o antigo bairro judeu, o Mellah. Outrora repleto de lojas, hoje restam apenas algumas centenas de moradores. A principal atração é a Sinagoga Ibn Danan (século XVII), restaurada, com sua ornamentada arca da Torá de madeira e pisos de mármore branco; os visitantes geralmente precisam de um guia ou acompanhante (este serviço costuma ser gratuito, embora pequenas doações sejam bem-vindas). Nas proximidades está o cemitério judeu: subir suas fileiras íngremes de lápides esculpidas oferece uma vista única da medina. As ruelas estreitas do Mellah agora abrigam metalúrgicos e cafés; até mesmo suas mansões vazias revelam a comunidade que ali prosperou. Como bônus, esta área fica a uma curta caminhada de vários museus temáticos sobre o Mellah ou da fortaleza de Borj Bel-Ka'an. Lembre-se, o Mellah é um bairro residencial, portanto, mantenha o silêncio e peça permissão antes de entrar em qualquer prédio lateral.
A culinária de Fez (frequentemente chamada apenas de Fassi) é rica e aromática. Um prato típico é a pastilla (bastilla): uma torta em camadas feita com pombo ou frango, carne temperada, ovos e amêndoas, coberta com açúcar de confeiteiro e canela. Tajines de cordeiro ou frango são onipresentes – experimente as versões com limão em conserva e azeitonas, ou com ingredientes doces como damascos e amêndoas. Tangia é um ensopado típico de Fez, feito em uma panela de barro: carne bovina ou de cordeiro é assada lentamente por horas com alho, limão em conserva e açafrão. Você verá panelas de barro para tangia empilhadas do lado de fora de alguns riads (quinta-feira é o dia tradicional da tangia). Comidas comuns do dia a dia incluem cuscuz (frequentemente servido às sextas-feiras) e a substanciosa sopa harira. A cidade também é famosa pelo chá de menta doce (chá de menta marroquino com bastante açúcar). Não deixe de provar os pães locais (khobz) e os doces como chebakia (biscoitos de gergelim com mel). Muitos mercados e cafés exibem com orgulho bandejas de frutas secas e nozes. Degustar um pouco de cada uma proporciona um gostinho da culinária caseira marroquina.
Dentro da medina, você encontrará restaurantes de todos os níveis. O Dar Hatim, localizado perto de Bab Bou Jeloud, é um dos favoritos entre os viajantes por sua generosa culinária caseira de Fès (não é necessário fazer reserva). O Café Clock (em Fès el-Jedid) serve pratos criativos, incluindo seu famoso hambúrguer de camelo, e oferece tajines vegetarianos e eventos culturais. O Le Tarbouche e o Café Nejjarine têm terraços na cobertura com vistas panorâmicas. Enquanto explora a medina, procure por cardápios escritos à mão com opções como tajines, cuscuz, kefta (almôndegas temperadas) e pastilla. As porções costumam ser para compartilhar, então considere dividir.
A comida de rua também é abundante. Pequenas lojas e barracas oferecem carnes grelhadas (kefta picante ou espetinhos de frango), pastéis salgados (pastéis fritos) e sopas ricas (harira ou bsouda(um ensopado de cordeiro). As confeitarias vendem sfenj (rosquinhas marroquinas) e chebakia (Biscoitos de gergelim embebidos em mel). Geralmente são seguros para consumo, pois são feitos na hora e servidos quentes – apenas tome cuidado com saladas cruas e beba água engarrafada. Parar para uma xícara de chá de menta e um lanche é uma maneira perfeita de descansar durante seus passeios pela medina.
Os viajantes vegetarianos encontrarão muitas opções. Muitos tajines podem ser feitos com legumes, lentilhas ou ovos, e o Café Clock e alguns outros cafés oferecem opções especialmente para quem não come carne. Saladas de azeitonas, cenouras e beterrabas também estão sempre disponíveis. Não hesite em pedir um tajine de legumes ou um prato extra de verduras cozidas (zalouk) – os cozinheiros marroquinos estão acostumados a atender aos pedidos.
O artesanato da medina é organizado principalmente por ramo de atividade. Perto de Bab Bou Jeloud, você encontrará metalúrgicas (bandejas de cobre, lâmpadas de latão) e ferragens; mais adentro, ficam as barracas de tecidos e lojas de materiais têxteis (sedas, brocados, tapetes). O souk de couro (bolsas, babouches, jaquetas) fica ao redor da área dos curtumes. Para encontrar cerâmica, visite o bairro de Ain Nokbi, perto das muralhas do sul. Mesmo sem um guia, você pode perguntar aos moradores locais ou usar um aplicativo de mapas para se orientar pelas ruas sinuosas – basta procurar placas com a palavra “Souk” e um ícone ou especialidade. Cada conjunto de artesanato tem um aroma e uma paleta de cores ligeiramente diferentes, então caminhe e observe as vistas e os cheiros: quadrados de metal, torres de especiarias e baús de madeira são pontos de referência reveladores.
Resumindo, compre apenas itens que você realmente goste. Lembrancinhas de alta qualidade em Fez não são baratas, mas representam o patrimônio local. Se você encontrar um item bem-feito, considere negociar (veja abaixo) para conseguir um preço justo.
Nos mercados marroquinos, negociar é comum: nada que você veja será vendido pelo preço da etiqueta. Comece sorrindo e fazendo uma oferta baixa – geralmente em torno da metade do preço inicial do vendedor. Negocie com firmeza, mas educadamente; sorrisos amigáveis fazem toda a diferença. Se o vendedor recusar, comece a se afastar; é comum que ele volte com uma oferta menor. Sempre examine o item cuidadosamente e compare os preços em diferentes lojas. Uma tática recomendada é fingir desinteresse se o preço estiver muito alto; às vezes, oferecer um valor redondo ou mostrar que você tem pouco dinheiro pode ajudar a negociar. No final, certifique-se de que você e o vendedor fiquem satisfeitos (deixando uma boa gorjeta para a negociação em si). Evite "negócios" encenados que parecem bons demais para ser verdade e desconfie de qualquer pessoa que pressione você excessivamente. Um artesão genuíno permitirá que você examine seu trabalho e lhe dará tempo para decidir.
Muitas lojas em Fez oferecem serviço de envio para itens grandes ou pesados. Agências de entregas internacionais (DHL, FedEx) operam na cidade, e a Aramex possui uma agência perto da principal rodoviária (Rua Batha). Ao comprar produtos frágeis, peça ao lojista que os embale com segurança e obtenha um número de rastreamento. Observação: o envio de cerâmica ou lanternas pesadas pode ser caro, portanto, considere enviar apenas as peças mais especiais. Para muitos viajantes, é mais simples limitar as compras a itens que caibam na bagagem: artigos de couro, tecidos e especiarias são fáceis de transportar.
A excursão de um dia mais famosa saindo de Fez é Chefchaouen, a Cidade Azul nas Montanhas Rif. Fica a cerca de 200 km ao norte (aproximadamente 3 horas e meia a 4 horas de carro em cada sentido). Os viajantes costumam pegar um ônibus da CTM (pela manhã) ou contratar um motorista particular. Toda a cidade velha de Chefchaouen é pintada em vários tons de azul, criando um paraíso para fotógrafos. Passe o dia passeando por suas ruelas íngremes e pitorescas, visite o museu da kasbah na praça principal e experimente o queijo de cabra local (a especialidade da região). Retorne a Fez à noite. Observação: Não há linhas de trem, portanto, planejar o transporte (ônibus ou carro) com antecedência é aconselhável.
Meknes e Volubilis podem ser combinadas em uma única excursão. Meknes (60 km a oeste, cerca de 1 hora de carro) foi outra capital medieval; seus principais pontos turísticos incluem o portão Bab Mansour, do século XVIII, o Mahkama du Pacha e as antigas cavalariças imperiais. De Meknes, são apenas 10 km de carro até Volubilis, uma ruína romana listada como Patrimônio Mundial da UNESCO, com mosaicos e monumentos bem preservados (entrada a cerca de € 2). Muitos viajantes contratam um guia ou fazem um passeio organizado que abrange os dois locais. Não há trens e ônibus diretos para Volubilis, então a maioria passa por Meknes. É possível visitar Meknes e Volubilis em um dia saindo de Fez, se você começar cedo.
Ao sul de Fez fica a região do Médio Atlas, que oferece um contraste verdejante com a cidade. A cidade montanhosa de Ifrane (a cerca de 65 km ao sul) é conhecida por sua arquitetura em estilo suíço e é uma popular estação de esqui no inverno. Um pouco mais adiante, Azrou é famosa por suas florestas de cedro e macacos-da-berberia selvagens. Paradas à beira da estrada em mirantes com cedros frequentemente permitem que os macacos subam nos carros para uma foto. Essas cidades são ótimas opções para caminhadas agradáveis ou piqueniques em qualquer estação do ano. Passeios de um dia podem ser feitos de carro alugado ou em excursões em pequenos grupos. Mesmo no verão, as noites podem ser frias, então leve um casaco leve.
Fez é geralmente considerada segura para viajantes, mas é importante estar atento a alguns golpes locais. Evite "guias" não solicitados na medina – guias turísticos legítimos exibirão identificação oficial. O golpe do curtume e do mercado de especiarias é comum: um jovem oferece ajuda gratuita e depois exige pagamento. Se abordado, um firme "la, shukran" (não, obrigado) geralmente encerra a oferta. Em táxis coletivos (petit taxis), sempre insista no uso do taxímetro ou combine o preço antes de entrar; uma corrida curta dentro da cidade deve custar entre 5 e 10 MAD. Se um motorista se recusar a usar o taxímetro, saia educadamente e procure outro táxi.
Os batedores de carteira não são comuns, mas podem agir em mercados lotados ou ônibus. Guarde sua carteira no bolso da frente ou dentro de uma bolsa com zíper e tenha cautela em qualquer transporte público. Não ostente grandes quantias de dinheiro nem use joias chamativas. Confie em seus instintos: se uma situação parecer suspeita, simplesmente vá embora.
Mulheres que viajam sozinhas geralmente consideram Fez um lugar seguro, mas ainda assim é prudente ser discreta e vigilante. Vista-se de forma a se misturar com os outros (cobrir os ombros e os joelhos é o ideal) e leve um lenço; uma saia longa e uma camiseta são adequadas. Evite roupas muito reveladoras. Caso receba atenção indesejada (como cantadas insistentes ou vendedores ambulantes muito insistentes), responda com firmeza e procure um local mais movimentado. Aprender algumas frases em árabe (como dizer “shukran, la” para “não, obrigado”) pode ajudar a evitar o assédio. À noite, prefira ruas bem iluminadas ou um táxi coletivo (petit taxi) em vez de andar sozinha por vielas desertas. Mantenha seus pertences sempre em segurança: guarde a carteira dentro de uma bolsa com zíper e use uma doleira ou o bolso interno do casaco, se possível.
Em caso de emergência, disque 19 para a polícia, 15 para ambulância/serviço médico ou 177 para a polícia turística (que pode falar inglês). Fez possui hospitais e clínicas para atendimento de urgência, mas os viajantes devem ter um seguro que cubra evacuação médica em casos graves. Há muitas farmácias (procure pelas cruzes verdes) na medina e na Ville Nouvelle e elas vendem a maioria dos medicamentos sem receita. Os farmacêuticos geralmente falam inglês. Leve sempre consigo cópias do seu passaporte e dos dados do seu seguro.
O centro histórico de Fez é essencialmente para pedestres. As ruas estreitas de Fès el-Bali não têm carros nem ônibus; apenas pequenas carroças e motocicletas para entregas locais. A melhor maneira de se locomover pela medina é a pé – recomenda-se o uso de calçados confortáveis para caminhada. Algumas ruas nas extremidades permitem a circulação de táxis coletivos; caso contrário, planeje caminhar entre os souks e os pontos turísticos. Os caminhos íngremes e irregulares podem dificultar o acesso de cadeiras de rodas a alguns locais. Para caminhadas mais longas, faça pausas ocasionais em cafés ou praças para descansar. Um mapa de papel simples ou um aplicativo de navegação offline podem ajudar na orientação (pontos de referência como o Portão Azul ou a Fonte Nejjarine são bons exemplos).
Em Fez, os táxis são de dois tipos: os petit taxis (pequenos sedãs vermelhos, com capacidade para até 3 passageiros) e os grand taxis (sedãs amarelos compartilhados, geralmente com 6 lugares). Os petit taxis operam dentro da cidade (e recentemente passaram a ter taxímetros digitais, com tarifas a partir de 5 a 6 MAD durante o dia). Uma corrida curta de 5 minutos custa normalmente entre 6 e 10 MAD; viagens mais longas podem custar entre 15 e 20 MAD. Sempre peça ao motorista para usar o taxímetro. Se ele disser que está quebrado, é mais seguro pegar outro táxi ou combinar um preço fixo antecipadamente (por exemplo, 20 MAD para uma corrida que normalmente custa cerca de 15). Os grand taxis partem quando estão lotados ou podem ser contratados individualmente por assento. Dentro de Fez, apenas os petit taxis podem operar, então reserve os grand taxis para viagens fora da cidade (eles seguem rotas fixas para cidades como Meknes ou Azrou, cobrando cerca de 10 a 15 MAD por assento). Os motoristas raramente falam inglês, então saber algumas frases básicas em árabe ou francês ajuda.
Orçamento diário típico: Mochileiros com orçamento limitado conseguem se virar com cerca de US$ 30 a US$ 50 por dia, viajantes de nível médio com cerca de US$ 80 a US$ 120, e viajantes de luxo com orçamento limitado a US$ 200 ou mais por dia.
Dicas de economia: Viaje fora da alta temporada para encontrar hospedagens mais baratas. Compartilhe táxis com outros viajantes. Coma tajines no almoço (podem custar metade do preço) e compre comida de rua em barracas movimentadas. Muitos dos encantos de Fez – passear pelos souks, caminhar pelos jardins – são gratuitos. Há caixas eletrônicos (Visa/MasterCard) na Ville Nouvelle; tenha sempre algum dinheiro em espécie, pois muitos cafés e pequenas lojas não aceitam cartões.
Fez é mais conservadora do que os balneários de Marrocos. As mulheres devem cobrir os joelhos e os ombros; os homens devem evitar regatas. Na prática, um vestido de verão ou calças largas com um lenço para as mulheres, e calças leves ou bermudas compridas para os homens, são uma boa opção. Um xale ou lenço leve pode ser útil (por exemplo, para cobrir os ombros ao entrar numa mesquita ou ao descer um degrau numa noite fresca). Evite trajes de banho em público. Em qualquer caso, siga sempre os costumes locais e vista-se de forma neutra para demonstrar respeito.
Dar gorjeta é um costume, mas geralmente é modesto. Em restaurantes, 10% da conta é uma demonstração de cortesia se o serviço foi bom (especialmente se não houver taxa de serviço). Para pequenos serviços, arredonde para os 5 ou 10 MAD mais próximos. Por exemplo, se uma corrida de táxi custar 15 MAD, dê 20. Se um carregador levar suas malas, 5 a 10 MAD por mala são apreciados. A equipe de limpeza de hotéis ou riads pode receber uma gorjeta de 10 MAD por noite. Sempre dê a gorjeta na mesma moeda usada no serviço (MAD). Dar gorjeta é uma forma de demonstrar gratidão por um bom serviço.
Aprender algumas palavras pode ser muito útil. “Salam aleikum” (sa-LAM ah-LAY-koom) significa “a paz esteja convosco” (olá); a resposta é “Wa aleikum salam” (wah ah-LAY-koom sa-LAM). “Shukran” (shook-RAHN) significa “obrigado” e “la shukran” significa “não, obrigado”. Muitos marroquinos também falam francês: “bonjour/bonsoir” (olá) e “monsieur/madame” (senhor/senhora) demonstram cortesia. Em lojas, um árabe simples como “km miʼa?” (kem mee-YAH, “quanto custa?”) ou o francês “combien ça coûte?” podem ser úteis. Mesmo dizer “la” (não) com firmeza pode fazer com que vendedores insistentes parem. Sorrir e tentar a saudação local geralmente resulta em uma resposta agradecida.
Para encontrar a hospedagem ideal, utilize uma combinação de plataformas: Booking.com e Airbnb listam muitos riads e hotéis em Fez. Ao escolher um riad, verifique sua localização exata em um mapa, já que as ruas da medina são confusas. Um riad perto de Bab Boujloud ou da Place Batha significa acesso mais fácil aos principais pontos turísticos, enquanto um localizado no coração da medina oferece mais privacidade (mas caminhadas mais longas). A maioria dos riads inclui café da manhã – uma ótima opção em termos de custo-benefício –, mas confirme se está incluso. O cancelamento gratuito é comum em sites de reservas; reserve com antecedência (especialmente para maio-junho e setembro-outubro) para garantir uma boa acomodação. As tarifas dos riads variam conforme a temporada: são mais altas na primavera/início do verão e caem no inverno. Fora da medina, os hotéis da Ville Nouvelle costumam cobrar menos e oferecem comodidades como piscinas e estacionamento, então compare os preços. Por fim, ler avaliações recentes de hóspedes pode alertá-lo sobre bares barulhentos, Wi-Fi fraco ou falta de aquecimento.
A maioria dos cidadãos ocidentais (UE, EUA, Canadá, Austrália, etc.) pode visitar Marrocos sem visto por até 90 dias. Certifique-se de que seu passaporte tenha validade de pelo menos seis meses após a data de entrada. Marrocos pode exigir declarações de saúde ou formulários de entrada, portanto, verifique se há alguma atualização (por exemplo, os requisitos podem mudar após eventos globais). Na chegada, a imigração costuma ser rápida. Dar uma gorjeta de 10 MAD ao agente de imigração não é obrigatório, mas alguns visitantes o fazem por educação (especialmente se estiverem com bagagem pesada).
É altamente recomendável contratar um seguro de viagem. Ele deve cobrir assistência médica (mesmo consultas de rotina), evacuação, cancelamento de viagem e roubo/perda de pertences. Os hospitais nas grandes cidades marroquinas podem tratar doenças comuns, mas acidentes graves podem exigir evacuação aérea. Guarde cópias digitais e impressas da sua apólice de seguro e dos números de contato de emergência. Leve seu passaporte e cartão do seguro separadamente.
Manter-se conectado é fácil. Wi-Fi gratuito é comum em hotéis e cafés, mas a velocidade varia. Para dados móveis, comprar um chip local (Inwi ou Orange) no aeroporto ou na cidade é barato (cerca de US$ 10 a US$ 15 por 5 a 10 GB). Para registrar um chip, é necessário apresentar o passaporte. Uma alternativa é um eSIM – basta comprar online com antecedência – que funciona bem em Fez. A cobertura 4G é geralmente boa na cidade. Se precisar fazer ligações, observe que a qualidade da chamada pode variar; as chamadas do WhatsApp funcionam bem com dados móveis.
A altitude de Fez (aproximadamente 200 m) e o clima não representam riscos especiais para a saúde. Recomenda-se a vacinação padrão para viagens (tétano, hepatite A e febre tifoide). Beba água engarrafada (mesmo para escovar os dentes) como precaução e use água engarrafada ou tratada para fazer gelo e preparar bebidas. Leve álcool em gel; a comida de rua é agradável, mas os vendedores ambulantes podem não ter água corrente disponível. Leve seus medicamentos pessoais (comprimidos para diarreia, remédio para enjoo, etc.). Há farmácias (procure por uma cruz verde de néon) por toda parte e geralmente são bem abastecidas. Os farmacêuticos costumam falar francês ou inglês e podem aconselhar sobre remédios. A proteção solar (protetor solar, chapéu) é importante mesmo em dias nublados. No inverno, uma jaqueta impermeável leve é útil. Fez é geralmente limpa, mas há poluição nas ruas (proveniente de motores a diesel); um lenço ou máscara podem ajudar se você for sensível.
No primeiro dia, comece em Bab Boujeloud e siga direto para a medina. Visite a Madrasa Bou Inania (chegue cedo para evitar multidões) e depois veja o Museu Nejjarine e sua vista do terraço. Pare para almoçar em um restaurante local – experimente um tajine de legumes ou a famosa pastilla. À tarde, vá até o mirante dos curtumes e depois passeie por mais souks (mercado de especiarias, Souk el-Attarine). Ao cair da noite, siga para os jardins de Bou Jeloud (ou para o forte Borj Sud para apreciar o pôr do sol). À noite: desfrute de um jantar com vários pratos em um riad no terraço, saboreando pratos típicos de Fez e chá de menta sob o céu iluminado por lanternas.
Use o roteiro do Dia 1 como descrito acima. No Dia 2, comece pelo bairro de Qarawiyyin: admire a Catedral de Al-Qarawiyyin (por fora) e a Medersa el-Attarine. Em seguida, explore a área do Palácio Real (logo fora da medina pública) e o Mellah judaico (incluindo a Sinagoga Ibn Danan). Ao meio-dia, almoce em um café na Ville Nouvelle ou experimente a comida de rua local no Mellah. À tarde, visite o Museu Dar Batha ou faça uma aula de culinária em uma cozinha de riad. Termine o dia em grande estilo: encontre um terraço na cobertura na Place Batha ou um café com música jazz moderna para jantar.
Com um terceiro dia, você pode se aventurar fora da cidade. Uma opção popular é uma viagem de um dia a Chefchaouen (medina azul) de carro ou ônibus, retornando após o anoitecer. Ou divida a visita entre Meknes e Volubilis: passe a manhã explorando os portões e palácios de Meknes e, em seguida, visite as ruínas romanas de Volubilis (leve água e use protetor solar). Como alternativa, use um dia livre para explorar melhor a própria Fez: visite a fortaleza de Borj Nord pela manhã ou relaxe com um hammam em um banho turco tradicional, seguido de compras. Cada dia extra permite equilibrar os passeios turísticos com momentos relaxantes em cafés locais, um dos encantos de Fez.
Fez acolhe alguns grandes eventos culturais todos os anos. Um dos maiores é o Festival de Música Sacra do Mundo de Fez (15 a 23 de junho de 2025). Este festival, com duração de uma semana, apresenta concertos de artistas de música religiosa e internacional em belos locais por toda a cidade – de jardins históricos a pátios de palácios. A maioria das apresentações é gratuita (com bilhetes vendidos separadamente) e atrai grandes multidões, por isso, reserve acomodações com antecedência se planeja participar. Outro evento é o Festival de Cultura Sufi de Fez (normalmente em outubro), com foco em música devocional e danças sufis. Fora dos festivais, o Ramadã e os dois Eids (Eid al-Fitr e Eid al-Adha) trazem eventos noturnos especiais (como fogos de artifício e banquetes). Se a sua viagem coincidir com esses períodos, pesquise a programação local: algumas noites de música ou festivais de arte menores surgem no verão. De qualquer forma, a vida durante os festivais é mais agitada, mas também mais alegre.
Fez é extremamente fotogênica, mas recompensa paciência e planejamento. Para fotos panorâmicas, suba a pontos altos: o terraço do Museu Nejjarine ou um café ao lado oferece vistas deslumbrantes dos telhados de telha vermelha da medina. A fortaleza de Borj Nord também proporciona um amplo panorama de toda a cidade. O próprio Bab Boujeloud (Portão Azul) é melhor fotografado ao nascer do sol ou à noite, quando está iluminado. Na medina, as ruelas estreitas geralmente recebem apenas breves momentos de luz solar: a luz do final da tarde pode banhar as paredes com um brilho quente, mas esteja preparado para sombras profundas. A hora dourada (logo após o nascer do sol ou antes do pôr do sol) é ideal para as cores; o sol do meio-dia é forte, mas realça os corantes vibrantes dos curtumes.
Sempre peça permissão antes de fotografar pessoas, especialmente mulheres e idosos; muitos sorrirão ou recusarão educadamente. Observe onde os moradores deixam os sapatos do lado de fora de suas portas – isso geralmente indica uma residência particular ou loja. Não leve um tripé para os souks movimentados (uma ou duas pessoas podem ser atrapalhadas). Leve uma capa protetora contra poeira ou um filtro UV para sua lente, pois os ventos arenosos de Fez podem deixar manchas. Em telhados ou ruas tranquilas, você pode tentar exposições mais longas (tripés são permitidos fora da medina), mas fique de olho no seu equipamento. Ao fotografar em restaurantes ou mercados, um educado “Bismillah” (em nome de Deus) antes de apontar a câmera geralmente resulta em um sorriso amigável.
Resumindo, explore alguns pontos de vista com antecedência, viaje leve (com uma pequena bolsa para câmera) e respeite a privacidade dos moradores locais. Dessa forma, você poderá capturar as cores vibrantes de Fez – o portão azul, as especiarias, os azulejos zellij – e suas cenas atemporais do cotidiano, levando consigo lembranças positivas.
Fez oferece uma experiência muito diferente das cidades mais famosas de Marrocos. Comparada a Marrakech, Fez parece mais tranquila e tradicional: não tem resorts modernos nem campings no deserto, mas possui um centro histórico mais denso, rico em artesanato e história. Enquanto Marrakech se desenvolve ao redor da vibrante praça Jemaa el-Fna, Fez convida a se perder em sua medina secular, com um ar erudito e tradicional. Casablanca, por outro lado, é a capital comercial de Marrocos: tem arranha-céus reluzentes e uma orla atlântica, mas bem menos pontos turísticos históricos. Se você busca cafés e vida noturna agitada, Casablanca ou Marrakech podem ser mais adequadas; se você anseia por história e cultura, Fez se destaca.
Fez vs. Chefchaouen: Chefchaouen (a cerca de 4 horas ao norte) é famosa exclusivamente por sua medina azul e paisagens montanhosas. É uma cidade tranquila e pitoresca, mas não possui muralhas na medina nem monumentos centenários. Os viajantes geralmente vão a Chefchaouen para fotografar e aproveitar a atmosfera relaxante. Fez, por outro lado, é uma cidade de porte considerável com herança imperial. Outras cidades imperiais: Meknes (a 1 hora a oeste) é menor e mais simples; Rabat (a capital) possui sítios reais à beira-mar; Tânger (ao norte) é um porto cosmopolita. Em resumo, Fez é a melhor opção para viajantes que desejam uma imersão na história e no artesanato tradicional – uma vida inteira de cultura em uma única cidade – algo que as outras não conseguem replicar.
Antes de partir, aqui vão alguns lembretes finais. Não subestime a medina: reserve um tempo para explorar sem um plano rígido. Baixe um mapa offline de Fez (ou um aplicativo de navegação) antes de chegar. Leve notas de pequeno valor (5 a 20 MAD) e moedas; tenha alguns dirhams consigo para imprevistos (gorjeta no banheiro, táxi inesperado). Cuidado com golpistas (guias falsos oferecendo descontos repentinos ou vendedores tentando cobrar preços exorbitantes por chá); se algo parecer suspeito, um firme “la, shukran” (não, obrigado) geralmente encerra a conversa. Sempre esclareça os preços antecipadamente para lembrancinhas, táxis e extras do hotel. Respeite as normas locais de vestimenta e comportamento – considere isso uma forma de agradecer aos seus anfitriões.
Fez está repleta de recantos escondidos: visite um pequeno museu ou tome um chá num terraço tranquilo. Se você gostou de um tapete ou de um candeeiro, não hesite em voltar à loja e pedir um preço melhor. Leve pouca bagagem: você vai colecionar lembranças! Acima de tudo, considere Fez um lugar para fazer uma pausa e explorar com calma, em vez de uma simples parada turística. Passeie pelos becos sem pressa, pergunte sobre a história daquela mesquita ou daquela tigela de bronze e deixe que o ritmo atemporal da cidade dite o seu passo. Com essas dicas, você sairá de Fez com mais do que lembranças – levará consigo um pedaço do seu espírito.
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