Da criação de Alexandre, o Grande, até sua forma moderna, a cidade tem permanecido um farol de conhecimento, variedade e beleza. Seu apelo atemporal vem de…
Situado na junção da Ásia Central e Ocidental, o Irã domina uma faixa de território que se estende desde as costas rochosas do Mar Cáspio até as areias rachadas pelo calor do Golfo Pérsico. Cobrindo 1.648.195 km², é a 17ª maior nação em área e população — quase 86 milhões de pessoas vivem em suas montanhas escarpadas, bacias desérticas e planícies férteis. No entanto, os números por si só não conseguem transmitir a magnitude de sua ambição nem a profundidade de sua herança. Das bandas de sílex do Paleolítico Inferior aos bazares modernos fervilhantes de comércio, a história do Irã é a de uma reinvenção contínua em meio às pressões da conquista, da religião e dos recursos.
Os contornos geográficos do Irã são definidos por extremos. Ao norte, o Mar Cáspio margeia florestas úmidas de planície, onde antigas árvores hircanianas suportam chuvas torrenciais. Aqui, os verões oscilam abaixo de 29 °C, e as noites de inverno acima de zero — um clima temperado quase europeu. Em contraste, os desertos centrais de Kavir e Lut assam sob um sol escaldante; o deserto de Lut detém o recorde de superfície mais quente da Terra, com 70,7 °C em 2005. As planícies salinas baixas refletem um céu brutal; caravanas ocasionais serpenteiam entre dunas esculpidas pelo vento.
Circundando essas bacias, erguem-se algumas das cadeias de montanhas mais formidáveis do mundo: o Zagros, a oeste, ladeado por bacias férteis que abrigam vilarejos milenares; o Alborz, ao longo do Cáspio, guarda o colossal Monte Damavand, o vulcão mais alto da Ásia, com 5.610 m. Essas montanhas há muito determinam como as pessoas vivem e se movimentam — rotas comerciais tradicionais contornam passagens e tremores sísmicos remodelam vilarejos com uma regularidade alarmante. Em média, um terremoto de magnitude 7 sacode o Irã a cada década, lembrando os habitantes de uma tectônica inquieta.
Estendendo-se do Golfo Pérsico ao Golfo de Omã, o litoral sul do Irã é repleto de ilhas estratégicas e serenas. As ilhas Tunísia Maior e Menor e Abu Musa — escassamente povoadas e com poucos recursos — ocupam um ponto de estrangulamento vital no Estreito de Ormuz. Sua posse tem inflamado a política do Golfo há meio século. Mais ao largo, a Ilha de Kish brilha como um paraíso duty-free de shoppings e resorts; Qeshm, a maior do arquipélago e um Geoparque Mundial da UNESCO desde 2016, esconde a maior caverna de sal do mundo, Namakdan, esculpida por mares ancestrais.
A paleta ambiental do Irã abrange desde a vegetação subtropical até a escuridão pedregosa. As províncias do norte desfrutam de mais de 1.700 mm de chuva anual; as bacias centrais sofrem com menos de 200 mm. Os invernos na bacia de Zagros apresentam médias diárias abaixo de zero, enquanto os verões chegam a 3°C. Ao longo do Golfo Pérsico, a umidade aumenta, com temperaturas chegando a 40°C; a precipitação anual mal chega a 135 mm. Diante dessas disparidades, a escassez de água surge como a mais grave ameaça à segurança humana, pressionando os formuladores de políticas a elaborar novas medidas de conservação e projetos de oleodutos.
O Irã está no berço da civilização. Camadas arqueológicas remontam à presença humana até caçadores-coletores do Paleolítico Inferior, mas a unidade política só surgiu no século VII a.C., quando os medos, sob o comando de Ciaxares, uniram tribos díspares pela primeira vez. Ciro, o Grande, construiu sobre esse legado, fundando o Império Aquemênida e construindo um dos maiores reinos da antiguidade. Colunas de mármore se ergueram em Persépolis; sátrapas administraram províncias da Lídia à Báctria.
No século IV a.C., Alexandre, o Grande, rompeu o domínio aquemênida, preparando o cenário para a fusão helenística. Mas, no século III a.C., os nobres partas expulsaram os senhores selêucidas, restaurando o domínio iraniano. Seu império se manteve até que os monarcas sassânidas inauguraram uma era de ouro no século III d.C., marcada por avanços na governança, na religião e nas artes. A escrita e a administração sassânidas influenciaram os vizinhos; os templos do fogo conectavam o cosmos e a realeza.
As conquistas árabes de meados do século VII impulsionaram a chegada do islamismo. No entanto, a cultura e a língua persas ressurgiram durante a Era de Ouro Islâmica. As dinastias iranianas — os taíridas, os samânidas e os buídas — tomaram as rédeas dos califas abássidas, defendendo a literatura persa, as ciências e o renascimento da arquitetura zoroastriana dentro de uma estrutura islâmica.
Os seljúcidas e corazmianos do período medieval dominaram fronteiras em constante mudança até que as hordas mongóis as invadiram no século XIII. Os timúridas restauraram o patrocínio à arte e à cultura, dando início ao que costuma ser chamado de Renascimento Timúrida. Em 1501, a dinastia safávida reunificou o Irã, definindo o xiismo duodecimano como religião de Estado e forjando uma identidade xiita persa distinta.
Quatro dinastias se seguiriam: os Afsharids, sob Nader Shah, devolveram brevemente o Irã ao status de potência mundial no século XVIII; os Qajars se consolidaram, mas estagnaram no século XIX; a dinastia Pahlavi de Reza Shah (1925–79) modernizou estradas, ferrovias e instituições — mas as tensões sobre petróleo e influência estrangeira levaram à nacionalização do petróleo do primeiro-ministro Mohammad Mossadegh em 1951 e ao golpe anglo-americano de 1953 que o derrubou.
Em fevereiro de 1979, o retorno do aiatolá Khomeini pôs fim à monarquia. A República Islâmica emergiu em meio a promessas de justiça social e soberania nacional. Em poucos meses, o Iraque invadiu o país; a guerra de oito anos resultante endureceu as fronteiras, mas não produziu ganhos territoriais. Desde então, a república evoluiu sob líderes supremos e presidentes eleitos, alternando entre visões reformistas e conservadoras.
Hoje, o Irã opera como uma república islâmica unitária. O poder real reside no líder supremo, cuja autoridade eclipsa a do presidente e do parlamento. Apesar das eleições regulares, o Conselho dos Guardiões avalia os candidatos, limitando a dissidência. Esse sistema tem sido criticado por violações de direitos humanos — as restrições à liberdade de expressão, à reunião e às minorias permanecem severas.
No entanto, a influência do Irã se estende além de suas fronteiras. Detentor de 10% do petróleo mundial e 15% do gás, o país molda os mercados de energia. Como o maior estado xiita, apoia milícias e movimentos políticos, desde o Hezbollah libanês até o Iraque e o Iêmen. O Irã detém assentos na ONU, OCI, OPEP, ECO, MNA, OCX e — desde 2024 — nos BRICS, reforçando sua dupla identidade como potência regional e desafiante da hegemonia ocidental.
Em termos de paridade de poder de compra, o Irã detém a 23ª maior economia do mundo, um complexo entrelaçamento de planejamento central e iniciativa privada. Os serviços dominam o PIB, seguidos pela indústria, mineração e agricultura. Teerã, que abriga quase metade das empresas estatais e 30% dos funcionários públicos, é o centro financeiro. A Bolsa de Valores de Teerã lista mais de 40 setores; o Banco Central emite o rial e lida com a inflação e as sanções.
Hidrocarbonetos sustentam a receita. Como membro da OPEP, o Irã exerce influência — mas as sanções internacionais desde 1979 têm sufocado o desenvolvimento. O turismo compensou: em 2019, as chegadas de estrangeiros se aproximaram de nove milhões, um líder global em crescimento. Após um recuo na pandemia de 2020, 2023 viu um aumento de 43%, para seis milhões de visitantes. O fim da exigência de visto para 60 países e US$ 32 bilhões em investimentos planejados sinalizam ambições de converter o passado histórico do Irã — Persépolis, Shiraz, Isfahan — em dividendos econômicos.
Uma rede de 173.000 km de estradas (73% pavimentadas) conecta passagens de montanha e desertos. A estratégica ferrovia Teerã-Bandar Abbas conecta o Golfo Pérsico à Ásia Central via Mashhad. Os portos iranianos — Abbas, no Estreito de Ormuz; Anzali e Torkeman, no Cáspio; Khorramshahr e Emam Khomeyni, ao longo do Golfo — movimentam importações e exportações vitais. O transporte aéreo atende dezenas de cidades; a Iran Air conecta destinos domésticos e internacionais.
O transporte urbano cresceu acentuadamente, com o Metrô de Teerã, o maior do Oriente Médio, transportando mais de três milhões de passageiros diariamente e registrando 820 milhões de viagens em 2018. Ônibus preenchem lacunas; caminhões e trens de carga distribuem mercadorias para o interior. Juntos, os transportes empregam mais de um milhão de cidadãos — 9% do PIB.
A população do Irã aumentou de 19 milhões em 1956 para 85 milhões no início de 2023. A fertilidade caiu de 6,5 para 1,7 filhos por mulher em duas décadas, levando o crescimento anual a 1,39% em 2018. As projeções preveem estabilização perto de 105 milhões até 2050. Os moradores urbanos cresceram de 27% para 60% entre 1950 e 2002, concentrados no oeste mais frio e úmido.
Quase um milhão de refugiados — principalmente afegãos e iraquianos — residem no Irã, protegidos por garantias constitucionais de seguridade social que abrangem saúde, aposentadoria e calamidades.
Persas e azerbaijanos disputam o status de maioria na ausência de censos baseados em etnia. Uma estimativa de 2003 colocou os persas em 51% e os azerbaijanos em 24%; a Biblioteca do Congresso, em 2008, alterou os números para 65% e 16%, respectivamente. Curdos, gilaks, mazanderanis, árabes, lurs, balúchis, turcomanos e grupos menores preenchem o restante.
O farsi predomina como língua oficial, mas dezenas de dialetos se espalham pelas províncias: gilaki e mazenderani no norte; variedades curdas no oeste; luri no sudoeste; azerbaijano e outros dialetos turcos no noroeste. Línguas minoritárias — armênio, georgiano, neoaramaico, árabe — persistem em enclaves.
O islamismo xiita duodecimano reúne 90 a 95% dos iranianos; sunitas e sufis representam 5 a 10%. O iarsanismo, uma fé curda, retém até um milhão de adeptos. A Fé Bahá'í, não reconhecida e perseguida, enfrenta repressão sistemática. Religiões reconhecidas — cristianismo, judaísmo, zoroastrismo e islamismo sunita — ocupam assentos parlamentares. A comunidade judaica aqui é a maior do Oriente Médio fora de Israel; os cristãos armênios somam cerca de 250.000 a 370.000.
Os monumentos do Irã abrangem milênios. Vinte e sete Patrimônios Mundiais da UNESCO — Persépolis, Praça Naghsh-e Jahan, Chogha Zanbil, Pasárgada, Yazd — convivem com florestas hircanas e tradições intangíveis como o Nowruz. Vinte e quatro práticas culturais colocam o Irã em quinto lugar no ranking global. Sua linhagem arquitetônica, que remonta a 5.000 a.C., combina geometria, astronomia e simbolismo cósmico em abóbadas e domos — uma tradição incomparável em termos de inventividade estrutural e liberdade decorativa.
O Museu Nacional do Irã em Teerã, que abrange as alas do Irã Antigo e da Era Islâmica, preserva o acervo arqueológico do país e está entre as principais instituições do mundo. Em 2019, cerca de 25 milhões de visitas foram realizadas em museus de todo o país, incluindo o Palácio de Golestan, o Tesouro das Joias Nacionais, o Museu de Arte Contemporânea de Teerã e dezenas de outros.
A culinária iraniana cristaliza a simplicidade em profundidade: kebabs suculentos giram sobre brasas; pilafs com toques de açafrão abrigam nozes e raízes; ensopados khoresh combinam carne, frutas e especiarias. À mesa, iogurte natural (mast-o-khiar), sabzi (ervas frescas), salada Shirazi e torshi (picles) pontuam os sabores. Borani, Mirza Qasemi e kashk e bademjan oferecem prelúdios de berinjela e soro de leite.
Chá, quase sagrado, flui dos samovares; falude — sorvete de água de rosas com aletria — e Bastani Sonnati, sorvete de açafrão frequentemente acompanhado de suco de cenoura, encerram as refeições. Especiarias — cardamomo, limão seco, canela, açafrão — conferem nuances; caviar do Cáspio testemunha o luxo ancestral.
Os viajantes podem atravessar sete reinos distintos: o acidentado e empobrecido Sistão e Baluchistão; o Cáspio envolto em névoa; o movimentado Irã Central com Teerã, Qom e Esfahan; a cidade sagrada de Mashhad, em Khorasan; as ilhas ensolaradas do Golfo Pérsico; o montanhoso Azerbaijão; e as planícies marcadas pela batalha do Irã Ocidental.
A hospitalidade iraniana é lendária. Os hóspedes recebem as mais calorosas boas-vindas — "Kheili Khosh Amadid" —, mas a cautela se mistura à curiosidade. A polidez dita que os homens aguardem a oferta de uma mulher antes de estender a mão. Em áreas rurais e locais sagrados, a vestimenta conservadora prevalece: as mulheres usam lenço na cabeça (rusari), manto na altura dos joelhos e calças largas; alguns santuários sagrados exigem o xador preto completo. Os homens usam mangas compridas; gravatas devem ser evitadas perto de repartições públicas. Durante os protestos recentes (a partir de outubro de 2022), o uso parcial do véu pelas mulheres representou sérios riscos.
O gesto de polegar para cima continua sendo um tabu fora das grandes cidades, sendo considerado um sinal ocidental obsceno; um aceno com a palma para baixo é mais adequado para pedir carona para os raros caroneiros — embora o transporte público, de ônibus a metrôs, seja mais econômico.
Nas mesquitas, os sapatos ficam do lado de fora; as câmeras são guardadas; os não muçulmanos devem evitar as orações de sexta-feira e respeitar os horários de fechamento. Nos templos do fogo zoroastrianos, o santuário interno é proibido para forasteiros. Críticas ao islamismo são ilegais — e confundir iranianos com árabes causa perplexidade, até mesmo ofensa. Acima de tudo, nunca chame o Golfo Pérsico de "Golfo Árabe".
O Irã desafia qualquer narrativa única. É antigo e vanguardista, uma terra onde colunas milenares projetam sombras sobre horizontes modernos; onde tremores sísmicos traçam linhas de fratura tanto na Terra quanto na sociedade. Imerso em império, fé e arte, oferece uma paisagem — geográfica, cultural e política — de uma variedade estonteante. Conhecer o Irã é confrontar a complexidade: de histórias tecidas por conquistas e convicções, de economias fustigadas por sanções e petróleo, de povos unidos pela hospitalidade em meio a restrições oficiais. No entanto, além das manchetes, encontra-se um país de resiliência e graça duradouras, equilibrado na encruzilhada do passado e do futuro.
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