Da criação de Alexandre, o Grande, até sua forma moderna, a cidade tem permanecido um farol de conhecimento, variedade e beleza. Seu apelo atemporal vem de…
A Cidade do Kuwait ergue-se à beira de uma enseada rasa no Golfo Pérsico, com seu litoral definido por amplos calçadões e dunas baixas. Em seu centro está o Palácio Seif, com seus muros de pedra do século XIX envolvendo jardins que sobrevivem aos longos verões. A cidade serve como o coração administrativo do Kuwait: fileiras de ministérios, as fachadas brilhantes das sedes de bancos e as sedes de grandes corporações se aglomeram ao redor deste complexo real. No entanto, além dessas avenidas, a expansão urbana se estende a cada uma das seis províncias do país. Em 2018, quase três milhões de pessoas viviam nessa aglomeração — mais de setenta por cento da população total do Kuwait —, mas a designação "Cidade do Kuwait" frequentemente se refere apenas ao bairro antigo, agora parte da Província da Capital, onde ruas estreitas encontram avenidas modernas sem limites administrativos claros.
Geografia e meio ambiente moldam a vida cotidiana. A própria baía forma um porto natural de águas profundas, com sua curva suave abrigando o Aeroporto Internacional do Kuwait ao norte e os píeres de carga de Al-Shuwaik e Al Ahmadi ao sul. Noventa por cento dos moradores do Kuwait vivem perto da água. No interior, o deserto se eleva a não mais de 306 metros acima do nível do mar. A vegetação é escassa; algumas tamargueiras e acácias se agarram aos uádis e às margens das estradas. Ilhas costeiras pontuam o golfo. Somente Failaka carrega uma marca humana — vestígios arqueológicos que sugerem antigas rotas comerciais — enquanto Bubiyan, com oitocentos e sessenta quilômetros quadrados, permanece despovoada, exceto por exercícios militares sazonais e levantamentos de aves. Uma ponte com mais de dois quilômetros de extensão liga Bubiyan ao continente, uma fina faixa de concreto curvando-se sobre as planícies de maré.
Sob esta costa tranquila encontra-se petróleo. O campo de Burgan contém cerca de setenta bilhões de barris de reservas comprovadas. Em 1991, as forças iraquianas em retirada incendiaram mais de quinhentos poços e, durante meses, incêndios queimaram. A conflagração deixou lagos de petróleo bruto cobrindo quase trinta e seis quilômetros quadrados. Fuligem e hidrocarbonetos se depositaram no leste e sudeste, tornando algumas áreas inabitáveis. Sob os pés, a areia soprada pelo vento se misturou com resíduos de petróleo para formar uma crosta semirrígida, e a vida marinha ao longo da costa sofreu quando as manchas de óleo foram levadas para a costa. Os esforços de remediação recuperaram grande parte da terra, mas os vestígios daquele episódio permanecem um lembrete tanto da fragilidade ambiental quanto dos interesses estratégicos que vinculam a economia do Kuwait ao petróleo.
O clima rege o movimento e o lazer. Os verões se estendem por metade do ano sob um céu raramente nublado. Entre junho e agosto, as máximas diurnas, em média, ultrapassam os 45 graus Celsius; durante as ondas de calor, os termômetros ultrapassam os 50 graus e as noites esfriam apenas até 30. A brisa vinda do golfo oferece pouco alívio. No inverno, as noites claras caem abaixo de 8 graus. Ventos sazonais do noroeste — ventos shamal — levantam tempestades de poeira que se deslocam para o interior sem aviso. Ocasionalmente, nuvens âmbar bloqueiam o sol e deixam uma fina camada de areia cobrindo janelas e calçadas. No entanto, essa dureza dá lugar a uma breve primavera, quando as temperaturas chegam aos 20 graus e a luz carrega uma suavidade ausente em outras épocas.
A economia do Kuwait gira em torno de hidrocarbonetos e seus derivados. Petróleo e fertilizantes representam 43% do Produto Interno Bruto (PIB) e 70% das receitas de exportação. O dinar detém a maior cotação entre todas as moedas do mundo. Além de plataformas e refinarias, o horizonte se ergue em vidro e concreto. Torres de escritórios e hotéis cinco estrelas aglomeram-se ao longo da Gulf Road. Entre elas, as Torres do Kuwait se destacam: três torres esguias encimadas por esferas brilhantes de placas de mosaico. A mais alta abriga um mirante giratório a 123 metros de altura, onde os visitantes podem examinar fotografias que documentam os danos da invasão iraquiana. Abaixo, um restaurante oferece bufês em sua esfera inferior. Ao pôr do sol, as torres se enchem de moradores locais e expatriados, atraídos pelo ângulo de luz em seu revestimento estampado e pela vista da baía.
Redes de transporte unem o emirado. O Aeroporto Internacional do Kuwait recebe a maioria das chegadas de civis. Dentro de seu complexo fica a Base Aérea de Al Mubarak, sede da Força Aérea e seu museu. O transporte aéreo também tem uma dimensão comercial: a Kuwait Airways, estatal, continua sendo a principal companhia aérea, enquanto companhias aéreas privadas surgiram no início do século XXI — a Jazeera Airways em 2004 e a Wataniya Airways em 2005. Navios de carga atracam em Al-Shuwaik e Al Ahmadi, conectando exportações de petróleo bruto e produtos importados.
Em terra, os táxis servem como o principal meio de transporte casual. Existem três tipos: táxis de chamada, normalmente solicitados por telefone, com uniformes brancos e uma tarifa fixa — geralmente três dinares na cidade, cinco para ou do aeroporto; táxis de aeroporto, modelos americanos maiores com tarifas impressas, às vezes cedem à barganha; e os chamados táxis laranja, identificáveis por placas amarelas e placas de "TÁXI", que rondam as ruas em busca de passageiros. Esses motoristas negociam cada viagem e podem recrutar passageiros para compartilhar viagens ao longo de rotas fixas. Os ônibus operam com a mesma tarifa fixa — trezentos fils dentro da cidade, trezentos e cinquenta para rotas mais longas — e duas empresas, a Kuwait Public Transport Company e a CityBus, operam horários idênticos. Os abrigos de ônibus permanecem mínimos e os horários, erráticos; os horários são suficientes para quem tem tempo de sobra, mas raramente para quem tem pressa. Linhas notáveis incluem a rota 13, que liga o aeroporto a Mirqab em cerca de uma hora, e as rotas 15, 16 e 999, que seguem a costa em direção ao sul até Fahaheel.
A vida cultural se desenvolve em meio a essa malha urbana. O Kuwait é único no Golfo por sua tradição de teatro árabe. Apresentações têm sido realizadas desde a década de 1920, e os palcos continuam movimentados até hoje, desde espaços intimistas em formato de caixa-preta até locais restaurados perto da Rua Gulf. As novelas produzidas no Kuwait têm grande apelo entre os países de língua árabe; seus diálogos em dialeto kuwaitiano repercutem no público regional, mantendo a audiência por muito tempo após o episódio final. O esporte também tem raízes locais: o Al Kuwait Sporting Club reforçou a seleção nacional de basquete e, em fevereiro de 2020, a cidade sediou seu primeiro Grande Prêmio do Campeonato Mundial de Aquabike.
Marcos históricos e contemporâneos convivem próximos. O Museu Nacional, na Rua Gulf, ao lado da Grande Mesquita, exibe relíquias da Ilha Failaka e um souq reconstruído. A entrada é gratuita e é possível fazer uma pausa diante de um casco tradicional de dhow, cuja madeira ecoa viagens de séculos anteriores. Perto dali, a Sadu House preserva as tradições da tecelagem beduína em uma estrutura de coral e gesso. Bayt Al-Badr, um dos poucos exemplos sobreviventes da arquitetura pré-petróleo, ainda está de pé, embora suas portas possam permanecer fechadas. Entre a mesquita e o museu, o Palácio Seif relembra suas origens em 1896, com seus jardins sombreados por tamareiras. Bem em frente, o prédio da Assembleia Nacional, raramente aberto à visitação, marca o local do debate legislativo. O Museu da Guerra, perto do porto de Shuwaikh, oferece exposições sobre 1990 e 1991, com suas exibições implacáveis sobre a violência da invasão e da libertação.
O espaço verde público reúne famílias e corredores no Parque Al Shaheed, onde o design moderno e elementos esculturais emolduram jardins botânicos e fontes. Nos fins de semana, pequenas feiras surgem ao longo de suas trilhas, com vendedores oferecendo artesanato e comida de rua. À beira da água, o mercado de peixes, a oeste do Souq Sharq, apresenta um cenário frenético: duzentos e setenta e quatro balcões repletos de espécies trazidas ao amanhecer. Os clientes podem comprar seus pescados e prepará-los em restaurantes no local. Barracas adjacentes vendem frutas e vegetais. Além do cais, o Porto de Navios Antigos, com seus tradicionais dhows, permanece aberto a fotógrafos e passeadores noturnos.
Mais a leste, o Centro Científico em Salmiya combina um aquário e um cinema tridimensional, enquanto o Green Island, um parque marinho artificial, oferece vistas elevadas do horizonte da cidade. Para se refrescar do calor, a Praia Dasman é mais tranquila que as marinas, com suas areias proporcionando uma vista privilegiada das torres. Ainda mais perto, o Aqua Park, perto das Torres Kuwait, cobra uma taxa de entrada modesta e conta com piscinas, toboáguas e cabanas à sombra.
As opções de compras variam de shoppings modernos a mercados centenários. O Souq Sharq e o Marina Mall ladeiam a Gulf Road com marcas internacionais; Araya e Al-Salhiya atendem a marcas de luxo; o Avenues, um dos maiores complexos da região, combina butiques, praças de alimentação e espaços de lazer. Souqs tradicionais se espalham pelo centro da cidade: o Al-Mubarakiya oferece lojas de ouro, tecidos e especiarias; o Souk Al-Jum'a, aberto apenas às sextas-feiras, vende produtos de segunda mão; e os mercados Behbehani Mahameed rivalizam com seus preços. Na periferia da cidade, o Complexo Al-Watiya — popular entre as comunidades de expatriados — combina restaurantes locais com barracas de sari e agências de remessas. O Al-Fanar Mall oferece cafés e marcas internacionais em um ambiente descontraído e familiar.
O cotidiano na Cidade do Kuwait oscila entre a conveniência moderna e a cautela cultural. Os índices de criminalidade permanecem baixos e os conflitos regionais não se transformaram em violência, mas alguns subúrbios representam riscos à noite, especialmente para mulheres desacompanhadas. Motoristas frequentemente ignoram as faixas de pedestres; a cautela prevalece em todos os cruzamentos. As normas sociais refletem a fé muçulmana majoritária do país: visitantes adotam trajes modestos em público, embora shoppings e cafés frequentemente exibam modas mais descontraídas. O álcool continua ilegal; o consumo privado persiste discretamente, mas não pode infringir as leis públicas. A liberdade de expressão continua sujeita a restrições: críticas ao Islã ou ao governo acarretam consequências legais.
Expatriados encontram comunidade em clubes sociais, grupos de teatro, grupos itinerantes e corais. Igrejas cristãs atendem fiéis de outras religiões. Embaixadas mantêm registros de guardas para residentes, um passo para garantir assistência médica, assistência emergencial e contatos locais. Médicos e dentistas geralmente se juntam a redes apoiadas por missões estrangeiras.
O clima exige medidas práticas. No verão, a hidratação torna-se essencial. Interiores com ar-condicionado oferecem refúgio; atividades ao ar livre concentram-se antes do meio-dia e após o pôr do sol. As noites de inverno exigem camadas de roupa contra temperaturas que ocasionalmente caem abaixo de zero. A primavera oferece uma janela estreita para caminhadas à beira-mar e reuniões ao ar livre antes que o sol recupere sua força.
A Cidade do Kuwait apresenta contrastes: a claridade de sua baía contra o borrão das tempestades de areia; torres corporativas ao lado de casas históricas de pedra coralina; mercados vibrantes com a agitação matinal contra praias tranquilas ao entardecer. Suas ruas carregam os resíduos da riqueza do petróleo e da tensão geopolítica, e seus espaços culturais testemunham uma sociedade que valoriza a arte e a performance. O resultado é uma cidade moldada pelos recursos subterrâneos, tanto quanto pelas pessoas que se reúnem ao longo de sua orla — uma paisagem urbana ao mesmo tempo pragmática e equilibrada à beira de praias atemporais.
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