Fatos interessantes sobre a Argélia

Fatos interessantes sobre a Argélia

A Argélia, gigante do Norte da África, está repleta de surpresas. É o maior país do continente (2,38 milhões de km²), mas mais de 80% de seu território é coberto pelo Saara. Argel, a capital, ergue-se sobre uma baía do Mediterrâneo e é apelidada de "Cidade Branca". Impérios antigos deixaram ruínas romanas, berberes e otomanas, dos teatros de Timgad aos becos da Casbah. O Saara não é só dunas – até mesmo lá nevou em 2018. A mistura moderna da Argélia é impressionante: quase todos os seus 48 milhões de habitantes são árabes-berberes muçulmanos, mas muitos falam francês. O prato nacional é o farto cuscuz, e o chá de menta é um símbolo cultural. Rica em petróleo e gás, a Argélia financia projetos ambiciosos, mas seus jovens ainda lutam por empregos. Mesmo assim, sua história, culinária e costumes – dos encontros nômades com tâmaras à vida nos cafés da cidade – tornam a Argélia infinitamente fascinante.

A Argélia é uma terra de superlativos e surpresas, a vasta extensão ensolarada conhecida como o gigante da África. Com 2.381.741 quilômetros quadrados, a Argélia é o maior país do continente africano e o décimo maior do mundo. Seu nome evoca o Deserto do Saara – de fato, mais de 80% do território argelino é deserto. No entanto, a história da nação se estende de antigos reis a revoluções modernas, de picos nevados a litorais tropicais. Este guia desvenda as muitas camadas da Argélia – geográficas, históricas, culturais, econômicas e peculiares – com detalhes rigorosamente pesquisados ​​e um tom jornalístico ponderado.

Geógrafos e viajantes encontrarão surpresas: a costa mediterrânea da Argélia estende-se por cerca de 2.148 km, com ondas que nunca chegam às areias do Saara, bem no interior. Ao norte do Saara, encontram-se as exuberantes cordilheiras do Atlas "Tell", enquanto ao sul, erguem-se os planaltos de Hoggar (Ahaggar), ancorados pelo Monte Tahat (3.003 metros) – o ponto mais alto do país. Até mesmo a neve cai no Saara: em 2018, a cidade desértica de Ain Sefra (a "porta de entrada para o Saara") foi coberta por cerca de 40 centímetros de neve. Tais extremos – calor escaldante durante o dia, frio congelante à noite, tempestades de areia e inundações torrenciais – definem o clima da Argélia. Este artigo apresentará em detalhes a geografia, a história e a cultura da Argélia. Você descobrirá não apenas estatísticas e datas, mas a realidade vivida por trás delas – como os argelinos urbanos que vivem em cidades extensas na planície costeira e os povos nômades berberes pastoreando rebanhos sob as mesmas estrelas que contemplavam as antigas ferramentas de pedra.

Geografia e características físicas

A imensidão da Argélia domina qualquer discussão sobre sua geografia. Abrange 2.381.741 km² (919.595 mi²), uma área maior que a de muitos países europeus juntos. Essa vasta extensão territorial está dividida em quatro grandes regiões físicas: o fértil norte mediterrâneo, os planaltos e terras altas áridas do interior, os maciços desérticos acidentados ao sul e o próprio Saara (que, por sua vez, é dividido em sub-regiões). Na prática, o coração da Argélia é o Saara: mais de 80% da superfície do país é deserto ou semideserto. No entanto, a maioria dos argelinos vive no extremo norte. Aproximadamente 91% da população habita a estreita faixa costeira que representa apenas cerca de 12% do território.

  • Tamanho e comparação: A Argélia abrange 2.381.741 km². É o maior país da África e o décimo maior do mundo. De fato, a Argélia é maior do que a área combinada da França, Espanha, Suécia e Alemanha.
  • O Deserto do Saara: Mais de oito em cada dez quilômetros quadrados estão cobertos por areia do deserto. O Saara argelino não se resume às dunas do Saara clássico, mas também inclui planícies rochosas e picos montanhosos como o Hoggar. Grande parte desse território é praticamente desabitada.
  • Topografia: Cadeias montanhosas circundam o norte. O Atlas Tell (montanhas costeiras da Argélia) e o Atlas Saariano se unem a leste para formar o Maciço de Aurès. Mais ao sul, as Montanhas Hoggar (no centro do Saara) elevam-se dramaticamente, abrigando picos irregulares como o Tahat (3.003 m) e até mesmo cumes congelados no inverno. El Oued, uma cidade no sudeste, situa-se em um vale oásis onde Todas as casas têm telhados em forma de cúpula. – o que lhe valeu o apelido “Cidade das Mil Cúpulas”.
  • Litoral: A costa norte da Argélia é banhada pelo Mediterrâneo. Seu litoral mede cerca de 2.148 km (1.335 milhas), com praias de areia branca perto de Oran e cabos rochosos próximos a Annaba. Essa posição estratégica proporcionou séculos de comércio e conquistas por fenícios, romanos, otomanos e outros povos.
  • Extremos climáticos: Do norte mediterrâneo úmido e ameno (invernos chuvosos, verões quentes) às condições desérticas verdadeiramente extremas, o clima da Argélia varia drasticamente. No verão, as temperaturas máximas no Saara podem ultrapassar os 50°C, enquanto as noites de inverno no deserto registram temperaturas abaixo de zero. Surpreendentemente, já nevou em altitudes elevadas. Em janeiro de 2018, a cidade desértica de Ain Sefra (a 1.000 m de altitude) amanheceu com 40 cm de neve – apenas a terceira nevasca registrada no Saara em décadas (as anteriores ocorreram em 1979 e 2017).
  • Fronteiras e vizinhos: A Argélia tem sete vizinhos. No sentido horário, a partir do oeste: Marrocos e o disputado Saara Ocidental, Mauritânia, Mali, Níger, Líbia e Tunísia. Sua fronteira ocidental com Marrocos está fechada desde 1994 (refletindo tensões políticas de longa data). Ao norte e leste, a Argélia compartilha o Mediterrâneo com a Europa.

Principais fatos geográficos: A área territorial da Argélia é enorme – maior do que a de quase qualquer outra nação. O Saara domina o sul (mais de 80% deserto), enquanto quase toda a população vive na estreita faixa costeira. Apesar da aridez, até mesmo o Saara registra neve (Ain Sefra, 2018). Entre os pontos mais altos, destaca-se o Monte Tahat (3.003 m); a vasta costa mediterrânea da Argélia estende-se por 2.150 km, conectando o país aos mares azuis do norte.

Fatos históricos: da Numídia à independência

A geografia moderna da Argélia esconde uma história complexa que remonta à Antiguidade. Na Antiguidade, grande parte do que hoje é o norte da Argélia era a Numídia, o primeiro reino berbere e um dos primeiros estados da África. Por volta de 200 a.C., o rei Masinissa uniu tribos númidas rivais e aliou-se a Roma nas Guerras Púnicas. O reino númida evoluiu ao longo dos séculos: alternou entre província romana e reino cliente local até que, finalmente, o Império Romano o anexou em 46 a.C. Ruínas romanas (como as cidades de Timgad e Djémila) ainda pontilham a paisagem, testemunhando mais de 400 anos de domínio romano. Após a queda de Roma, vândalos e bizantinos dominaram a região por um tempo, mas, no século VII, exércitos árabes muçulmanos chegaram do leste. A conquista árabe (c. 680 d.C.) disseminou o Islã pelo Norte da África; o árabe gradualmente tornou-se dominante, misturando-se com a cultura berbere nativa.

  • Impérios medievais: Entre os séculos VIII e XV, a Argélia testemunhou a ascensão de poderosas dinastias berberes (como os Ziridas e os Almóadas) e o estabelecimento de relações duradouras com a Andaluzia espanhola. Cidades costeiras como Tremecém e Argel tornaram-se vibrantes centros de comércio e conhecimento.
  • Domínio otomano: Em 1516, os irmãos Barbarossa (capitães corsários) tomaram Argel. Eles e seus sucessores estabeleceram a Regência de Argel – um estado vassalo otomano que durou até 1830. Durante três séculos, o Mediterrâneo foi a principal via marítima da Argélia: corsários norte-africanos atacavam navios europeus, e os governadores otomanos (deys) mantinham uma forte presença otomana, ainda que organizada localmente.
  • Colonização francesa (1830–1962): Em 1830, a França invadiu o país e iniciou 132 anos de domínio colonial. A guerra para conquistar a Argélia foi brutal e prolongada. Em 1875, a Argélia foi em grande parte pacificada pela força, com enormes perdas de vidas. (Uma estimativa aponta para cerca de 800.000 baixas entre os argelinos nativos durante o período colonial.) Os colonizadores declararam a Argélia parte da França, mas discriminaram duramente a maioria muçulmana.

Cronologia principal: Numídia antiga (reino berbere) ▶ África romana (província romana) ▶ Dinastias árabe-muçulmanas (séculos VII a XVI) ▶ Regência otomana (1516–1830) ▶ Argélia francesa (1830–1962) ▶ Independência (1962).

  • Guerra da Independência: Uma luta nacionalista eclodiu em 1954, quando a Frente de Libertação Nacional (FLN) iniciou uma guerra de guerrilha contra a França. Oito anos de conflito terminaram com a independência através dos Acordos de Évian (assinados em março de 1962) e a declaração formal da República Popular Democrática da Argélia em 5 de julho de 1962. As estimativas do custo humano da guerra ainda são controversas: fontes francesas frequentemente citam cerca de 400.000 mortes (entre combatentes e civis), enquanto relatos argelinos apontam para até 1,5 milhão de argelinos mortos.
  • Guerra Civil (1992–2002): Na década de 1990, a Argélia sofreu um sangrento conflito interno. Com a escalada da violência entre o governo e os insurgentes islamitas, mais de 150 mil pessoas foram mortas. A guerra devastou comunidades, mas a Argélia moderna, desde então, gradualmente retornou à estabilidade.
  • Descobertas pré-históricas: Descobertas arqueológicas recentes levaram a história da Argélia ainda mais para trás. Nos planaltos do nordeste, perto de Sétif, pesquisadores encontraram ferramentas de pedra do estilo Olduvaiense com 2,4 milhões de anos no sítio arqueológico de Ain Boucherit. Isso significa que hominídeos (humanos primitivos ou seus parentes) habitaram a Argélia muito antes do surgimento do Homo sapiens, desafiando antigas ideias sobre as primeiras migrações humanas a partir da África Oriental.

Ao longo dessas eras, o patrimônio cultural da Argélia se acumulou. Da arte rupestre de Tassili n'Ajjer (datada de mais de 10.000 anos) à cidadela da Casbah de Argel (uma cidade medieval fortificada), o passado da Argélia está gravado em sua paisagem. Cada camada da história – berbere, árabe, otomana, francesa – contribui para a complexa identidade da nação.

Símbolos Políticos e Nacionais

A Argélia é hoje oficialmente a República Popular Democrática da Argélia. É uma república semipresidencial com um sistema multipartidário. Administrativamente, o país está dividido em 58 províncias (wilayas) e mais de 1.500 municípios. Principais fatos e símbolos modernos:

  • Bandeira: A bandeira da Argélia é verde e branca com uma estrela e uma lua crescente vermelhas. O verde representa o Islã, a lua crescente e a estrela também são símbolos islâmicos, o branco representa a pureza e o vermelho representa o sangue dos mártires. (As cores remetem a antigas bandeiras de resistência.) A lua crescente e a estrela ligam a Argélia a uma herança árabe e islâmica mais ampla.
  • Hino – “Qassaman”: O hino nacional da Argélia é Kassaman (“Nós Prometemos”), escrita em 1956 durante a guerra de independência. De forma incomum, sua letra é explicitamente Dê o nome de outro paísFrança. Nos versos e no refrão do hino, são invocadas a luta contra o domínio colonial francês e a memória dos mártires. (Diz a tradição que, quando o Presidente da França visita o país, a Argélia omite as estrofes que mencionam a França.)
  • Dia Nacional: O dia 1 de novembro (Dia da Revolução) é o principal feriado nacional da Argélia. Comemora os ataques coordenados da FLN contra alvos franceses em 1954, que deram início à guerra de independência. Outra data patriótica é o dia 5 de julho, data em que a independência foi declarada em 1962.
  • Sistema jurídico: O direito argelino é uma mistura de direito civil francês (da época colonial) e direito islâmico (Sharia). Os tribunais civis lidam com a maioria dos casos, mas as questões de estado civil (casamento, herança) são regidas pela lei religiosa.
  • Afiliações internacionais: A Argélia tem uma influência diplomática desproporcional ao seu tamanho. Foi membro fundador da União do Magreb Árabe (juntamente com Marrocos, Tunísia, Líbia e Mauritânia) e é membro ativo da União Africana, da Liga Árabe e da OPEP. Sua empresa petrolífera estatal, a Sonatrach, é a maior corporação da África, o que reforça o papel da Argélia como um dos principais exportadores de energia.

Símbolo em destaque: A bandeira da Argélia é rica em significados: verde para o Islã, branco para a paz e a pureza, vermelho para o sacrifício. O hino nacional “Qassaman” Refere-se diretamente à luta da Argélia contra a França. O Dia da Revolução (1º de novembro) marca a revolta de 1954. A Argélia mantém laços com sua história por meio desses símbolos e por meio da participação em organismos regionais e globais (UA, Liga Árabe, OPEP).

Língua e identidade cultural

A Argélia moderna possui uma complexa mistura linguística e cultural. A Constituição reconhece duas línguas oficiais: o árabe padrão moderno (APM) e o tamazight (berbere). (Em 2016, o governo argelino reconheceu integralmente o tamazight na Constituição.) No dia a dia, o árabe argelino – um dialeto magrebino (darja) – é a língua materna da maioria da população. As línguas berberes são faladas pelas comunidades amazigh, principalmente nas regiões da Cabília e do Saara.

Outro legado histórico é o francês. A Argélia não possui uma língua colonial oficial, mas o francês é amplamente utilizado na mídia, na educação e nos negócios. Estima-se que 15 milhões de argelinos falem ou entendam francês. Seu papel é alvo de intenso debate: as gerações mais jovens frequentemente aprendem inglês ou francês na escola, e a Argélia está introduzindo o inglês na educação de forma acelerada. Mas, por ora, o francês continua sendo a principal segunda língua.

A identidade da Argélia também é fortemente islâmica (99% dos argelinos são muçulmanos sunitas), e o Islã está enraizado no cotidiano e nas leis. No entanto, há espaço para o laicismo: as mulheres argelinas têm conquistas educacionais notáveis ​​(veja abaixo) e as minorias religiosas têm alguns direitos. A culinária, as artes e a música argelinas refletem influências berberes, árabe-andaluzas, otomanas e francesas. Por exemplo, chuva A música de Oran combina vocais árabes com instrumentos ocidentais, e a literatura argelina (de Albert Camus a escritores contemporâneos) faz parte de um mundo intelectual francófono e árabe mais amplo.

Em resumo, o tecido cultural da Argélia é multifacetado: antigas raízes berberes, tradições islâmicas desde o século VII e vestígios da influência colonial francesa e europeia. Essa mistura é visível na psique argelina: orgulhosa da herança árabe-islâmica, ferozmente independente (moldada pela luta anticolonial), mas também, em geral, aberta à cultura global.

Informações sobre o idioma: O árabe padrão moderno (MSA) e o tamazight (berbere) são línguas oficiais. O árabe argelino (darja) é falado por praticamente todos; cerca de 15 milhões de argelinos também falam francês. O inglês está se tornando cada vez mais comum nas escolas. Culturalmente, a Argélia se identifica fortemente com o Islã (99% sunitas), mas compartilha laços mediterrâneos e africanos por meio da culinária, da música (rai) e das artes.

Demografia e População

Na década de 2020, a população da Argélia era de cerca de 48 milhões de habitantes, tornando-a o terceiro país árabe mais populoso, depois do Egito e do Sudão, e o décimo mais populoso da África. Possui uma população jovem: aproximadamente 29% têm menos de 15 anos (cerca de uma em cada três crianças) e a idade mediana situa-se apenas na faixa dos 20 anos.

Os argelinos são predominantemente urbanos: cidades e vilas abrigam cerca de 75% da população. A maior cidade é Argel, a capital costeira, com uma área urbana superior a 4 milhões de habitantes. Outras cidades importantes incluem Oran (costa noroeste, cerca de 1 milhão), Constantine (leste, cerca de 500 mil) e Annaba (próximo à fronteira com a Tunísia, cerca de 300 mil). Frequentemente, essas cidades possuem bairros conhecidos por suas construções caiadas de branco, o que lhes rendeu apelidos como “Argel, o Branco” – “Argel, a Branca” – em referência à casbá de pedra brilhante com vista para a baía.

Etnicamente, cerca de 73,6% dos argelinos são árabes-berberes e 23% são berberes/amarguras. Praticamente 99% da população pratica o Islã, quase inteiramente sunita. Existem pequenas comunidades cristãs e judaicas, mas são diminutas. Há uma comunidade consolidada de chaoui, cabila, tuaregue e outros povos amazigh, com línguas e tradições distintas. Muitos habitantes rurais do Saara são nômades ou seminômades (por exemplo, pastores tuaregues, saarauís no sudoeste).

Notavelmente, as taxas de alfabetização e educação dispararam: mais de 80% dos argelinos são alfabetizados, e as mulheres agora superam ligeiramente os homens entre os graduados universitários. De fato, as mulheres argelinas em geral são extremamente bem-educadas (veja a próxima seção). A expectativa de vida é de cerca de 77 anos, e o Índice de Desenvolvimento Humano da Argélia é o mais alto do continente africano (refletindo anos de investimento em educação e saúde).

Panorama da população: Aproximadamente 48 milhões de pessoas; 91% vivem no norte do Mediterrâneo. Capital Argel: aproximadamente 4,3 milhões (área urbana) e apelidada de “A Cidade Branca”Quase 99% muçulmanos (principalmente sunitas). Árabes (frequentemente com ascendência berbere) cerca de 74%, berberes/amaziges cerca de 23%. Muito jovens: cerca de 30% com menos de 15 anos. Mais de 80% de alfabetização.

Economia e Recursos Naturais

A economia da Argélia é fortemente influenciada por sua riqueza energética. O país possui vastas reservas de hidrocarbonetos: na década de 2020, figurava entre os maiores produtores mundiais de petróleo e, principalmente, de gás natural. Especificamente, a Argélia é o 4º maior exportador de gás natural do mundo (depois da Rússia, Catar e Noruega) e possui a 9ª maior reserva comprovada de gás do planeta. Também ocupa a 16ª posição em reservas comprovadas de petróleo (cerca de 12,2 bilhões de barris).

Assim, o petróleo e o gás dominam as exportações e as receitas governamentais da Argélia. Cerca de 95 a 98% das receitas de exportação provêm do petróleo e do gás natural. A gigante estatal de energia Sonatrach é a maior empresa da África; ela opera os campos de petróleo e os oleodutos e gasodutos e é uma importante fornecedora de gás para a Europa (especialmente gás natural por gasoduto para a Espanha e a Itália). A Argélia é membro da OPEP em parte por esses motivos.

Essa riqueza petrolífera proporcionou à Argélia reservas substanciais de moeda estrangeira. Durante anos, a Argélia esteve livre de dívidas: suas reservas cobrem mais de um ano de importações, e o país praticamente não possui dívida externa. Essa solidez fiscal tem sido uma conquista notável – a maioria dos países do porte da Argélia possui dívidas elevadas, mas as vendas estratégicas de hidrocarbonetos da Argélia financiaram infraestrutura, subsídios e programas de bem-estar social.

Apesar disso, a Argélia enfrenta desafios econômicos. A forte dependência do setor energético a torna vulnerável às oscilações do preço do petróleo. Quando os preços do petróleo caíram drasticamente em meados da década de 2010, o crescimento desacelerou. Além disso, a riqueza é desigual. Apesar dos gastos públicos, cerca de 25% dos argelinos vivem com US$ 1,90 por dia ou menos (dados do Banco Mundial) – o que reflete bolsões de pobreza e disparidades regionais no acesso a serviços. A agricultura é limitada: apenas cerca de 3,5% das terras da Argélia são aráveis, e secas (exacerbadas pelas mudanças climáticas) atingem frequentemente as áreas agrícolas.

Alguns indicadores e fatos econômicos importantes:

  • Exportações de gás: 4º maior do mundo. Gás e petróleo juntos representam mais de 95% das exportações.
  • Gás natural: A Argélia detém as quartas maiores reservas comprovadas (e exporta grandes quantidades por meio de gasodutos e GNL).
  • Óleo: Reservas comprovadas de aproximadamente 12,2 bilhões de barris (frequentemente classificada em torno da 16ª posição mundial).
  • Sonatrach: A empresa nacional de energia, estatal, é a maior empresa da África. Ela administra praticamente toda a produção e refino de petróleo e gás.
  • Classificação econômica: A Argélia possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano da África continental, reflexo dos investimentos em educação e saúde financiados pelo petróleo. Sua economia é frequentemente classificada como a segunda ou terceira maior da África (depois da Nigéria e da África do Sul).
  • Moeda: A moeda nacional é o dinar argelino (DZD). Ela é negociada livremente desde 2022, após anos de indexação oficial ao euro.
  • Agricultura: Com apenas 3,5% de terras aráveis, a Argélia ainda produz grandes quantidades de trigo, frutas cítricas, azeitonas e gado, mas precisa importar muitos alimentos básicos.

Apesar da riqueza petrolífera, o desemprego (especialmente entre os jovens) é um problema crônico (ver Questões Modernas). A diversificação econômica – para o turismo, a indústria e as energias renováveis ​​– é uma das principais metas do governo.

Panorama Econômico: A riqueza da Argélia provém do gás e do petróleo. É o terceiro maior produtor de petróleo da OPEP na África. Os recursos naturais representam cerca de 98% das exportações. A Sonatrach é a maior empresa do continente. Essa riqueza tornou a Argélia praticamente livre de dívidas. Mesmo assim, a economia enfrenta dificuldades com o alto índice de desemprego juvenil e a pobreza. Notavelmente, apenas cerca de 3,5% das terras são cultivadas, o que torna o país dependente da importação de alimentos.

Sítios do Patrimônio Mundial da UNESCO

A Argélia possui um número notável de Patrimônios Mundiais da UNESCO, refletindo sua história diversificada. De fato, sete sítios culturais são reconhecidos (além da Grande Mesquita de Argel, concluída em 2021, que possui o minarete mais alto do mundo – um fato que destacamos abaixo). Cada Patrimônio Mundial da UNESCO é uma janela para uma era diferente:

  • Al Qal'a de Beni Hammad (Província de M'Sila, inscrita em 1980): Uma cidade fortificada em ruínas do século XI nas montanhas Hodna. Foi a primeira Hammadid A capital, com sua rua principal ladeada por palmeiras, as fundações de uma grande mesquita e as ruínas de um luxuoso palácio, remetem a um reino berbere medieval.
  • Tassili n'Ajjer (Província de Illizi, inscrita em 1982): Talvez o sítio da UNESCO mais famoso da Argélia. Trata-se de um vasto planalto de arenito no sudeste do Saara, famoso por... Mais de 15.000 pinturas e gravuras rupestres pré-históricas Datando de 10.000 a.C. até a era romana, essas imagens vívidas (de gado de chifres longos, caçadores-coletores e criaturas míticas) fazem de Tassili uma das maiores galerias "a céu aberto" do mundo.
  • Vale M'Zab (província de Ghardaïa, inscrito em 1982): Um oásis singular no norte do Saara. Fundado em 1012 por muçulmanos ibaditas, consiste em cinco cidades fortificadas (ksars) construídas com pedra e tijolo locais em perfeita harmonia com o deserto. As ruelas estreitas, as mesquitas caiadas e as tamareiras exemplificam o urbanismo tradicional do deserto.
  • Djémila (Província de Sétif, inscrita em 1982): Um exemplar lindamente preservado. cidade romana nas montanhas (A antiga Cuicul) fundada por volta de 100 d.C. No alto do Atlas Telliano, as ruínas de Djémila incluem templos, uma basílica, um teatro, arcos triunfais e casas elaboradas, tudo em meio a olivais e colinas. É frequentemente chamada de "Pompeia da África".
  • Tipasa (Província de Tipaza, inscrita em 1982): A antiga Tipasa situa-se num planalto costeiro. Foi primeiro um entreposto comercial fenício (século VI a.C.) e mais tarde uma próspera cidade romana. Hoje, é um cenário de ruínas impressionante: um grande anfiteatro, basílicas, um mausoléu (o Mausoléu Real da Mauritânia) e catacumbas cristãs, todos com vista para o mar. A justaposição das ondas do Mediterrâneo com as pedras antigas é fascinante.
  • Timgad (Província de Batna, inscrita em 1982): Outra fundação romana (fundada em 100 d.C. pelo imperador Trajano). Timgad foi uma colônia militar planejada, famosa por seu traçado ortogonal (ruas que se cruzam em ângulos retos). Os destaques incluem um majestoso Arco do Triunfo, o fórum, templos e um dos teatros romanos mais bem preservados do Norte da África.
  • Casbá de Argel (Província de Argel, inscrita em 1992): O coração histórico de Argel, uma cidadela no topo de uma colina e cidade medieval que remonta ao século X e foi posteriormente expandida pelos otomanos. O labirinto de ruelas estreitas, os elegantes palácios otomanos, as mesquitas com cúpulas e as varandas da Casbah exemplificam a herança andaluza-islâmica. Das muralhas da Casbah, avista-se a Argel moderna a estender-se sob as casas brancas – a mistura do antigo e do novo é digna de Património Mundial da UNESCO.
  • Djamaa el Djazaïr – Grande Mesquita de Argel (Grande Mesquita, inaugurada em 2021): Embora ainda não seja um Patrimônio Mundial da UNESCO, é notável. Esta enorme mesquita moderna à beira-mar possui o minarete mais alto do mundo (265 m) e capacidade para 120.000 fiéis. Ela simboliza o renascimento contemporâneo da Argélia e sua homenagem à arquitetura islâmica.

Cada um desses sítios arqueológicos conta uma história: desde os agricultores pré-históricos do Saara (Tassili) e os colonizadores romanos (Djémila, Timgad) até os berberes medievais (M'Zab, Beni Hammad) e os construtores de cidades da era otomana (Casbah). Juntos, eles mostram como a Argélia foi uma encruzilhada de civilizações.

Destaques do Patrimônio Mundial: Tassili n'Ajjer – 15.000 desenhos rupestres antigos (10.000 a.C. ao século I d.C.). Vale de M'Zab – 5 ksour ibaditas compactos dos séculos XI-XII. Djémila e Timgad – Cidades da época romana com templos e teatros. Tipasa – Ruínas fenícias e romanas junto ao Mediterrâneo. Casbá de Argel – cidadela medieval de pedra branca e mesquitas. E a nova Grande Mesquita de Argel possui um minarete de 870 pés, o mais alto do mundo.

Vida Selvagem e Meio Ambiente Natural

As vastas paisagens da Argélia sustentam uma vida diversificada – desde florestas costeiras no norte até flora e fauna desérticas no sul.

  • Raposa-do-deserto: A raposa-do-deserto (Vulpes zerda) é provavelmente o animal mais conhecido da Argélia. Esta pequena raposa noturna – que se distingue pelas suas enormes orelhas (até 15 cm) – está perfeitamente adaptada ao Saara. Retém água de forma eficiente e caça insetos à noite. A raposa-do-deserto é tão emblemática que a seleção nacional de futebol da Argélia recebeu o apelido de “Les Fennecs” (Os Fenecos) em sua homenagem. As imagens da raposa adornam selos e logotipos, simbolizando a resiliência numa terra inóspita.
  • Guepardo em perigo de extinção: A Argélia é um dos últimos refúgios do guepardo-do-saara (Acinonyx jubatus hecki), uma subespécie criticamente ameaçada de extinção. Estimativas apontam para menos de 250 indivíduos restantes na natureza (algumas estimativas chegam a apenas 190, divididos entre a Argélia e o Mali). Esses guepardos de pelagem clara habitam áreas desérticas remotas. Conservacionistas lutam contra a caça ilegal e a perda de habitat para salvá-los.
  • Outros animais selvagens: Nas florestas do Atlas e da costa, encontram-se javalis, chacais, raposas, hienas e uma rica avifauna (como flamingos em zonas úmidas). Os oásis abrigam palmeiras e bosques de acácias. Os camelos, naturalmente, são icônicos: o dromedário (Camelus dromedarius), com sua corcova, foi domesticado no Norte da África. Répteis como víboras e lagartos-de-cauda-espinhosa percorrem as dunas. Entre as plantas, a figueira-do-saara e arbustos do deserto sobrevivem com pouca água. Historicamente, o leão-do-atlas e o urso-do-atlas habitavam esta região; hoje, estão extintos localmente.
  • Questões ambientais: A Argélia enfrenta sérios desafios ambientais. A desertificação está avançando, impulsionada pelas mudanças climáticas e pelo sobrepastoreio. Secas que duram décadas têm “A agricultura e a pecuária foram dizimadas”, especialmente no leste da Argélia. A água é extremamente escassa: a água superficial limita-se a alguns rios (como o Chelif, o mais longo da Argélia) e a água subterrânea é escassa. A poluição proveniente das operações de petróleo e gás e dos resíduos urbanos também afeta os ecossistemas. Em resposta, a Argélia iniciou iniciativas de reflorestamento e energia solar, mas ainda há muito a ser feito para preservar os recursos hídricos e do solo.

Apesar dessas pressões, os esforços de conservação da Argélia têm obtido sucesso: por exemplo, em 2019, a Argélia foi declarada livre da malária pela Organização Mundial da Saúde, tornando-se o segundo país africano (depois de Maurício) a alcançar esse feito. O país também criou diversos parques nacionais (Hoggar, Ahaggar, Tassili) para proteger áreas de grande biodiversidade.

Destaques da vida selvagem: O animal nacional da Argélia é a minúscula raposa-do-deserto. O Saara também abriga o guepardo-do-saara, espécie criticamente ameaçada de extinção (restam menos de 250 indivíduos na natureza). Oásis de palmeiras e arbustos do deserto pontilham o sul, enquanto florestas de pinheiros e carvalhos se estendem pelo norte. A desertificação e a seca são ameaças constantes, mas os vastos parques do país visam proteger seu ecossistema desértico único.

Comida, culinária e tradições culinárias

A gastronomia da Argélia é uma rica tapeçaria tecida com influências berberes, árabes, mediterrâneas e europeias. Aqui estão alguns destaques culinários:

  • Cuscuz: Frequentemente citado como prato nacional da Argélia, o cuscuz é fundamental na culinária argelina. Esses pequenos grânulos de sêmola, geralmente cozidos no vapor com cordeiro ou frango, legumes e grão-de-bico, são presença constante nas mesas festivas todas as sextas-feiras (o dia sagrado) e em feriados. Os argelinos se orgulham de suas receitas de cuscuz, que variam de região para região (alguns adicionam abóbora, outros cenoura, nabo ou linguiça picante merquez).
  • Datas: A Argélia é um dos maiores produtores de tâmaras do mundo. Nos últimos anos, colheu cerca de 1,3 milhão de toneladas, o que a coloca entre os principais produtores globais. A famosa variedade Deglet Nour (frequentemente chamada de "rainha das tâmaras") é cultivada nos oásis do norte do Saara. Com milhares de anos de história, as tamareiras são chamadas de "árvore da vida" na Argélia. Devido à sua doçura e valor nutricional, os argelinos tradicionalmente recebem os visitantes com tâmaras e leite como sinal de hospitalidade. As tâmaras também são usadas em doces: o makroud (pastel recheado com tâmaras) é popular em toda a África do Norte.
  • Pão: O pão é tão importante na Argélia que o país tem um dos maiores consumos per capita de pão do mundo. Pães de trigo (em pães ázimos e baguetes) e de sêmola são comuns. Os argelinos costumam dizer que nunca se deve deixar migalhas, pois desperdiçar pão é tradicionalmente visto como desrespeitoso.
  • Ensopados picantes e muito mais: Além do cuscuz, pratos famosos incluem chakhchoukha (pedaços de pão achatado fino cozidos com cordeiro e grão-de-bico), pedaço (uma massa frita com ovo e ervas, frequentemente consumida no Ramadã), tajines (ensopados de cozimento lento), a respeito disso (uma sopa substanciosa de tomate e lentilha, especialmente no Ramadã), e nascer do sol (Tomates, pimentões, ovos – conhecido mundialmente por uma variante chamada “shakshuka”). A Argélia também é famosa por mechoui (Cordeiro inteiro assado sobre brasas). Especiarias como cominho, açafrão, canela e ras el hanout são amplamente utilizadas.
  • Cultura do chá: Chá de menta (frequentemente chamado simplesmente de fígado está disponível O chá de menta é a bebida argelina por excelência. É servido de um bule de prata em pequenos copos, criando uma espuma na superfície. três xícaras de chá Oferecer um brinde a um convidado é costumeiro – faz parte do ritual de hospitalidade. O chá da tarde é uma ocasião para a família e para socializar. Curiosamente, o álcool é raro; a Argélia tem leis que restringem o vinho e as bebidas alcoólicas (o que, combinado com sua cultura conservadora, significa que a maioria dos argelinos bebe muito pouco álcool).
  • Outras especialidades: A Argélia cultiva azeitonas (para azeite e consumo in natura), frutas cítricas, uvas e uvas para vinho doce (mais uma influência mediterrânea). A harissa (pasta de pimenta) é comumente usada para dar um toque picante. Biscoitos argelinos (como chifres de gazela recheados com pasta de amêndoas) são famosos durante o Ramadã e em casamentos.

Petiscos rápidos da culinária: O cuscuz com cordeiro ou frango é o prato nacional da Argélia. As tâmaras (Deglet Nour) são um dos principais produtos de exportação – a Argélia produz mais de um milhão de toneladas por ano – e são servidas com leite em rituais de boas-vindas. O chá de menta, com três goles, é a marca registrada da hospitalidade. Apesar da herança colonial francesa, a culinária argelina é muito próxima da culinária magrebina (compartilhada com Marrocos e Tunísia), com muitos grãos, especiarias e molhos cozidos.

Esportes, Artes e Conquistas Notáveis

A Argélia deixou sua marca na cultura e no esporte internacional:

  • Futebol (Soccer): O futebol é o esporte mais popular. A seleção nacional (“Les Fennecs”) conquistou a Copa Africana de Nações duas vezes: a primeira em 1990 (em casa) e a segunda em 2019. A Argélia se classificou para várias Copas do Mundo da FIFA. Clubes argelinos como o ES Sétif e o JS Kabylie também já venceram campeonatos continentais.
  • Olimpíadas: Os atletas argelinos têm competido consistentemente no cenário olímpico desde 1964. O país conquistou cinco medalhas de ouro olímpicas (até 2024), sendo quatro delas na prova dos 1500 metros. Entre elas, estão Hassiba Boulmerka (1500m feminino, 1992), Noureddine Morceli (1500m masculino, 1996), Nouria Merah-Benida (1500m feminino, 2000) e Taoufik Makhloufi (1500m masculino, 2012). A quinta medalha de ouro foi conquistada no boxe (peso pena, Hocine Soltani, em 1996). No total, a Argélia acumula cerca de 20 medalhas olímpicas (a maioria no atletismo e no boxe).
  • Laureados com o Prêmio Nobel: Notavelmente, dois laureados com o Prêmio Nobel são originários da Argélia. Albert Camus (Literatura, 1957) nasceu em Mondovi, na Argélia francesa. (Os escritos de Camus, embora em francês, frequentemente exploram temas da vida argelina e tensões coloniais.) Claude Cohen-Tannoudji (Física, 1997) nasceu em Constantine, em 1933. Suas conquistas acrescentam uma camada de prestígio acadêmico internacional ao legado da Argélia.
  • Música e Artes: A Argélia é o berço de chuvaO rai é um gênero musical que mescla estilos tradicionais e modernos (jovens dançavam ao som do rai nas ruas de Oran na década de 1960). Cantores famosos de rai, como Cheb Khaled, tornaram-se estrelas internacionais. Além disso, a Argélia possui uma rica tradição de poesia árabe e música clássica andaluza. Na literatura, além de Camus, autoras como Ahlam Mosteghanemi (a romancista árabe mais lida) e Assia Djebar (romancista e cineasta) levaram as vozes argelinas ao mundo.

De modo geral, as contribuições da Argélia para o esporte, a literatura e a cultura superam em muito o que se poderia esperar de um país que só "renasceu" como um estado moderno em 1962. Sua cena artística – embora menos conhecida globalmente – é vibrante, com teatros, galerias de arte e festivais em Argel, Oran e outras cidades.

Fatos únicos e incomuns

A Argélia tem a sua quota de curiosidades e peculiaridades que muitas vezes surpreendem os estrangeiros:

  • Camelos e cavalaria: No século XIX, o Exército dos EUA importou camelos do Norte da África para realizar experimentos no deserto do Sudoeste americano. Em 1856, o navio USS Supply trouxe camelos (provenientes do Norte da África otomana) para os Estados Unidos. Embora esse projeto do Corpo de Camelos tenha tido curta duração, alguns camelos permaneceram no Texas após a Guerra Civil Americana. Na própria Argélia, o exército colonial francês manteve uma cavalaria Méhariste, composta por tropas montadas em camelos, que patrulharam o Saara até a independência em 1962. (A Legião Estrangeira também possuía suas próprias unidades de camelos.)
  • Briga de ovelhas: Surpreendentemente, a luta de ovelhas (combat taa lkbech) é um esporte rural tradicional em algumas partes da Argélia. Dois carneiros batem cabeças para decidir quem será o vencedor, enquanto os moradores apostam neles. Embora tecnicamente ilegal, as autoridades muitas vezes toleram esses eventos. Tornou-se conhecido durante a década de 1990 como uma das poucas formas de "entretenimento público" permitidas durante o toque de recolher, refletindo a cultura rural.
  • Apagão da internet: A Argélia chegou a desligar a internet em todo o país por dois dias durante o período de exames do ensino médio em 2018, para evitar fraudes. Essa medida incomum chamou a atenção internacional para as medidas de controle da Argélia na era digital.
  • Livre de malária: Em maio de 2019, a Argélia foi certificada como livre de malária pela OMS. Foi o segundo país africano (depois das Ilhas Maurícias) a alcançar esse status. Hoje, a transmissão autóctone da malária não ocorre mais na Argélia.
  • Camuflagem dos protestos: Os argelinos são conhecidos pelo seu humor na hora de expressar dissidência. Durante os protestos do Hirak em 2019, os manifestantes usaram memes e cartazes que parodiavam marcas. Um cartaz famoso dizia "Só a Chanel pode ser a nº 5" (zombando da quinta candidatura presidencial de Bouteflika). Outro se apropriou do logotipo do cigarro Camel (Camel, em gíria árabe, significa "todos nós"); nele se lia: “O povo está todo contra você”Essas brincadeiras espirituosas viralizaram na internet.
  • Cenas do filme: Partes do original de 1932 Tarzan, o Homem-Macaco As filmagens ocorreram na Argélia, nos arredores de Argel. (Esta é uma curiosidade de Hollywood, não um fato conhecido, mas estudiosos de cinema observaram que o Saara argelino serviu como substituto para a selva americana.)
  • Registro de temperatura: A temperatura mais alta oficialmente registrada na Argélia é de 3°C (124,3°F), medida em Ouargla em julho de 2018. Em setembro de 2021, termômetros de ar ainda mais quentes em Burkina Faso ultrapassaram brevemente essa marca durante a mesma onda de calor no Saara. Mesmo assim, o valor registrado na Argélia está entre os mais altos medidos com confiabilidade em todo o planeta.
  • Importação de camelos dos EUA: (Já abordado acima na seção sobre camelos.)

Esses fatos costumam aparecer como perguntas de quiz sobre a Argélia, mas cada um deles destaca uma faceta da vida argelina – a fusão de tradições antigas (ovelhas e tâmaras), legados coloniais (camelos, cavalaria francesa, missões ultramarinas) e peculiaridades modernas (bloqueio da internet, arte de protesto).

Destaque curioso: A herança saariana da Argélia se manifesta em fatos curiosos: o "Corpo de Camelos" do Exército dos EUA, na década de 1850, utilizava camelos trazidos do Norte da África; comunidades rurais praticam rinhas de ovelhas ilegais. Em 2019, a Argélia foi erradicada da malária, e os manifestantes são conhecidos por seu humor criativo (como memes de piratas satirizando autoridades). A temperatura mais alta já registrada em um deserto (51,3 °C) foi na Argélia (Ouargla, 2018).

Direitos das Mulheres e Progresso Social

Um dos fatos sociais mais notáveis ​​da Argélia é o elevado status das mulheres na educação e nas profissões – especialmente em comparação com outros países do mundo árabe-muçulmano. Desde a independência, a Argélia tem promovido fortemente a educação feminina. Hoje, as mulheres argelinas representam cerca de 60% dos estudantes universitários. Nas profissões, aproximadamente 70% dos advogados e 60% dos juízes na Argélia são mulheres, as maiores proporções do mundo árabe. As mulheres também dominam as áreas da medicina e da ciência.

Apesar desses avanços, os desafios persistem. A participação feminina no mercado de trabalho fora da sala de aula é menor (devido à persistência de barreiras legais e sociais). Um relatório da UNESCO aponta que apenas cerca de 50% das mulheres formadas encontram emprego, e somente 7% dos empreendedores argelinos são mulheres. Atitudes tradicionais ainda influenciam os papéis familiares. Por exemplo, a igualdade de direitos de herança entre filhos e filhas, prevista na lei islâmica (Sharia), não foi plenamente alcançada, e o direito de família ainda impõe algumas restrições às mulheres.

Apesar disso, as mulheres argelinas contribuem com uma parcela maior da renda familiar do que os homens, e suas conquistas educacionais lhes conferem uma nova influência. A transformação ocorrida nas últimas décadas – de normas conservadoras rígidas para a presença atual de mulheres à frente de importantes profissões jurídicas e médicas – é uma das histórias mais marcantes da Argélia moderna. Ela reflete tanto as políticas estatais (leis que incentivam a escolaridade feminina) quanto o equilíbrio singular da sociedade argelina entre tradição e modernidade.

Progresso das Mulheres: A Argélia é uma exceção: as mulheres representam cerca de 60% dos juízes e 70% dos advogados. Elas também superam os homens nas universidades (as mulheres são cerca de 65% dos estudantes universitários). As mulheres argelinas, em geral, têm altos níveis de alfabetização (81%) e escolaridade. No entanto, a participação na força de trabalho e o empreendedorismo ficam atrás dos homens. O país é frequentemente citado como um exemplo de nação de maioria muçulmana que alcançou maior paridade de gênero na educação e nas profissões.

Destaques turísticos e regionais

As regiões da Argélia são muito diferentes entre si. Uma breve visita mostraria:

  • Norte da Argélia (o Tell): Planícies costeiras férteis e montanhas. Argel (capital) está aqui, com sua cidadela da Casbah da era otomana, mesquitas modernas (incluindo a nova Djamaa El Djazaïr), bulevares construídos pelos franceses e o patriótico Memorial dos Mártires. Nas proximidades, encontram-se cidades como Blida (porta de entrada para o Parque Nacional de Chréa, no Atlas), Béjaïa (bela baía mediterrânea) e Tipasa (ruínas antigas à beira-mar). O clima é mediterrâneo: verões quentes e secos, invernos amenos e úmidos com neve nos picos mais altos do Atlas.
  • Argélia Oriental: Entre as principais cidades estão Constantine (situada em desfiladeiros profundos, com pontes famosas e arquitetura de estilo árabe – conhecida como a “Cidade das Pontes”), Sétif (com ruínas romanas notáveis ​​em Djémila) e Annaba (com ruínas romanas de Hipona e uma basílica dedicada a Santo Agostinho). Esta região faz fronteira com a Tunísia e seu clima ainda é mediterrâneo, tornando-se semiárido no interior.
  • Argélia Ocidental: A cidade com maior influência europeia é Oran (antiga colônia espanhola). Oran possui uma fortaleza pitoresca no topo de uma colina (Santa Cruz), um porto movimentado e é o coração da cultura musical do rai. Outros destaques são Tremecém (com palácios mouriscos, a Grande Mesquita e o santuário de Sidi Boumediene) e os balneários litorâneos próximos às montanhas. A região da fronteira entre Argélia e Marrocos (fechada) é montanhosa e verdejante.
  • Argélia Central (Hodna e Planaltos): Esta faixa de estepe e pequenas cordilheiras inclui Setif e M'sila. Possui planícies semidesérticas; a agricultura aqui depende da chuva ou da irrigação. O turismo é pouco expressivo, mas a região é importante para a agricultura (frutas, grãos) entre o norte e o Saara.
  • Sul da Argélia (o Saara): O grande deserto. As principais cidades de acesso são Ghardaïa (habitada pelos berberes mozabitas – Vale do M'Zab, Patrimônio Mundial da UNESCO), Timimoun (cidade de adobe com palmeiras), Adrar (cactos comestíveis e palmeirais) e as cidades do extremo sul. A mais famosa é Tamanrasset (nas montanhas Hoggar) – lar dos nômades tuaregues e ponto de partida para trilhas no deserto. Bem ao sudeste fica Djanet, o ponto de partida para os cânions de arte rupestre de Tassili n'Ajjer. O deserto é a fronteira da aventura na Argélia (passeios de camelo, expedições em veículos 4x4, esqui na areia).

Um visitante pode observar que Os argelinos raramente dizem "Bonjour" como os marroquinos ou tunisianos; aqui, costuma-se dizer "Salam" (paz). A hospitalidade é genuína – se você aceitar tâmaras e chá de menta e ficar para três xícaras, será respeitado. No entanto, tenha sempre em mente: a Argélia é um país conservador. As mulheres devem usar roupas discretas; demonstrações públicas de afeto são malvistas. Segurança: A Argélia é, em geral, um país estável; o turismo está se recuperando após décadas de negligência. No entanto, recomenda-se o registro na embaixada do seu país, evitar áreas de fronteira (com Mali/Níger), a menos que haja orientação, e seguir as recomendações locais. O maior desafio atual para quem viaja é a burocracia e as regras de visto (a maioria das nacionalidades precisa de visto e deve se registrar na polícia ao chegar). A entrada geralmente exige visto prévio, exceto para alguns países africanos e do Oriente Médio isentos de visto.

Resumo regional: O norte oferece o litoral argelino e cidades históricas (Argel, Oran, Constantina). O sul é o Saara — vastas dunas, oásis (Ghardaïa, Timimoun) e refúgios de montanha (Tamanrasset, Djanet). Viajar para lá ainda é um nicho, mas recompensador. Entre os principais pontos turísticos imperdíveis estão a Casbah de Argel (Patrimônio Mundial da UNESCO), as ruínas romanas de Timgad/Djémila e destaques do Saara como Hoggar e Tassili. As políticas de visto e segurança são mais restritivas do que nos vizinhos Marrocos e Tunísia, portanto, o planejamento prévio é essencial. A primavera e o outono (março a maio, setembro a outubro) são as épocas ideais para visitar, evitando o calor intenso do verão e o frio e a umidade do inverno.

Argélia moderna e questões contemporâneas

A Argélia de hoje é uma terra de contrastes. As receitas do petróleo trouxeram escolas e hospitais, além de altos índices de alfabetização, mas também geraram corrupção e uma economia pouco diversificada. Questões-chave:

  • Dependência de hidrocarbonetos: Aproximadamente 90% das receitas de exportação da Argélia e 60% da receita governamental provêm do petróleo e do gás. Isso cria um paradoxo: quando os preços estavam altos (entre 2000 e 2014), a Argélia cresceu rapidamente; quando os preços despencaram em 2014, o desemprego e o déficit orçamentário dispararam. O governo anuncia periodicamente planos de “industrialização” (investimentos em fábricas, turismo, mineração e TI), mas o progresso é lento. Jovens e recém-formados reclamam das limitadas opções de emprego fora do setor público ou das forças armadas.
  • Emprego: O desemprego permanece teimosamente alto, especialmente entre os jovens. Em 2024, quase 30% dos argelinos entre 15 e 24 anos estavam desempregados, uma das maiores taxas de desemprego juvenil do mundo. O desemprego geral está na casa dos 15%. Encontrar emprego exige contatos ou redes da diáspora – uma das razões pelas quais muitos jovens argelinos emigram (frequentemente clandestinamente) para a Europa.
  • Protestos e política: Desde a independência, a Argélia teve poucos presidentes. O líder de longa data, Abdelaziz Bouteflika (no poder de 1999 a 2019), foi uma figura controversa; sua tentativa de buscar um quinto mandato em 2019 levou a protestos de rua massivos (o movimento Hirak). A partir de 22 de fevereiro de 2019, os argelinos saíram às ruas em todo o país todas as sextas-feiras, exigindo pacificamente mudanças sistêmicas. Bouteflika renunciou em abril de 2019 sob pressão, mas os protestos continuaram por meses, demonstrando a insistência do povo em mais responsabilidade e liberdade.. Em 2025, o governo do presidente Tebboune fez algumas concessões (novas eleições, reformas constitucionais), mas muitos ativistas do Hirak afirmam que seu objetivo de um novo sistema político permanece não alcançado. O cenário político da Argélia está, portanto, em constante mudança: mais aberto do que há uma década, mas ainda dominado pela velha guarda do partido governista.
  • Desafios sociais: Apesar dos avanços nos direitos das mulheres e na educação, as divisões geracionais estão se acentuando. A idade mediana é baixa e muitos jovens nas cidades enfrentam escassez de moradia, inflação e subemprego. As áreas rurais, especialmente no extremo sul, carecem de infraestrutura. A infraestrutura no norte é melhor: rodovias pavimentadas ligam as principais cidades e trens de alta velocidade (projetados entre Argel e Oran) estão em construção. No entanto, a administração pública pode ser lenta e a corrupção continua sendo uma preocupação pública.
  • Relações internacionais: Além de Marrocos (ver Fatos Únicos), a Argélia desempenha um papel importante na região. Ela atua como mediadora em disputas (por exemplo, no Mali), apoia os direitos palestinos e equilibra as relações com a Europa (fornecendo gás para a Europa) e com potências como a China. A questão do Saara Ocidental ainda norteia sua política externa: a Argélia é a principal apoiadora da Frente Polisário (movimento de independência do Saara Ocidental), o que gera relações tensas com Marrocos..
  • Meio ambiente e transição energética: Alarmada com o aquecimento global, a Argélia está começando a investir em energia solar e eólica. O país estabeleceu metas para aumentar o uso de energias renováveis ​​(já que possui abundância de sol e vento ao longo da costa). No entanto, as usinas termelétricas a petróleo e gás ainda geram a maior parte da eletricidade. A escassez de água é outra crise iminente; a Argélia precisa importar trigo para alimentar sua população durante os anos de seca. Conservação e energias renováveis ​​são mencionadas pelas autoridades, mas a economia dos hidrocarbonetos ainda dita a maior parte das políticas públicas.

Em resumo, a Argélia moderna está aproveitando a nova economia baseada em recursos para a educação, construída após 1962, mas buscando um caminho diversificado e um sistema político mais inclusivo. A sociedade é complexa: urbanizando-se rapidamente, religiosamente conservadora, mas cada vez mais liberal em outros aspectos, orgulhosa de sua luta pela independência, porém ávida pelas oportunidades do século XXI.

Argélia contemporânea em resumo: O petróleo e o gás dominam a economia, financiando educação e saúde gratuitas, mas mantendo o desemprego juvenil (em torno de 29%) em níveis elevados. O Hirak de 2019 viu milhões de pessoas exigirem reformas políticas. O país permanece socialmente conservador em algumas questões (códigos de vestimenta rígidos em áreas rurais), mas progressista em outras (educação feminina, acesso à internet). Os atuais líderes da Argélia promovem mudanças graduais; muitos cidadãos pressionam por mudanças mais drásticas.

Fatos rápidos e fascinantes

  • O gigante da África: A Argélia abrange 2,38 milhões de km² e é o maior país da África.
  • Nação do Deserto: Mais de 80% da Argélia é deserto do Saara. A maior parte da população vive nos 12% de área verde ao longo da costa do Mediterrâneo.
  • Capital Branca: Argel é chamada “Argel, o Branco” (“Argel, a Branca”), devido aos seus edifícios coloridos.
  • Picos das montanhas: O ponto mais alto é o Monte Tahat (3.003 m) nas montanhas Hoggar.
  • Neve no Saara: Em janeiro de 2018, nevou no Saara (40 cm em Ain Sefra).
  • Vizinhos: A Argélia faz fronteira com 7 países (Marrocos, Saara Ocidental, Mauritânia, Mali, Níger, Líbia e Tunísia).
  • Berberes antigos: O reino da Numídia (unificado pelo rei Masinissa) estava localizado no norte da Argélia, entre os séculos II e I a.C.
  • Ruínas fenícias e romanas: O litoral da Argélia possui ruínas antigas em Tipasa (anfiteatro romano e fundações púnicas) e Cherchell (Cesareia romana).
  • Regência Otomana: De 1516 a 1830, Argel foi uma regência otomana. Teve deys (governantes) semi-independentes até a conquista francesa.
  • Período colonial: A França invadiu em 1830; seguiram-se 132 anos de domínio. A independência foi conquistada em 1962, após uma guerra sangrenta (o dia da independência é 5 de julho).
  • Grande número de vítimas da guerra: Os argelinos estimam que cerca de 1,5 milhão de pessoas morreram na guerra de 1954-62. Os historiadores franceses apontam para cerca de 400.000 mortos.
  • Nome oficial: O nome completo do país é República Democrática Popular da Argélia.
  • Lema nacional: "Pelo povo e para o povo", refletindo os ideais de revolução e independência. (Pouco conhecido fora do país.)
  • Bandeira: Verde, branco e vermelho com uma estrela/crescente vermelha, símbolos islâmicos.
  • Hino: “Kassaman” (Nós Juramos) foi escrito por um jovem nacionalista em 1956; menciona a França nominalmente.
  • Sítios da UNESCO: Lar de 7 Patrimônios Mundiais da UNESCO (veja acima) – incluindo a arte rupestre de Tassili e ruínas romanas.
  • Grande Mesquita: A nova Grande Mesquita de Argel possui o minarete mais alto do mundo (265 m).
  • Animal nacional: A raposa-do-deserto (uma pequena raposa do deserto com orelhas enormes).
  • Nome da equipe: A seleção de futebol da Argélia se chama “Os Fenecos” (Os Fenecos).
  • Árvores: As tamareiras prosperam nos oásis; a Argélia é um dos maiores produtores de tâmaras (mais de 1,3 milhão de toneladas por ano).
  • Roupas: O traje feminino tradicional costuma ser o eles (um grande véu branco) ou um robe bordado (karakou). Os estilos urbanos seguem a França/Turquia.
  • Código de vestimenta: O uso do hijab e roupas discretas é comum; nudez em público/trajes de banho são aceitos apenas na praia. O consumo de álcool é permitido, mas limitado.
  • Maior província: Tamanrasset (província de Tamanrasset, no sul) é a maior província da Argélia em área (mais de 500.000 km²).
  • Maior cidade: Argel (cerca de 4,3 milhões de habitantes na área urbana), seguida por Oran (cerca de 1,5 milhão de habitantes na área metropolitana).
  • Aeroportos: O Aeroporto Internacional Houari Boumediene, em Argel, é o principal centro de conexões.
  • Idiomas: Línguas oficiais: árabe (MSA) e tamazight. Francês amplamente falado.
  • Religião: 99% muçulmanos (principalmente sunitas).
  • Mulheres: 70% dos advogados e 60% dos juízes são mulheres. As mulheres representam mais de 60% dos estudantes universitários.
  • Educação: Taxa de alfabetização de aproximadamente 81% (UNESCO).
  • Moeda: Dinar argelino (DZD).
  • Luz do dia: O fuso horário é o Horário da Europa Central (UTC+1).
  • Olimpíadas: A Argélia conquistou 5 medalhas de ouro olímpicas; quatro delas foram na prova dos 1500 metros.
  • Copa Africana de Nações: Campeões em 1990 e 2019.
  • Figuras Notáveis: Albert Camus (Prêmio Nobel de 1957) e Claude Cohen-Tannoudji (Prêmio Nobel de Física de 1997) nasceram na Argélia..
  • Exclusivo: A França chegou a importar camelos argelinos para o Texas em 1856..
  • Briga de ovelhas: Homens rurais lutam contra carneiros em um esporte proibido para espectadores..
  • Ponto mais quente: Ouargla, 123,8°F (51°C) em 2011, um dos mais altos registrados globalmente.
  • Mártires: Os dias 5 de julho (1962) e 1 de novembro (1954) são feriados nacionais que comemoram os aniversários da revolução.
  • Alfabetização: Entre as mais altas da África (alfabetização geral de adultos em torno de 80%).

Esses dados superficiais representam apenas a ponta do iceberg. O verdadeiro caráter da Argélia se revela nos detalhes acima – desde as histórias por trás de sítios arqueológicos até costumes cotidianos como o consumo de chá e os banquetes em família.

Conclusão

A Argélia é uma terra de contrastes marcantes e história profunda. É simultaneamente "antiga" – com milênios de civilização gravados em suas ruínas e arte rupestre – e "nova", tendo forjado uma república moderna apenas em 1962. Seus vastos desertos e a costa mediterrânea conferem-lhe uma geografia singular. Seu povo – predominantemente árabe-berbere muçulmano – orgulha-se tanto de suas antigas raízes berberes quanto da cultura árabe posterior. O petróleo e o gás sob suas areias trouxeram riqueza, mas também desigualdade e dependência, desafios que a Argélia continua a enfrentar. Enquanto isso, a sociedade argelina surpreende os estrangeiros: as mulheres dominam a advocacia, as crianças crescem aprendendo tanto as antigas tradições berberes quanto a cultura pop francesa, e uma jovem geração dá continuidade à "Revolução dos Sorrisos", pressionando discretamente por mudanças mais democráticas.

Acima de tudo, a Argélia exige atenção cuidadosa. Não é um país do Oriente Médio nem da África Subsaariana, mas sim um mosaico norte-africano por direito próprio. O minarete branco que perfura o céu de Argel, o sussurro da noite no deserto, o chamado para as orações de sexta-feira em um mar de fiéis vestidos de branco – cada detalhe conta uma história. Através desta profunda exploração da geografia, história, cultura e vida contemporânea, vemos a Argélia como uma terra de camadas: cada fato desdobra outro, revelando um país ricamente distinto e inegavelmente conectado a jornadas humanas mais amplas.