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Caen situa-se tranquilamente a quinze quilômetros da margem do Canal da Mancha, com seu coração pulsando firmemente como a prefeitura de Calvados. Com uma população municipal de 105.512 habitantes em 2018 e uma área urbana mais ampla, abrangendo cerca de 470.000 habitantes, é a segunda maior conurbação da Normandia e a décima nona da França. A duzentos quilômetros a noroeste de Paris, Caen ocupa um cruzamento estratégico – balsas para Portsmouth, ferrovias para Rouen e Rennes, rodovias ao sul para Le Mans e Bretanha – que a situam como porta de entrada e refúgio. Suas ruas sinuosas, ladeadas por fachadas de pedra austeras e cicatrizes de guerra, escondem o calor afável de uma cidade onde um em cada três moradores estuda na Universidade de Caen, na escola de belas artes ou no instituto de negócios.
Cercada por pastos verdejantes e pelas ondulações suaves da Suíça Normanda a leste, e com fácil acesso aos calçadões de Deauville ao norte, Caen personifica uma Normandia comedida. Do terminal de balsas de Ouistreham, um ônibus passa por baixo de um viaduto do Boulevard Périphérique em direção a uma cidade reconstruída nas décadas de 1950 e 1960 após a ferocidade de 1944. Visitantes de verão — britânicos, alemães, americanos — desembarcam nas praias do Dia D e, em seguida, retornam aos memoriais e museus de Caen, encontrando consolo em uma cidade que carrega a memória como parte de sua pele.
Quando Guilherme, Duque da Normandia, ergueu o Castelo de Caen por volta de 1060, ele construiu uma das maiores fortalezas medievais da Europa Ocidental. Muralhas de sílex e calcário, sobreviventes dos cercos de 1346, 1417 e 1450, ainda cercam os museus gêmeos de Belas Artes e da Normandia, com suas galerias vibrando suavemente com telas e utensílios rurais. No Natal de 1182, Henrique II se reuniu ali com seus filhos — Ricardo Coração de Leão e João —, atraindo mais de mil cavaleiros para o grande salão do castelo. Suas muralhas passaram dos duques normandos para a Coroa Francesa em 1204, servindo então como quartel durante duas guerras mundiais; buracos de bala, deixados pelos mártires da Resistência, marcam as muralhas internas. Hoje, os visitantes vagam por corredores ecoantes onde a luz das estrelas se filtra pelas seteiras, refletindo sobre o peso da linhagem e o entrelaçamento da história.
Uma década após a libertação, a Caen moderna emergiu dos escombros. Quatro quintos de suas ruas haviam desaparecido sob as bombas dos Aliados. Arquitetos das décadas de 1950 e 1960 conceberam largas avenidas e prédios municipais com fachadas de vidro, enquanto igrejas mais antigas — Saint-Étienne, Saint-Trinité, Saint-Pierre, Saint-Nicolas e Saint-Jean — perduraram como âncoras da tranquilidade românica. O Hôtel d'Escoville, um sobrado do século XVII com pedra esculpida e varandas de ferro forjado, ergue-se como sentinela sobre o bairro de Vaugueux, onde vielas estreitas serpenteiam em direção à capela de Saint-Sauveur. Nesses bairros, a alma medieval da cidade persiste, temperada por um ou outro quarteirão modernista que reflete o sol em seus painéis de vidro.
A memória permanece no cerne da identidade de Caen. O Mémorial de Caen, na Esplanade Général Eisenhower, traça o arco da Segunda Guerra Mundial até a Guerra Fria, apresentando artefatos e testemunhos sob um átrio abobadado. Aberto diariamente das 9h às 18h e com preço de € 19,50 para adultos (tarifas reduzidas para idosos e jovens), ele dá voz a veteranos e civis. Além de seus muros, a cidade preserva um testemunho silencioso nos Jardins da Alsácia-Lorena e em fachadas marcadas por balas. Todo mês de agosto, coroas de flores são colocadas no cemitério perto do aeroporto de Carpiquet, relembrando a batalha de junho de 1944 pelos aeródromos, que fez de Caen um caldeirão de combates nas semanas após o Dia D.
As ruas de Caen agora pulsam com o zumbido dos ônibus Twisto e o deslizar dos bondes. O atual bonde, inaugurado em julho de 2019, substituiu o malfadado sistema de trólebus guiado que operou de 2002 até seu fechamento em 2017. Três linhas agora cortam o centro da cidade e os subúrbios, complementando cerca de sessenta rotas de ônibus. Anteriormente, bondes puxados por cavalos percorriam Caen de 1860 a 1937. Na estação SNCF, a segunda mais movimentada da Normandia depois de Rouen, há serviços diários para Paris, Rouen, Rennes e Le Mans, enquanto uma futura rede Railcoop promete conexões para Lille, Amiens, Nantes e Brest.
Além de ferrovias e rodovias, o Aeroporto de Caen-Carpiquet serve como a principal porta de entrada aérea da Normandia. Companhias aéreas como HOP!, Volotea e Air France conectam Lyon, Marselha, Nice, Toulouse, Montpellier e destinos insulares na Córsega. Quando o vento muda para o mar, o cais de Ouistreham recebe balsas roll-on, roll-off e embarcações fast-cat com destino a Portsmouth; uma ciclovia corre paralela ao canal, oferecendo uma opção tranquila para viajantes de duas rodas. No interior, as rodovias A13, A84 e A88 ligam Caen a Paris, Bretanha e centro da França. A A84, com pedágio gratuito, convida motoristas de longa distância, enquanto a A13 e a A88 permanecem em trânsito.
O lazer encontra aqui seu próprio ritmo. Toda primavera, cerca de 35 mil estudantes se reúnem para o Carnaval Estudantil de Caen, a maior festa do gênero na Europa, desfilando da Esplanade de la Paix pelo campus universitário. Turmas fantasiadas se reúnem em telhados históricos, culminando em um concerto ao ar livre organizado pela NRJ. Nos meses de verão, famílias lotam o Parc Festyland em Carpiquet, onde montanhas-russas e toboáguas ecoam com risadas perto do anel viário. O SM Caen, clube de futebol da cidade, disputa partidas da Ligue 2 no Stade Michel d'Ornano, uma arena com 20 mil lugares a três quilômetros a oeste do centro, inspirando o orgulho local em cada desarme e gol.
Caen também serve de base para aqueles atraídos pelo legado da Normandia durante a guerra. Uma curta viagem de trem até Bayeux precede as escassas conexões de ônibus para Omaha, Arromanches e Pointe du Hoc — entre elas, as rotas 70 e 74 — ou pode-se optar por uma visita guiada para maior comodidade. Cada retorno a Caen carrega o peso das lembranças: a praia arenosa onde a neblina matinal se dissipa para revelar arame farpado emaranhado, as fileiras silenciosas de lápides em cemitérios americanos, os restos enferrujados dos portos de Mulberry.
No entanto, por trás da solenidade, esconde-se uma cidade cotidiana que saboreia bons queijos, sidras e conversas. Cafés margeiam a Place Saint-Sauveur; um gole de camembert sob os arcos dourados das abadias convida à reflexão. À luz pálida do inverno, a névoa sobe do Orne, suavizando as fachadas dos edifícios que testemunharam um milênio de mudanças. Aqui, o pesado fardo da história cede lugar à persistência silenciosa da vida cotidiana — lojistas, estudantes, funcionários municipais — todos entrelaçando suas próprias histórias na duradoura tapeçaria de pedra e memória de Caen.
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