A França é reconhecida por seu significativo patrimônio cultural, culinária excepcional e paisagens deslumbrantes, tornando-se o país mais visitado do mundo. De ver o passado…
Coron, um município situado na extremidade nordeste da Ilha de Busuanga, na província de Palawan, Filipinas, é um lugar tecido a partir da dupla trama da história agreste e da beleza natural. Seu coração está nos barangays de Poblacion, numerados de um a seis, onde a sede do governo local se ergue em meio a aglomerados de casas de concreto e vielas sinuosas. Este centro urbano principal, embora compacto, exala uma energia serena e confiante. Todo dia 28 de agosto, as ruas se enchem de procissões e celebrações enquanto a comunidade homenageia Santo Agostinho, seu padroeiro, com rituais, música e festas compartilhadas — uma lembrança anual do espírito duradouro de Coron.
Muito antes da chegada dos exploradores estrangeiros, os Tagbanuas fizeram de Coron seu lar. Como parte de uma segunda onda de migração austronésica há cerca de cinco milênios, trouxeram consigo uma tradição marítima e uma economia de subsistência baseada na pesca e na agricultura de pequena escala. Embora a vida moderna tenha introduzido celulares e moradias permanentes, o povo Tagbanua preserva muito de sua visão de mundo ancestral. Eles continuam a praticar a tecelagem e a cestaria tradicionais, usam remédios herbais e mantêm um profundo respeito pelos espíritos das ilhas. Sua presença perdura não apenas nos costumes locais, mas também na administração da própria Ilha de Coron, onde os Tagbanuas administram certas áreas hoje, preservando a biodiversidade e o patrimônio cultural.
Mapas espanhóis registraram este assentamento pela primeira vez como "Penon de Coron", mas em 1902, quando Coron foi oficialmente registrada como cidade, seu nome foi encurtado para a única sílaba que hoje adorna placas de sinalização e horários de balsas. O início do século XX trouxe operações de mineração em pequena escala; em 1939, um boom de manganês afastou trabalhadores dos arrozais e das armadilhas para peixes. Por um breve período, Coron sentiu o pulso do empreendedorismo industrial. Isso mudou quando a Segunda Guerra Mundial lançou sua longa sombra sobre o Pacífico.
Em julho de 1942, as forças japonesas tomaram as minas locais, reativando a extração de manganês sob ocupação. Mas em 24 de setembro de 1944, o porto tornou-se um campo de batalha. À medida que os navios japoneses recuavam da Baía de Manila, aviões de guerra americanos desceram em um ataque ousado, levando de dez a doze navios para as profundezas. Hoje, esses destroços jazem a profundidades entre dez e quarenta metros, com suas carcaças metálicas colonizadas por corais e peixes. Para mergulhadores, eles oferecem tanto uma sombria lição de história quanto uma catedral subaquática da vida marinha. Entre as autoridades internacionais, o local está entre os principais destinos de mergulho em naufrágios do mundo — uma reputação fomentada tanto pela clareza da água quanto pelas silhuetas assombrosas das embarcações agora envoltas em vegetação de recifes.
Após a guerra, Coron voltou-se novamente para o mar. Em 1947, embarcações comerciais de pesca de alto mar, equipadas com equipamentos modernos, estabeleceram operações nas águas locais. A cidade se expandiu, atraindo trabalhadores de Luzon e das Visayas para trabalhar em barcos e fábricas de processamento. Por quatro décadas, a pesca sustentou a economia de Coron, até que práticas insustentáveis — pesca com explosivos e cianeto — esgotaram os estoques e danificaram os recifes de coral. Paralelamente a esse declínio, a indústria de vime e cestaria, antes sustentada por matérias-primas abundantes, definhou com o desaparecimento das florestas.
Na década de 1990, o turismo emergiu como a indústria mais promissora da vila. Guias e revistas começaram a destacar os penhascos calcários de Coron, as lagoas escondidas e as baías repletas de naufrágios. Pequenas operadoras de mergulho se estabeleceram no píer, alugando cilindros e guiando os visitantes pelos restos mortais de cargueiros naufragados. Hoje, o turismo é a alma de Coron, atraindo visitantes ávidos por explorar praias de areia branca, mergulhar com snorkel em lagoas cristalinas e testar sua resistência em trilhas nas montanhas.
O relativo isolamento de Coron antigamente exigia dias de navegação. Agora, o Aeroporto Francisco B. Reyes, também conhecido como Aeroporto de Busuanga, recebe turboélices de Manila, Puerto Princesa e Caticlan. Companhias aéreas como a PAL Express e a Cebu Pacific oferecem voos diários da capital, e a Air Juan opera rotas regionais duas vezes por semana. Da pista, vans com custo fixo transportam os passageiros que chegam à cidade em cerca de trinta minutos, serpenteando por coqueirais e vilarejos à beira da estrada.
As ligações marítimas continuam vitais. A balsa da 2GO Travel parte de Manila nas tardes de sexta-feira, atracando em Coron na manhã de sábado; um serviço de retorno parte no domingo à tarde. A Atienza Shipping Lines opera a rota Manila-Coron duas vezes por semana a bordo dos navios April Rose e May Lily, embora os horários exijam confirmação por telefone. Para os intrépidos, barcos a bomba — localmente chamados de bancas a motor — partem de El Nido quase todas as manhãs, uma viagem de sete a oito horas que inclui uma refeição quente no caminho. O navio ro-ro da Montenegro Shipping parte diariamente de San José, Mindoro Ocidental, chegando ao meio da manhã em Coron. Cada uma dessas opções transporta passageiros e carga, inserindo Coron na rede interligada do arquipélago.
A cidade em si, uma malha de ruas ensolaradas, é cercada por colinas coroadas por uma cruz branca. O Monte Tapyas fica logo além do limite leste da cidade; a subida de dez a quinze minutos até o seu cume recompensa os caminhantes com uma vista panorâmica das ilhas espalhadas por um mar azul-esverdeado. Perto dali, florestas de mangue se estendem por trás da orla. Passeios de caiaque guiam os visitantes por raízes emaranhadas, onde vaga-lumes cintilam ao anoitecer e saltadores-do-lama se lançam entre pneumatóforos.
Além da costa, a Ilha Coron ergue-se do mar em impressionantes torres de calcário negro. Apenas dois de seus treze lagos interiores são abertos ao público — o Lago Kayangan, acessível por uma íngreme escadaria de pedra, é considerado um dos corpos de água doce mais limpos do país, com sua superfície espelhada refletindo penhascos escarpados. O Lago Barracuda, conhecido por sua termoclina e formações rochosas submersas, convida nadadores e praticantes de snorkel dispostos a explorar sua estratificação termal. Na maré baixa, a Lagoa Twin permite a passagem por uma pequena caverna que divide duas bacias; na maré alta, um canal estreito convida nadadores experientes a deslizarem entre paredões rochosos.
Pular de ilha em ilha é um ritual em Coron. Bangkas fretados, cada um com capacidade para até seis passageiros, levam pequenos grupos à Praia Banol, emoldurada por tamarindeiros e flores de Calachuchi; a Siete Pecados, um enclave de mergulho com snorkel que a lenda local atribui aos espíritos de sete crianças afogadas; e à Ilha CYC, a única praia pública do arquipélago com entrada gratuita. As Ilhas Malcapuya e Banana, mais distantes, ostentam areia tão fina que rivaliza com a de Boracay, enquanto a Praia Bulog permanece tão isolada que o visitante pode encontrar a costa inteiramente para si. Para aqueles que buscam um isolamento mais profundo, as Ilhas Negras e Cheron ficam nas bordas externas da lagoa de Coron, com suas enseadas intocadas por operadores turísticos.
A Ilha Culion, antiga colônia de leprosos, agora abriga um museu dedicado à história do tratamento de doenças nas Filipinas. Seus pomares e jardins de corais sugerem uma vida além da tragédia, enquanto as enfermarias desbotadas relembram um capítulo mais sombrio da medicina colonial. A Ilha Sangat, com sua proximidade a naufrágios e locais de mergulho em águas rasas, combina charme tropical com ressonância histórica.
O mergulho em Coron é tão diverso quanto o próprio arquipélago. Os recifes de corais ao redor de Siete Pecados estão repletos de peixes-papagaio, donzelas e peixes-leão, enquanto os naufrágios — seis grandes embarcações e duas canhoneiras menores — oferecem habitat para barracudas, garoupas e cardumes de anthias-de-barbatana-de-fio. Operadoras como Discovery Divers, Sea Dive, Neptune Dive Center, Rocksteady e Coron Divers reivindicam o melhor barco, os guias mais experientes ou o serviço mais amigável. Enquanto a Sea Dive apregoa a única câmara de descompressão em Palawan, a Coron Divers se distingue como a única empresa inteiramente de propriedade filipina. Mergulhadores livres podem aprender a prender a respiração por minutos a fio com o Just One Breath, subindo silenciosamente para ver naufrágios incrustados sem tanques.
Apesar do rápido crescimento no número de visitantes, os moradores de Coron se esforçam para equilibrar progresso com preservação. A Área Biótica Natural da Ilha de Coron permanece na Lista Indicativa da UNESCO, reconhecida por suas formações cársticas calcárias únicas e espécies endêmicas. As zonas costeiras de Tagbanua impõem patrulhas noturnas para impedir a pesca ilegal, e o governo municipal emite apenas licenças limitadas para embarcações de residência. Os esforços para restaurar recifes danificados incluem viveiros de corais e limpezas de detritos submersos lideradas por mergulhadores. Nas Lagoas Kayangan e Twin, as taxas de entrada financiam a coleta de lixo e a manutenção de trilhas, garantindo que esses ambientes frágeis permaneçam intocados.
Na cidade, o ritmo diário se desenrola em torno do píer do mercado, onde os pescadores descarregam seus pescados ao amanhecer. Os vendedores oferecem castanhas de caju frescas — o lanche típico de Coron —, mangas, jacas e maçãs-estrela. Padarias perfumam as calçadas com pão quentinho, e pequenos restaurantes servem sopas de macarrão e peixe grelhado. Triciclos circulam pela cidade, oferecendo passeios de vinte pesos; o aluguel de motocicletas e vans oferece flexibilidade para quem deseja explorar em seu próprio ritmo.
As instalações bancárias são limitadas, mas confiáveis: o Metro Bank e o PNB possuem caixas eletrônicos que aceitam os principais cartões, e farmácias oferecem protetor solar e repelente de insetos. Os serviços de entrega de água fornecem água purificada em grandes recipientes para pousadas e residências particulares. Para os visitantes, a etiqueta é simples: um aceno respeitoso aos mais velhos, a prontidão para tirar os sapatos em residências particulares e a disposição de dar gorjeta aos guias e carregadores que percorrem os caminhos escondidos das ilhas.
Festivais e marcos culturais
A festa de Santo Agostinho continua sendo a celebração mais elaborada de Coron. Os cultos religiosos se misturam com desfiles de rua, música de bandas de metais e carros alegóricos coloridos. Danças tradicionais recriam rituais de colheita, e concertos noturnos apresentam talentos locais interpretando canções folclóricas que homenageiam tanto a terra quanto o mar. Essas festividades ressaltam a coesão da comunidade e a presença duradoura da fé na vida cotidiana.
À medida que as receitas do turismo aumentam, Coron enfrenta escolhas familiares: como acomodar o crescimento sem sacrificar a autenticidade, como aproveitar seus ativos naturais e históricos sem degradá-los. Melhorias na infraestrutura — estradas melhores, instalações portuárias ampliadas, acomodações de melhor qualidade — prometem maior conforto, mas correm o risco de alterar a escala modesta da cidade. Enquanto isso, movimentos populares defendem passeios ecológicos e hospedagens comunitárias. Os Tagbanuas continuam negociando o acesso a locais sagrados na Ilha de Coron, reivindicando direitos ancestrais ao mesmo tempo em que acolhem visitantes de fora para visitas guiadas.
Nas ruas compactas e ilhotas dispersas de Coron, cada trilha manchada de manga e penhasco de calcário conta uma história de resistência e renovação. Aqui, a história não está apenas nos livros didáticos, mas também sob as ondas, nos cascos fantasmagóricos de naufrágios de guerra e nas tradições vivas de um povo ancestral. Seja chegando de hidroavião ou de banca, o viajante a Coron encontra um lugar ao mesmo tempo ancorado em seu passado e à deriva nas possibilidades do amanhã — um arquipélago ao mesmo tempo íntimo e vasto, resiliente e em constante mudança.
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