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Situado em meio aos ombros glaciais dos Andes centrais do Chile, Nevados de Chillán é um testemunho da interação entre terreno acidentado e design cuidadoso. A uma altitude de quase três mil metros, este resort ocupa um corredor de densas florestas de lengas e coihues, onde o ar rarefeito e as coníferas dão lugar a cumes de granito coroados de neve. Sua localização, a cerca de oitenta quilômetros a nordeste da cidade de Chillán, o coloca no limiar de dois mundos: o vale cultivado abaixo e as terras altas áridas acima, onde o ritmo do vento e da neve dita a passagem do tempo.
A principal atração continua sendo as encostas de inverno, esculpidas em mais de dez mil hectares de rocha vulcânica e detritos glaciais. Nessa extensão, quinhentos hectares obedecem a rigorosos padrões de segurança, mantidos por equipes que limpam os campos a cada amanhecer. Uma rede de mais de vinte pistas serpenteia pelos flancos da montanha, variando de inclinações suaves, adequadas para iniciantes cautelosos, a rampas íngremes que testam os esquiadores e snowboarders mais experientes. Sob treze instalações de teleféricos — incluindo teleféricos, gôndolas e esteiras rolantes — os visitantes ascendem a panoramas de um branco infinito. Nas estações do cume, o horizonte se abre em todas as direções: a oeste, o vale central do Chile; a leste, os picos nevados que se estendem em direção à Argentina.
Com a chegada da primavera, as pistas endurecidas dão lugar a prados esmeralda. O Bike Park do resort se transforma em uma via de trilhas especialmente construídas, serpenteando por entre fileiras de orquídeas e gramíneas chaura. Os ciclistas traçam arcos por vales cobertos de musgo e contornam cristas vulcânicas, parando onde vistas panorâmicas se abrem para terras que brilham sob o calor crescente. A cada curva e salto, a geologia dos Andes se impõe: o basalto vulcânico cruza o xisto e os solos férteis nutrem fileiras de coihue ancestral.
Entre essas atividades, intercalam-se as fontes termais, nascidas do calor subterrâneo e liberadas por fissuras nas camadas vulcânicas. Piscinas de água fumegante se aglomeram em vários pontos do complexo, oferecendo um contraponto austero ao ar fresco da montanha. No centro, encontram-se as Termas de Chillán, onde três banhos ao ar livre se erguem sobre plataformas de madeira, cada uma voltada para um aspecto distinto do vale. Mais abaixo, o centro termal Valle Hermoso apresenta quatro piscinas — três expostas ao céu e uma abrigada sob um teto de madeira patinada — garantindo que o refúgio das manhãs frias permaneça disponível o ano todo. No silêncio do amanhecer, o vapor sobe como incenso, e a silhueta dos picos nevados emoldura a borda de cada piscina.
As acomodações refletem a diversidade do próprio resort. O Gran Hotel, um edifício de cinco andares de pedra e vidro, paira na intersecção de encostas e nascentes. Suas suítes oferecem vista para os Andes, enquanto o bar do lobby — com balcões de carvalho polidos até a pátina — serve vinhos vintage dos vales centrais do Chile. Um restaurante requintado ocupa o último andar, onde ingredientes locais — cordeiro mapuche, truta defumada, batatas andinas — são preparados com moderação e precisão.
Em contraste, o Hotel Alto Nevados oferece uma recepção mais simples. Sua planta baixa de dois andares privilegia espaços comuns intimistas: um lounge informal aquecido por uma lareira central, duas piscinas termais ao ar livre, situadas entre pedras, e um spa modesto. Os hóspedes saem de seus quartos com o aroma de pinho e o chiado distante da cera de esqui encontrando a neve.
O complexo Valle Hermoso, original do grupo de resorts, atende famílias e grupos maiores. Os apartamentos se aglomeram entre bosques de coihue e mañío, cada unidade mobiliada para autossuficiência, mas a poucos passos de três piscinas aquecidas. Churrasqueiras e áreas de piquenique comunitárias convidam a longos encontros ao meio-dia sob o sol, enquanto o entardecer traz o brilho das lanternas contra a floresta que avança.
A oferta gastronômica abrange desde refúgios despretensiosos — onde tigelas fumegantes de cazuela são servidas após as corridas ao amanhecer — até salões que reinterpretam pratos típicos chilenos com técnicas contemporâneas. Bares e cafés, posicionados em intervalos estratégicos, oferecem café expresso e cervejas artesanais, acompanhados de modestos pratos de frios ou empanadas, cada local projetado para que os clientes possam parar e contemplar as encostas que conquistaram ou os picos que ainda precisam explorar.
A instrução é um ponto central da filosofia do resort. Uma escola dedicada de esqui e snowboard emprega instrutores certificados cuja familiaridade com a neve e o terreno locais transcende o mero treinamento técnico. As aulas combinam exercícios práticos com insights sobre meteorologia de montanha, consciência de avalanches e as raízes vulcânicas da própria paisagem. Iniciantes aprendem sob orientação cuidadosa; intermediários aprimoram suas manobras em campos não preparados; alunos avançados testam seus limites em corredores íngremes.
Em todas as estações, Nevados de Chillán resiste à redução a um simples local de lazer. Funciona mais como um convite à sintonia com os ritmos dos Andes — suas pulsações termais, seus ciclos de queda de neve, suas florestas silenciosas. Ao final do dia, quando os cumes se esvaem no crepúsculo, os visitantes se encontram cercados pela esterilidade e pelo calor: pela neve soprada pelo vento que se deposita nas rochas, pelo vapor plácido que sobe das piscinas. Aqui, naquela hora liminar, o resort revela seu propósito mais profundo: oferecer encontros sustentados com um ambiente selvagem moldado pelo fogo, pelo gelo e pelo esforço humano.
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