Las Terrenas

Guia de viagem de Las Terrenas - Ajudante de viagem

Uma onda revigorante de ondas turquesas saúda o viajante que descobre, num relance, que Las Terrenas fica na costa nordeste da Península de Samaná, na República Dominicana, envolvendo uma enseada de cerca de 25 quilômetros quadrados em seu abraço arenoso. Lar de pouco menos de quatorze mil pessoas — 6.985 homens e 6.884 mulheres, segundo o censo de 2002 —, a cidade se ergue em um estreito eixo costeiro onde as folhas das palmeiras farfalham acima da areia branca que risca a costa. Antes isolada pela densa selva e trilhas de montanha, Las Terrenas fica oitenta quilômetros a nordeste de Santo Domingo, com seu sopro litorâneo avivado pela interação das brisas do Atlântico e das correntes históricas que moldaram seu caráter. Esta comunidade, situada entre ondas do Atlântico e colinas verdejantes, conta entre suas características mais distintivas um enclave francófono que, desde o nascimento da cidade em 1946, imprimiu seu vernáculo à vida cotidiana.

Nas primeiras décadas do encontro europeu, a ampla Baía de Samaná serviu como uma porta de entrada relutante: traficantes de escravos britânicos desembarcaram aqui no início do século XVII, trocando corpos tainos por correntes antes de traçar rotas para o oeste. Esses registros vis de comércio deixaram sua marca em uma população moderna cuja linhagem une sobreviventes tainos, colonos espanhóis, migrantes das Índias Ocidentais e descendentes de cativos africanos. Quando Rafael Leónidas Trujillo decretou, em 1946, que famílias rurais de Santo Domingo fossem reassentadas como agricultores e pescadores ao longo deste recanto da costa, ele involuntariamente lançou a pedra fundamental de uma vila de pescadores cujas cabanas se agarravam à praia como cracas — cada uma delas um testemunho de subsistência e habilidade marítima.

Com o passar das décadas, essas mesmas cabanas trocaram redes por cardápios; suas madeiras rústicas foram reaproveitadas em bares, restaurantes e lojas de artesanato. No final da década de 1970, uma diplomata americana, Adelphia Dane Bowen Jr., escolheu Las Terrenas para seu retiro particular, erguendo a primeira moradia estrangeira em meio ao aglomerado de barracos de ripas de madeira. Redes de pesca deram lugar a varandas de hotéis. Na virada do milênio, a chegada constante de empreendedores gerou uma infraestrutura turística modesta, porém sofisticada: hotéis de elegância média, chalés à beira-mar, clubes cercados por hibiscos perfumados e um shopping center batizado de Puerto Plaza Las Terrenas, cujos terraços contemplam o mar com astuciosa intenção comercial.

Um ponto de virada notável ocorreu em dezembro de 2012, quando uma nova rodovia cortou a antiga viagem de seis horas de Santo Domingo para uma viagem de apenas duas horas — uma faixa de asfalto que trouxe os moradores da capital a esta vila costeira com uma facilidade sem precedentes. Poucos meses depois, a cidade garantiu um aqueduto moderno em 2013, substituindo poços estagnados por água purificada; naquela mesma temporada, foi inaugurado o serviço de fibra óptica, interligando restaurantes, hotéis e residências da cidade em uma rede digital capaz de transportar voz, vídeo e dados. Essas melhorias de infraestrutura — da rodovia à internet de alta velocidade — fizeram mais do que reduzir distâncias: alteraram o ritmo da vida cotidiana, inaugurando um ritmo cosmopolita sem romper os laços com os costumes locais.

Geograficamente, Las Terrenas se estende por uma estreita faixa norte-sul definida por duas vias principais que divergem da estrada costeira para o interior. No terminal marítimo, essas artérias de mão única convergem brevemente, formando um nexo triangular que abriga a maior parte das lojas de souvenirs, terraços de cafés e bares de tapas. A enseada em si curva-se suavemente entre dois promontórios: a oeste, a costa se curva em direção à Playa Las Ballenas; a leste, contorna Punta Popy antes de se dissolver em quilômetros de litoral pouco desenvolvido. Essa faixa costeira, cercada por palmeiras e troncos de coqueiros, sustenta a trindade econômica da cidade — turismo, comércio e pesca —, cada atividade impulsionada pelo horizonte azul da cidade.

Dentro do triângulo turístico, um ponto turístico evoca reverência e familiaridade: um cemitério da era colonial, com suas paredes caiadas erguendo-se das areias como uma abadia sem igreja. Além de seus portões, barracas de peixe fresco se aglomeram em mesas cobertas de sal, enquanto vendedores de pele avermelhada, com os rostos marcados pelo sol e pela maresia, despacham filés para as churrasqueiras à beira-mar. Dali, a malha viária se estende para o interior, em direção ao autêntico centro da cidade, onde famílias compram alimentos básicos em supermercados com serviço completo e onde pensões — albergues ou pousadas — oferecem as acomodações mais modestas, com suas persianas de madeira abertas ao som dos mototáxis.

O acesso a Las Terrenas abrange múltiplas modalidades. Os passageiros aéreos desembarcam no Aeroporto Internacional Samaná El Catey, conhecido oficialmente como Presidente Juan Bosch, de onde a corrida de táxi antigamente custava setenta dólares americanos e quarenta e cinco minutos de atenção nervosa aos buracos; hoje, a estrada foi pavimentada, embora as tarifas continuem negociáveis ​​com os taxistas locais. Para aqueles que preferem terra firme a partir da capital, um guagua expresso — com ar-condicionado e custando cerca de quinhentos pesos dominicanos no final de 2020 — parte do terminal ASOTRAPUSA de Santo Domingo, percorrendo o interior em aproximadamente 2,5 horas antes de desembarcar os passageiros em uma estação situada a 2,5 quilômetros da praia.

A viagem em veículo particular segue a mesma rota pavimentada, cuja qualidade foi comprovada como excelente por motoristas em setembro de 2020. As tarifas de táxi de ou para o aeroporto de Santo Domingo têm se mantido em torno de 150 dólares americanos, enquanto entusiastas do automobilismo podem alugar scooters por aproximadamente 20 dólares americanos por dia ou veículos de quatro rodas por 40 a 50 dólares. Agências de aluguel — espalhadas ao longo das duas estradas do interior — exigem documentação mínima, além de identificação e cartão de crédito, e recomendam cautela contra viagens noturnas em superfícies irregulares. Para aqueles que se interessam pela navegação marítima, os recifes locais permitem a ancoragem na praia principal, embora com a ressalva de que corais rasos exigem entrada durante o dia e os botes devem encalhar diretamente sobre areias movediças.

Uma vez em terra firme, Las Terrenas convida à exploração a pé. Calçadas margeiam a maioria das ruas, enquanto o ritmo lento do trânsito incentiva a caminhada. Mas quando as distâncias excedem o conforto, os motoconchos — mototáxis vestidos com coletes amarelo-esverdeados luminosos — oferecem passagem a preços próximos a cem pesos por pessoa, com as manoplas bem apertadas enquanto os passageiros serpenteiam por vielas estreitas. Táxis coletivos, guaguas que se espalham por atrações remotas (notadamente a Cachoeira Limón), podem ser chamados no cruzamento do cemitério, com seus bancos lotados, um testemunho da mobilidade local. Aventureiros podem alugar veículos com tração nas quatro rodas ou scooters em quiosques no centro da cidade, embora buracos calamitosos exijam vigilância.

O litoral de Las Terrenas se desdobra em uma sequência de praias, cada uma com seu caráter marcado pela geologia e pelo toque humano. No centro delas está a Playa Las Terrenas, um arco longo e lânguido que abraça o coração da cidade. Esta orla, margeada por barcos de pesca pintados em tons de coral, abre-se a oeste para a Playa Las Ballenas, onde amplas faixas de areia sob tabonucos convidam a passeios tranquilos. A leste, Punta Popy se projeta como um promontório esguio, com suas areias pontiagudas delimitadas por trechos rurais e pelo enclave exclusivo de El Portillo Residences.

Um breve passeio de motoconcho de dez minutos é suficiente para chegar à Playa Bonita, famosa por sua extensa orla que brilha dourada sob o sol tropical; sua extremidade leste abriga uma enseada serena margeada por mata e afloramentos rochosos. Lá, uma trilha sem sinalização de cerca de cinco minutos leva à Playa Escondida, cujas areias escondidas se alargam atrás de colinas adjacentes, oferecendo solidão sem sombra, mas com um prado emoldurando o horizonte. Cada uma dessas praias carrega a marca das marés sazonais: ondas altas formando cristas espumosas de dezembro a março, e ondulações mais suaves em outras épocas.

Além das areias, o Salto El Limón atrai a atenção a cerca de vinte quilômetros a leste, onde trilhas cobertas de selva, percorridas a pé ou a cavalo, sobem até a cortina de névoa das cataratas. A cooperativa que administra essas trilhas cobra uma taxa de entrada nominal — de cinquenta a cem pesos — e, no início das trilhas, os negociadores oferecem montarias para os trechos mais íngremes. Na piscina da bacia hidrográfica, uma bacia cavernosa convida os nadadores a permanecerem em meio a plumas de borrifos; rio abaixo, jatos mais estreitos permitem a vadeação sob uma cobertura rochosa esculpida. Aqueles que buscam conforto em água doce encontram alívio semelhante em uma piscina natural cimentada alimentada por riachos da montanha e em uma cavidade menor em frente ao El Portillo Residences.

As atividades aquáticas se estendem até as profundezas translúcidas da costa, onde os recifes fervilham de vida marinha. Excursões de mergulho se aventuram de barco até locais chamados Balena Rock, The Holes e Piedra, cada um caracterizado por formações de corais — corais-cérebro, leques-do-mar, varas-do-mar — que sustentam cardumes de peixes-cirurgião, peixes-cirurgiões, peixes-trombeta e peixes-papagaio. Alguns operadores guiam mergulhadores até os recifes Marcel Coson números um e dois, enquanto outros revelam o casco esquelético do Naufrágio Portillo, um recife artificial cercado por anêmonas e caranguejos. Os praticantes de mergulho com snorkel descobrem em recifes mais rasos uma profusão comparável de cores e movimento, mais evidente quando as condições de surfe permitem visibilidade além das águas rasas arenosas.

Ao entardecer, os restaurantes da cidade — muitos deles adaptados das antigas cabanas de pescadores — brilham com a luz de lanternas. Os cardápios refletem uma mistura de tempero crioulo, técnica francesa e simplicidade espanhola: peixe-leão grelhado temperado com pimentas locais; camarão salteado em alho e rum; vegetais de raiz salteados com coentro e frutas cítricas. Bares de praia, com seus telhados de palha cobertos por folhas de palmeira, servem coquetéis gelados repletos de frutas tropicais. A comunidade francófona — Les Terrestres — se envolve em animadas discussões sobre notícias regionais e inaugurações de restaurantes, com seus diálogos temperados pelo espanhol predominante e expressões crioulas intermitentes.

O cotidiano além do turismo se desenrola em mercados onde peixes e produtos frescos lotam corredores estreitos. Vendedores de origem haitiana, com suas vozes cadenciadas em crioulo, oferecem bananas-da-terra junto com abacates maduros e cocos partidos no caule. Famílias se reúnem sob toldos de lona para trocar notícias: se um novo nó de fibra óptica foi instalado no bairro ou se a pressão do aqueduto permanece constante durante as chuvas desta estação. Crianças circulam entre barracas de frutas e defumadores de camarão salgado, absorvendo o ambiente poliglota — espanhol e francês se misturam, com o crioulo como subtexto.

Passeios noturnos pela estrada costeira revelam um fluxo e refluxo de atividades: corredores traçando a linha onde a areia encontra o asfalto; comerciantes de souvenirs arrumando tigelas esculpidas à mão em cobertores dobrados; casais parando para admirar cristas fosforescentes iluminadas pelo luar. No concreto, palmeiras balançam em um ritmo que lembra uma batida indeterminada de tambor, suas folhas sussurrando sobre séculos passados ​​e a resiliência que transformou Las Terrenas de um reassentamento ordenado em uma vibrante encruzilhada.

No último quarto do século XX, a chegada das redes de fibra óptica e de um aeroporto internacional inaugurou uma fase de crescimento que nem os moradores locais nem os primeiros colonizadores poderiam ter previsto. Hoje, voos diretos da Europa e do Canadá atravessam oceanos, enquanto a capital de Santo Domingo permanece uma lembrança a duas horas de distância por uma rodovia que serpenteia por plantações de café e desfiladeiros de rios. Quem visita Las Terrenas encontra, a cada esquina, uma fusão do intimismo com o expansivo: um autêntico pueblo dominicano animado pelas correntes globais, um litoral ao mesmo tempo abrigado e aberto, e uma comunidade cujas raízes se aprofundam no solo da história, mas que aspira ao céu, com a promessa do turismo.

Em todas as suas facetas — da sinfonia de línguas nas ruas à arquitetura das cabanas de praia adaptadas para o convívio — Las Terrenas personifica uma síntese de continuidade e transformação. Aqui, os hóspedes podem acordar com os pescadores ou descansar sob as palmeiras, aventurar-se em enseadas escondidas ou flutuar sobre jardins de corais. A narrativa da cidade permanece em movimento, inscrita em cada nova estrada construída, em cada célula de cabo de fibra óptica enterrada, na pegada de cada visitante nas areias prateadas. No horizonte, o Atlântico saúda o amanhã com o mesmo horizonte atemporal que define Las Terrenas desde a sua fundação, uma página aberta na qual a história, a cultura e a beleza natural compõem sua crônica duradoura.

Peso Dominicano (DOP)

Moeda

1946

Fundada

+1-809, +1-829, +1-849

Código de chamada

22,664

População

113,1 km² (43,7 milhas quadradas)

Área

Espanhol

Língua oficial

10 metros (33 pés)

Elevação

Horário Padrão do Atlântico (AST) (UTC-4)

Fuso horário

Leia a seguir...
Guia de viagem da República Dominicana - Travel S Helper

República Dominicana

A República Dominicana, localizada na ilha de Hispaniola, nas Grandes Antilhas, no Mar do Caribe, tem uma população estimada em mais de 11,4 milhões...
Leia mais →
Guia de viagem de La Romana, ajudante de viagem

La Romana

La Romana, localizada na província sudeste da República Dominicana, serve como um importante município e capital, situado em frente à Ilha Catalina. La ...
Leia mais →
Puerto Plata-Guia-de-Viagem-Viagem-S-Ajudante

Puerto Plata

Puerto Plata, formalmente designada como San Felipe de Puerto Plata (francês: Port-de-Plate), é uma importante cidade costeira na República Dominicana e serve como ...
Leia mais →
Guia de Viagem Punta Cana - Guia de Viagem - Guia de Viagem

Punta Cana

Punta Cana, uma cidade turística localizada no extremo leste da República Dominicana, com uma população de 138.919 habitantes, segundo o censo de 2022. Ela...
Leia mais →
Guia de Viagem San Cristobal - Guia de Viagem S - Auxiliar de Viagem

São Cristóvão

San Cristóbal é uma cidade dinâmica situada no sul da República Dominicana. A cidade funciona como capital municipal de San ...
Leia mais →
San-Pedro-De-Macoris-Guia-de-Viagem-Viagem-S-Ajudante

São Pedro de Macoris

San Pedro de Macorís é uma cidade e município dinâmico situado na parte oriental da República Dominicana. Como capital da cidade homônima...
Leia mais →
Cabarete-Guia-de-Viagem-Viagem-S-Ajudante

Cabarete

Cabarete, localizada na costa norte da República Dominicana, é reconhecida por suas praias intocadas e pela ativa indústria turística. Esta localidade costeira está situada...
Leia mais →
Guia de Viagem Boca Chica - Guia de Viagem - Guia de Viagem

Boca Chica

Boca Chica é um município intrigante situado na província de Santo Domingo, na República Dominicana. De acordo com o censo de 2022, a população é de 167.040 habitantes, ...
Leia mais →
Histórias mais populares