Sucre

Sucre-Guia-de-Viagem-Viagem-S-Ajudante

Sucre é a sede de jure do governo da Bolívia e a principal cidade do Departamento de Chuquisaca — firmemente enraizada no planalto centro-sul, a 2.790 metros acima do nível do mar, onde seu clima subtropical de montanha proporciona brisas frescas durante todo o ano. Reconhecida como o sexto maior centro urbano do país e distinguida pela extraordinária preservação da arquitetura colonial e republicana, suas praças históricas e fachadas caiadas foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1991. Outrora conhecida por nomes como La Plata, Charcas e Chuquisaca, Sucre continua sendo um polo da cultura quéchua — enriquecida pelas tradições aimarás — e lar da Suprema Corte da Bolívia, de salas de concerto, de bibliotecas com documentos que datam do século XVI e de uma população que preza a reputação de segurança e serenidade.

Emergindo de suas origens como Ciudad de la Plata de la Nueva Toledo, a ascensão de Sucre esteve atrelada aos veios de prata da vizinha Potosí; mineiros abastados e autoridades coloniais buscaram refúgio nas ruas mais calmas da cidade, encomendando elegantes mansões neoclássicas e edifícios públicos que contrastavam deliberadamente com a malha frenética da próspera cidade mineradora. Ao longo dos séculos, a Real Audiência de Charcas governou vastas áreas da América do Sul espanhola a partir das câmaras de pedra branca de Sucre; em 1825, tornou-se a primeira capital da Bolívia sob a pena do próprio Simón Bolívar, que ratificou a constituição no que hoje é a Casa de la Libertad. À medida que o valor global da prata diminuía, o poder gravitou para o norte, para La Paz — uma transferência que permanece objeto de orgulho local e contestação amena, entrelaçada à identidade política de Sucre e aos periódicos debates cívicos.

A paisagem arquitetônica se desdobra como um manuscrito de eras: a Catedral Metropolitana, iniciada em 1559 e concluída em 1712, abriga altares incrustados em ouro e uma coleção de arte sacra que abrange séculos; seu museu adjacente exibe telas da era colonial de mestres locais e europeus, desde a sensibilidade barroca de Bitti até a finesse em claro-escuro de Van Dyck. Do outro lado da Plaza 25 de Mayo, o "Salón de la Independencia", dentro da Casa de la Libertad, exibe a Declaração de Independência da Bolívia, com seus pergaminhos solenes sob um vidro, enquanto a Biblioteca Nacional — fundada no mesmo ano em que a república nasceu — guarda tomos que narram a gênese da nação. A fachada neoclássica da Suprema Corte, inaugurada em 25 de maio de 1945, complementa o vizinho palácio do Governo Autônomo Departamental, que desde 1896 testemunha tanto os triunfos republicanos quanto o declínio do poder executivo.

A estrutura municipal de Sucre divide a cidade em oito distritos — cinco urbanos e três rurais — cada um supervisionado por um subprefeito nomeado pelo chefe municipal. Estreitas vielas de paralelepípedos dão lugar à extensão pastoral além do anel urbano, onde pequenas comunidades quéchuas cultivam plantações ancestrais e mantêm os ritmos da vida agrária; esses vilarejos, acessíveis pelo Aeroporto de Alcantarí, trinta quilômetros ao sul, preservam costumes que antecedem até mesmo a conquista espanhola. Dentro da cidade propriamente dita, uma rede de micro-ônibus e táxis — operados por um único boliviano e cinco bolivianos, respectivamente — percorre praças e avenidas, conectando o setor judiciário a pátios universitários, mercados de artesanato e calçadões repletos de cafés, sem a necessidade de longos deslocamentos.

O clima, moderado pela altitude, castiga as tardes com tempestades repentinas de verão e ocasionais geadas no inverno; uma máxima recorde de 34,7 °C e uma mínima recorde de -6 °C são os extremos de uma tapeçaria tecida em grande parte por dias primaveris. Esse clima ameno contribui para a reputação de Sucre como "a cidade branca" — onde a vida ao ar livre se espalha pelo Parque Simón Bolívar e sob os arcos dos pórticos da Plaza 25 de Mayo. Vendedores ambulantes oferecem sorvetes e serviços de engraxate, enquanto a estátua do Marechal José Antonio Sucre, ladeada por um leão, contempla serenamente os transeuntes, uma lembrança do homem que deu nome à cidade.

Celebrações culturais pontuam o calendário: em 25 de maio, aniversário da declaração de independência, a Plaza 25 de Mayo transforma-se num mar de famílias e contingentes militares, com o ar repleto de bandas de metais e risos infantis. Encontros bienais, como o Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos, atraem cineastas e ativistas, exibindo obras que questionam a justiça, desde os bairros bolivianos até as arenas globais. Os visitantes que permanecem descobrem um ritmo que incentiva estadias prolongadas — escolas de língua espanhola e organizações de voluntariado florescem, e muitos viajantes descobrem que um dia no centro de Sucre apenas desperta o apetite para novas explorações.

Ruas históricas levam a uma série de museus que narram facetas da identidade boliviana: dentro do Castelo de La Glorieta, construído no final do século XIX para Francisco e Cotilde — cujos feitos humanitários lhes renderam títulos papais —, os passeios se desenrolam sob ameias em estilo russo e telhados de pagode de inspiração chinesa. O Museu Histórico Militar da Nação registra episódios marciais desde as guerras coloniais até o conflito do Pacífico, com sua coleção de artilharia e motores a jato evocando a luta da nação pela soberania. O Museu do Tesouro divulga a evolução da joalheria de ametista — uma gema indígena — e da cerâmica dos mineiros cujos trabalhos moldaram a riqueza da região; exibições repletas de joias atestam o vínculo secular entre a terra e a economia.

Além das muralhas históricas da cidade, a encosta calcária de Cal Orck'o revela um registro de vida que antecede a memória humana: mais de cinco mil pegadas de dinossauros marcam uma antiga margem lacustre, visíveis através de descidas guiadas até a pedreira ou da segurança de plataformas de observação. Um ônibus vermelho de dois andares transporta entusiastas até o local, onde esculturas realistas e exposições de museu complementam o espetáculo paleontológico. A nordeste, a bacia de Maragua se desdobra como uma cratera erodida — seus estratos em tons ocre e conchas fossilizadas convidam a caminhadas de vários dias ao longo dos vestígios de uma trilha inca. Os viajantes podem pernoitar na vila da cratera, compartilhando acomodações rudimentares e histórias com crianças que oferecem artesanato local em troca de canetas e cadernos.

Para aqueles que buscam repouso em vez de trilhas acidentadas, a reserva ecológica de San Antonio de Aritumayu oferece refúgios à beira do rio a vinte quilômetros de Sucre; aqui, cachoeiras e corredeiras esculpem desfiladeiros emoldurados por bosques de eucaliptos, e as acomodações evitam os serviços públicos modernos para evocar ritmos pré-industriais. A adrenalina encontra seu momento em passeios de parapente duplo e passeios de quadriciclo a 3.665 metros de altitude, onde vistas panorâmicas da Cordilheira das Frágeis brilham sob as nuvens. No entanto, a maioria dos viajantes atesta que o maior presente de Sucre não está em seus picos ou palmeiras, mas no silêncio que se instala a cada noite sobre os telhados caiados — um testemunho de uma cidade que equilibra poder com equilíbrio, rebelião com reverência e o pulsar da vida moderna com ecos da antiguidade.

Em Sucre, cada praça e caminho carrega o peso de séculos; suas ruas elegantes, ladeadas por varandas ornamentadas e igrejas centenárias, desdobram-se como capítulos de uma crônica viva. Sejam atraídos pela atração dos festivais das terras altas ou pela grandiosidade silenciosa das fachadas neoclássicas, os visitantes partem com uma sensação renovada de como a aspiração humana pode moldar — e ser moldada por — a altitude, a riqueza mineral e o chamado duradouro da história.

Boliviano (BOB)

Moeda

30 de novembro de 1538

Fundada

+591

Código de chamada

360,544

População

11.800 km² (4.556 milhas quadradas)

Área

Espanhol

Língua oficial

2.810 m (9.220 pés)

Elevação

UTC-4 (BOT)

Fuso horário

Leia a seguir...
Guia de viagem para Bolívia - TravelS-Helper

Bolivia

A Bolívia, oficialmente designada como Estado Plurinacional da Bolívia, é uma nação sem litoral situada na região central da América do Sul. Este país geograficamente diverso...
Leia mais →
Guia de viagem de La Paz - Ajudante de viagem

La Paz

Situada nos Andes, La Paz, a capital de fato da Bolívia, oferece um contraste entre aspirações modernas e costumes antigos. A uma altitude de cerca de 3.650...
Leia mais →
Histórias mais populares