27 destinos que estão desaparecendo em nossa vida

27 destinos que estão desaparecendo em nossa vida

Mesmo catalogando perdas iminentes, este artigo serve como um chamado à conscientização e à ação. Ao entrelaçar dados globais com relatos locais, ele destaca uma verdade central: a janela para vivenciar esses lugares icônicos está se fechando, mas ainda não está fechada. Viajantes e formuladores de políticas têm um papel fundamental. Visite com cuidado, apoie a conservação e defenda soluções climáticas – para que as gerações futuras herdem não apenas memórias, mas destinos vivos e vibrantes. Cada jornada realizada com responsabilidade pode se tornar um testemunho desses lugares, em vez de uma nota de rodapé em seu declínio.

Um coro crescente de especialistas alerta que muitos dos lugares mais queridos do mundo estão à beira do esquecimento. De cidades icônicas a áreas selvagens remotas, as mudanças climáticas e as pressões humanas estão levando tesouros naturais e culturais à beira do abismo. As próximas décadas podem marcar a última janela para vivenciar algumas maravilhas antes que a elevação do nível do mar, o aquecimento global, a poluição ou as multidões as tornem irreconhecíveis ou desapareçam. Viajantes e moradores locais já estão testemunhando os impactos: inundações extremas em Veneza e Miami, recifes de corais branqueando nos oceanos, geleiras desaparecendo do topo das montanhas. Autoridades como a UNESCO e o IPCC alertam que os anos de 2025 a 2030 são especialmente críticos para muitos locais. Diante desse cenário urgente, uma análise abrangente revela quais destinos estão em maior risco, por que são importantes e quais ações ainda podem fazer a diferença. A história combina dados concretos (projeções do nível do mar, taxas de desmatamento, modelos climáticos) com perspectivas humanas – as multidões, os guias e as comunidades indígenas que sentem essas mudanças primeiro.

Os viajantes de hoje enfrentam um dilema singular: o desejo de testemunhar a beleza pode entrar em conflito com a consciência de que o excesso de entusiasmo ou a demora podem acelerar sua perda. Por exemplo, Veneza luta há muito tempo contra inundações de acqua alta, mas novas pesquisas mostram que a elevação das marés (cerca de 5 mm/ano) pode submergir grande parte da cidade até meados do século. A Grande Barreira de Corais sofreu pelo menos seis eventos de branqueamento em massa desde 2016; em 2024, cerca de 39% de seu recife sofreu mais de 60% de perda de corais. O Parque Nacional Glacier, que já abrigou mais de 150 geleiras, agora tem apenas algumas dezenas, com alguns cientistas prevendo que nenhuma permanecerá até 2030. Enquanto isso, o turismo cresce – a pequena Machu Picchu atraiu mais de um milhão de visitantes em 2019, levando o Peru a limitar a entrada. Este artigo examina 27 desses destinos ameaçados (dos cinco urgentemente ameaçados até 2030 a um conjunto maior em risco até meados do século e além), incorpora os dados científicos mais recentes (estimativas do nível do mar do IPCC, limites de desmatamento, dados sobre a saúde dos corais) e oferece orientações práticas de viagem. O objetivo é a clareza e a clareza: sem assustar os leitores nem adoçar a máscara. Ao combinar evidências factuais com descrições vívidas, este guia visa informar e inspirar escolhas responsáveis ​​antes que seja tarde demais.

Destinos que desaparecerão até 2030: os cinco críticos

Veneza, Itália – Correndo contra as marés crescentes

Veneza, Itália – Correndo contra as marés crescentes

Canais ainda serpenteiam pelo coração histórico de Veneza, mas a água está literalmente subindo. As marés altas agora inundam a Praça de São Marcos várias vezes ao ano e, nas últimas décadas, a cidade também afundou ligeiramente. Uma análise de 2024 feita por geólogos italianos constatou que os marégrafos da lagoa estão subindo cerca de 4 a 5 mm por ano. Nesse ritmo, grande parte das ruas e palácios de Veneza submergirão regularmente. As barreiras contra inundações MOSE – colossais comportas móveis nas entradas da lagoa – foram concluídas, mas não impedirão a elevação do nível do mar a longo prazo ou o afundamento do solo. Em suma, Veneza pode nunca se afogar completamente, mas os melhores momentos para passear por suas vielas estreitas a pé e a seco estão desaparecendo rapidamente. Especialistas preveem partes da cidade ficará permanentemente submersa até 2150.

  • Quão rápido Veneza está afundando? As medições variam de acordo com o ponto, mas muitas áreas da lagoa estão afundando alguns milímetros por ano. Combinado com a elevação dos níveis do Adriático, o efeito líquido é drástico. Em um período recente (2019-2023), o lado oeste de Veneza, já inundado, foi inundado 58 vezes, muito mais do que em qualquer outro momento da história recente. À medida que a elevação do nível do mar se acelera, as máximas de "acqua alta" de hoje (acqua alta) podem ser as marés normais de amanhã.
  • Projeto MOSE e por que ele pode não ser suficiente: As comportas do MOSE podem bloquear marés de tempestade, mas foram projetadas em uma época de elevação mais lenta do nível do mar. O novo estudo alerta que, mesmo com o MOSE totalmente rebaixado, a submersão gradual acabará tornando muitos bairros inabitáveis. As autoridades continuam fortificando diques e limitando o número de turistas, mas sem uma ação climática global drástica, Veneza gradualmente deixará de ser uma "cidade flutuante" e se tornará uma cidade com inundações periódicas.

A Grande Barreira de Corais – 90% já branqueada

A Grande Barreira de Corais – 90% já branqueada

A Grande Barreira de Corais (GBR) se estendia por mais de 2.300 quilômetros ao largo da costa nordeste da Austrália, um vibrante labirinto de corais repletos de vida. Repetidas ondas de calor marinhas, no entanto, deixaram o recife com uma palidez fantasmagórica. Em 2025, cientistas relataram que até 30–40% dos recifes de corais pesquisados ​​sofreram branqueamento severo, e quase todos os recifes apresentaram algum tipo de branqueamento. Em um levantamento histórico de 2024, quase 40% do recife sofreu branqueamento pelo menos "muito alto" (mais de 60% de mortalidade de corais) e algumas áreas ultrapassaram 90%. Isso marcou a primeira vez registrada que todas as regiões de recife sofreram extremo branqueamento. Apenas alguns bolsões – geralmente distantes da costa e em maiores profundidades – permanecem praticamente intactos.

  • Ainda podemos salvar a Grande Barreira de Corais? A janela está se fechando. Cientistas de recifes argumentam que limitar o aquecimento a 1,5°C poderia permitir a recuperação de bolsões de recife; com um aumento de 2°C, praticamente todos os corais rasos pereceriam. Mergulhadores turistas que desejam praticar snorkel na GBR em condições intocadas encontrarão alguns recifes sobreviventes perto de Cairns ou da cadeia de recifes Ribbon, mas mesmo estes podem em breve descolorir. Pesquisas estão em andamento sobre reprodução e sombreamento de corais, mas essas soluções estão atrasadas em relação ao ritmo do aquecimento. Por enquanto, os visitantes são incentivados a apoiar instituições de caridade e operadoras de mergulho que seguem as diretrizes ecológicas.
  • Melhores seções que ainda valem a pena visitar em 2025: A GBR é vasta e algumas áreas apresentam maior densidade de corais do que outras. Os recifes mais ao norte (região do Cabo York) e os Bunkers de Capricórnio ao sul costumam apresentar melhor cobertura de corais do que os recifes centrais, muito visitados. Mesmo assim, as condições mudam anualmente. Os turistas devem selecionar operadores que monitorem a saúde recente dos recifes e considerar visitar os recifes menos afetados pelo branqueamento recente. Mesmo agora, ver o recife é uma experiência sóbria, mas poderosa.

Um pôr do sol sobre a água nas Maldivas, uma das nações insulares mais ameaçadas. As ilhas de coral do arquipélago, incluindo longas praias e palmeirais, lhe renderam fama – no entanto, mais de 80% do território das Maldivas fica a menos de 1 metro acima do nível do mar. Modelos climáticos indicam que, até 2050, as ilhas mais baixas poderão se tornar inabitáveis, tornando esta década o último grande período turístico das Maldivas.

Parque Nacional Glacier (EUA) – De 100 geleiras para nenhuma

Parque Nacional Glacier (EUA) – De 100 geleiras para nenhuma

Nomeado em homenagem aos seus picos esculpidos no gelo, o Parque Nacional Glacier, em Montana, tornou-se um símbolo da perda climática. Quando o parque foi criado, há um século, contava com cerca de 150 geleiras distintas. Em 1966, apenas 37 atingiam o limite para serem consideradas geleiras (≥ 25 acres de gelo). Hoje, restam menos de 30 dessas geleiras; as demais encolheram para insignificantes campos de neve ou desapareceram completamente. Cientistas do parque projetaram que todos das geleiras do Glacier desapareceriam até 2030. Embora alguns campos de neve tenham permanecido após essa data, o recuo continua implacável. Pesquisas recentes mostram que as geleiras não estão apenas encolhendo, mas também se fragmentando, acelerando o derretimento.

  • Quais geleiras você ainda consegue ver? Algumas geleiras com nomes conhecidos sobreviveram até a década de 2020 – como Sperry, Grinnell e Jackson –, em sua maioria no alto, em faces norte sombreadas. No entanto, mesmo estas são meras sombras do que já foram. Visitantes que percorrem a Trilha Highline ou a Trilha da Geleira Grinnell podem vislumbrar esses resquícios de gelo, mas o verão de cada ano os aproxima do colapso. A icônica Geleira Sperry perdeu mais de um terço de seu volume entre 1966 e 2020. Em 2025, ela mal se estendia além de seu campo de neve.
  • Quando o Parque Nacional Glacier não terá mais geleiras? Uma análise atualizada do USGS sugere que, se a tendência de aquecimento continuar, apenas pequenas manchas de gelo permanecerão até 2030. Em meados do século, o parque perderá sua última geleira verdadeira. Cientistas alertam que, mesmo que o "prazo" de 2030 passe, os ecossistemas alpinos do parque permanecerão diferentes – menos neve no inverno, mais rochas áridas no verão e menos espécies adaptadas ao frio. Os visitantes não devem esperar se desejam ver o gelo que dá nome ao parque.

Maldivas – Primeiro país a desaparecer?

Maldivas – Primeiro país a desaparecer

De todas as nações ameaçadas pelas mudanças climáticas, as Maldivas são talvez o caso mais emblemático. Esta cadeia de 1.190 ilhas de coral no Oceano Índico é o país mais plano do mundo: mais de 80% de suas terras estão abaixo de 1 m de altitude. A elevação do nível do mar aqui é particularmente implacável. Um estudo do USGS citado pela NASA concluiu que, até 2050, muitos pequenos atóis podem se tornar inabitáveis ​​devido a inundações frequentes. Malé, a capital, já sofre com marés altas que inundam ruas. O governo está buscando adaptação – construindo ilhas artificiais (por exemplo, Hulhumalé se eleva 2 m acima do nível do mar) e até mesmo comprando terras no exterior como uma "apólice de seguro". Mas, dadas as projeções (o IPCC AR6 alerta para uma elevação de ~0,5 a 1,0 m até 2100 em cenários de baixa emissão para alta emissão), grandes partes das Maldivas podem desaparecer neste século.

  • Quanto tempo resta para as Maldivas? Ninguém espera que as ilhas desapareçam literalmente da noite para o dia – na verdade, alguma sedimentação natural pode ajudar a elevar ligeiramente a superfície das ilhas. No entanto, os planejadores alertam que, entre 2030 e 2050, muitos dos atóis mais baixos sofrerão inundações quase diárias. Um modelo da NASA mostra que a recuperação de Hulhumalé poderia suportar talvez mais 50 anos de elevação modesta, mas as ilhas tradicionais (Malé, Gaafaru etc.) inundarão com mais frequência e perderão água potável. No pior cenário climático, a ONU afirma que pequenas ilhas baixas poderão estar em grande parte submersas até 2100. Realisticamente, se as emissões globais não caírem, os hotéis poderão ter dificuldade para operar em todos os atóis até 2050.
  • Quais ilhas das Maldivas estão em maior risco? Todas são vulneráveis, mas a altitude das ilhas varia. Muitos dos atóis remotos do sul têm picos ainda mais baixos (frequentemente de apenas 0,5 a 0,8 m). Algumas ilhas do norte construíram paredões ou estradas elevadas para lidar com a situação. Viajantes curiosos para ver a vida local ainda podem visitar ilhas habitadas como Thoddoo ou Fuvahmulah, mas devem esperar alertas frequentes de inundações. Ilhas resort privadas têm mais recursos para se adaptar, mas mesmo vilas luxuosas sobre a água (como a foto acima) acabarão sentindo o impacto. É essencialmente uma corrida: visitar as Maldivas o quanto antes significa conhecê-las antes que o clima afunde muitas praias.

Machu Picchu, Peru – Destruído por sua própria popularidade

Machu Picchu, Peru – Destruído por sua própria popularidade

Empoleirada no alto dos Andes a quase 2.430 metros, Machu Picchu tem um dos cenários mais espetaculares de qualquer ruína. No entanto, não é a mudança climática, mas o turismo excessivo que agora ameaça a cidadela histórica. Em 2019, o congestionamento de visitantes em antigos caminhos de pedra e terraços estava visivelmente erodindo o local. A UNESCO colocou Machu Picchu "na lista de perigo" devido à superlotação. O governo peruano tomou medidas: desde janeiro de 2019, todos os visitantes devem entrar com ingressos com horário marcado, com um total máximo por dia. Em 2020, apenas 2.244 turistas são permitidos por dia. Mesmo assim, as multidões são canalizadas ao longo de trilhas estreitas e do icônico Portão do Sol, colocando pressão sobre as ruínas. Durante a pandemia de COVID-19, Machu Picchu ficou fechado por meses, mas quando o turismo foi retomado, rapidamente se aproximou dos limites de capacidade novamente.

  • Como o turismo excessivo está destruindo Machu Picchu? Os caminhos de pedra – alguns pavimentados pelos incas e outros adicionados posteriormente – racham com o uso intenso. Em áreas de encosta, as vibrações de milhares de passos podem desestabilizar os terraços. Lixo, pichações e mendicância ilegal também corroem a atmosfera serena. O grande número de viagens de ônibus e trem para o local também polui a paisagem montanhosa, que de outra forma seria intocada. Em resposta, as autoridades agora controlam as áreas proibidas com mais rigor, começaram a rotacionar os visitantes entre diferentes circuitos e estão construindo um novo centro de visitantes bem abaixo das ruínas para aliviar a pressão.
  • Novas restrições de visitantes e o que elas significam: O regime de "capacidade de carga" do Peru significa que a rota e a programação de cada visitante são planejadas com antecedência. Guias e carregadores também têm cotas. Essas medidas diminuem o ritmo de entrada e distribuem o tráfego de pedestres. Para os viajantes, isso significa menos ingressos, um horário definido e nenhuma saída da trilha. O lado positivo é que até mesmo um passeio controlado é extraordinário; ver Machu Picchu sem multidões pode ser possível nas primeiras horas da manhã ou na baixa temporada. Ainda assim, se alguém sonha em ficar sozinho perto do Templo do Sol, os próximos anos são a melhor aposta.

Destinos que desaparecerão até 2050: a próxima onda

Além dos cinco mais urgentes, muitos outros cenários agora enfrentam quase a certeza de grandes mudanças até meados do século. Projeções (geralmente de 2050 ou 2100), combinadas com as tendências atuais, pintam um futuro sombrio:

Sul da Flórida e Everglades

Sul da Flórida e Everglades

As costas do Atlântico e do Golfo da Flórida já registram inundações "incômodas" em dias ensolarados em Miami, Fort Lauderdale e Tampa. Com o nível do mar subindo ~3 mm/ano globalmente, o condado de Miami-Dade, em baixa altitude, construiu bombas e estradas elevadas, mas a água salgada continua invadindo o subsolo. Alguns modelos mostram um aumento de 1 metro até 2100 devido às altas emissões, o que inundaria a maior parte de Miami Beach e uma grande área de Miami até 2050. O Parque Nacional Everglades, um ecossistema único de zonas úmidas ao sul de Miami, pode ser inundado com o avanço da água do mar para o interior, prejudicando tanto a vida selvagem quanto o abastecimento de água. Em meados do século, muitas ilhas-barreira nas costas da Flórida podem não existir mais. Em suma, qualquer cidade costeira da Flórida hoje – considere como apenas ~15 cm a mais de água podem tornar as estradas intransitáveis ​​– está em claro risco nas próximas décadas.

  • Quais cidades da Flórida ficarão submersas? Depende de como "subaquático" for definido. É provável que St. Petersburg, Miami Beach, Key West e partes de Naples/Port Miami percam uma área territorial significativa entre 2050 e 2100. Áreas do interior (Orlando, Jacksonville) estão seguras por enquanto, mas grande parte da infraestrutura do sul da Flórida – esgoto, transporte aéreo, agricultura – pode ser afetada. Moradores e turistas da Flórida devem se preparar para enfrentar inundações frequentes até 2030 e planejar suas viagens de retorno de acordo.
  • Cronograma e projeções de inundações em Miami: O Sea Level Rise Viewer da NOAA indica que, mesmo em cenários moderados, é provável que Miami apresente uma elevação de alguns centímetros a 30 centímetros até 2050. Somado a tempestades mais intensas (furacões) que criam marés altas, isso significa que alguns bairros ficarão cronicamente alagados até meados do século. O lado positivo é que a Flórida está investindo agressivamente em adaptação (por exemplo, sistemas de bombeamento, rodovias elevadas, restauração de manguezais), o que pode adiar os piores resultados. Para os viajantes, as melhores estações (inverno) continuam frescas e ensolaradas, mas esteja preparado: sempre verifique as previsões meteorológicas locais.

O Mar Morto – Encolhendo 3,3 pés anualmente

O Mar Morto – Encolhendo 3,3 pés anualmente

Metade da superfície do Mar Morto desapareceu ao longo do último século. O lago mais salgado da Terra – entre a Jordânia e Israel – vem recuando constantemente. A culpa é, em grande parte, do desvio de água: o rio Jordão (sua única fonte de água doce) é bombeado rio acima para irrigação e consumo. Como resultado, o nível do Mar Morto cai cerca de 1 metro a cada ano, segundo cientistas. Esse declínio contínuo expõe vastas planícies de sal e provoca dolinas nas margens. A menos que medidas sejam tomadas, a linha costeira atual estará bem no interior até 2050.

  • Por que o Mar Morto está secando? A seca e o clima quente da região desempenham um papel importante, mas o principal objetivo é o consumo humano rio acima. Nas últimas décadas, israelenses e jordanianos concordaram (lentamente) com projetos para bombear água do Mar Vermelho por um canal para reabastecer o Mar Morto, mas obstáculos políticos continuam a atrasá-los. Enquanto isso, os turistas ainda podem flutuar em suas águas ricas em minerais (talvez um motivo para ir em breve), mas cada visita é um vislumbre de um corpo d'água moribundo. Até 2050, grandes trechos do leito do lago poderão estar expostos, e o famoso ponto de flutuação poderá ser bem menor.
  • A crise do sumidouro sobre a qual ninguém fala: À medida que o Mar Morto recua, as águas subterrâneas preenchem seu espaço, dissolvendo camadas de sal subterrâneas. Isso cria buracos profundos e repentinos que engolem estradas e campos ao longo da costa. Vários hotéis já tiveram que realocar seus prédios. Os viajantes devem ficar atentos aos sinais de alerta do lado israelense; literalmente, algumas partes do antigo leito do lago podem desabar sem aviso prévio.

Floresta Amazônica – Os Pulmões da Terra Estão Falhando

Floresta Amazônica – Os Pulmões da Terra Estão Falhando

A Bacia Amazônica – que abrange 6,7 milhões de km² da América do Sul – é a maior floresta tropical do mundo e um pilar do sistema climático global. No entanto, décadas de desmatamento (para gado, soja e exploração madeireira) e o aumento da seca têm estressado esse ecossistema. Cientistas alertam que a Amazônia está se aproximando de um "ponto de inflexão": se cerca de 20 a 25% da floresta for cortada ou as temperaturas globais subirem acima de 2°C, o sistema poderá se transformar irreversivelmente em savana. Estamos perigosamente perto disso. Hoje, cerca de 18% da Amazônia já está desmatada e o mundo está cerca de 1,5°C mais quente do que os níveis pré-industriais. Isso significa que o limite de perda pode ser atingido até 2050 se as tendências atuais continuarem. Abaixo desse limite, a floresta recicla a água da chuva, resfria o ar e armazena enormes quantidades de carbono. Acima disso, a mortandade e os incêndios em larga escala degradariam a regulação climática – um resultado que repercutiria em todo o mundo.

  • A Amazônia sobreviverá às mudanças climáticas? Muitos cientistas temem que não, na sua forma atual. Mesmo um aquecimento modesto de 1,5°C já alterou a estação seca, tornando-a mais longa e árida. As recentes secas recordes em 2023-24, agravadas pelas mudanças climáticas, mataram árvores em uma escala nunca vista. As regiões amazônicas no sul do Brasil, Bolívia e Paraguai já ultrapassaram os pontos de inflexão locais. Se o aquecimento ultrapassar 2°C, as manchas degradadas podem se multiplicar até que a floresta tropical intacta seja apenas a região com maior pluviosidade ao norte. Em termos práticos para os viajantes, as grandes pousadas nos rios Madre de Dios ou Tapajós ainda existirão em 2030, mas as vistas podem incluir mais tocos carbonizados.
  • O ponto de inflexão do qual estamos nos aproximando: A cada ano, à medida que mais estradas cortam a selva intocada, a luz solar atinge o sub-bosque e alimenta incêndios florestais. Segundo o especialista Carlos Nobre, se as taxas atuais de desmatamento e aquecimento se mantiverem, a Amazônia poderá atingir o ponto irreversível por volta de meados do século. Alguns países estão protegendo mais terras agora, mas o ritmo de fiscalização é lento. Por enquanto, os viajantes devem considerar experiências alternativas (abaixo) se quiserem evitar contribuir para esse problema.

Xangai – a megacidade mais vulnerável do mundo

Xangai – a megacidade mais vulnerável do mundo

Lar de mais de 25 milhões de pessoas, Xangai fica parcialmente abaixo do nível do mar, na costa leste da China. Inundações recordes nos últimos anos (como o Tufão In-Fa em 2021) mostraram o quanto as áreas urbanas baixas sofrem. Cientistas chineses projetam que, até 2050, mesmo sem grande elevação do nível do mar, o aumento das marés de tempestade pode levar as defesas costeiras ao limite. Em combinação, a subsidência do solo de Xangai (devido à extração de águas subterrâneas) e a elevação do nível do oceano podem significar a inundação de zonas industriais e linhas ferroviárias. Para combater isso, a China já está construindo muros de contenção e estações de bombeamento elaborados. No entanto, muitos arranha-céus de Xangai são efetivamente construídos sobre ilhas de lama que podem eventualmente se tornar pântanos. Até 2050, os moradores esperam que inundações de "100 anos" se repitam anualmente. Os turistas devem observar que o Bund e a orla de Xangai estarão protegidos por um tempo, mas cidades próximas como Suzhou ou Ningbo enfrentam riscos ainda maiores.

  • Xangai será inundada permanentemente? Não na próxima década, mas até 2070 ou mais tarde, em cenários de altas emissões, grandes áreas poderão ser inundadas por tufões. As estações elevadas de metrô e as ilhas artificiais (Pudong) da cidade podem permanecer de pé, mas parques e áreas baixas poderão sofrer com inundações crônicas. Ao contrário de pequenas ilhas, Xangai tem recursos para se adaptar, portanto, a submersão permanente é improvável antes de 2100 – ainda assim, a personagem da cidade mudará com mais canais e menos recantos habitados perto da foz do Yangtze.
  • Projeções de inundações para a costa da China em 2050: Ao longo dos Mares Amarelo e da China Oriental, muitos centros urbanos (por exemplo, Tianjin e Guangzhou) compartilham a vulnerabilidade de Xangai. Um atlas apoiado pela NOAA mostra que o nível do mar em Xangai poderá subir cerca de 50 cm até meados do século. Isso por si só significa que marés comuns ou chuvas fortes podem inundar cerca de 10% da cidade a cada ano. A conclusão: nos próximos anos, viajantes internacionais devem consultar a previsão do tempo com atenção; evitar passeios durante chuvas extremas e respeitar os alertas locais de ciclones.

A natureza selvagem em extinção do Alasca

A natureza selvagem em extinção do Alasca

O Alasca é frequentemente chamado de "última fronteira" da América, graças às montanhas remotas, à tundra ártica e às geleiras. No entanto, está mudando drasticamente. A amplificação do Ártico (aquecimento mais rápido) significa que o permafrost – solo congelado por milênios – está descongelando. A infraestrutura (pistas, oleodutos, estradas rurais) construída em solo rico em gelo está cedendo. Geleiras em lugares como Prince William Sound, Mendenhall e College Fjord recuaram quilômetros de seus focinhos históricos. A icônica aurora boreal também pode mudar conforme a atividade solar muda. Para o turismo, isso significa invernos mais curtos com menos neve, mais insetos no verão e, muito provavelmente, nenhuma estrada de gelo até a década de 2030. Até 2050, muitas comunidades agora acessíveis apenas no inverno (por snowmobile ou trenó puxado por cães) podem ser acessíveis por água ou não ser acessíveis devido ao degelo pantanoso.

  • Derretimento do permafrost e o que isso significa para o turismo: Destinos como o Refúgio Nacional da Vida Selvagem do Ártico ou a Rodovia Denali dependem de solo congelado. O degelo cria buracos e dolinas; algumas trilhas de caribus do Ártico (antes cobertas de gelo e neve) já estão se rompendo. O turismo de cruzeiros em Glacier Bay e nos Fiordes de Kenai verá novas paisagens – antigas baías glaciais se transformando em baías florestadas e menos geleiras de maré. As migrações de baleias podem mudar. No geral, o Alasca se tornará mais verde e úmido em algumas partes, ou menos estável em outras.
  • A janela de redução da última fronteira: Os entusiastas do Alasca devem valorizar o que resta hoje. Hoje, é possível avistar rebanhos de caribus, ursos polares, cardumes de salmão e geleiras intactas em uma única viagem. Em 2050, as regiões meridionais do Alasca poderão se assemelhar ao norte do Oregon, sem nenhum permafrost. O extremo norte (Barrow, Nome) ainda sentirá os invernos árticos, mas com menos neve. Dica prática: se o objetivo é ver a tundra ártica do século XXI, planeje visitar antes da década de 2030, quando os verões serão visivelmente mais verdes e menos gelados.

Nações insulares à beira da extinção

Alguns dos menores países e territórios do mundo enfrentam a pior perspectiva de todas: o desaparecimento de nações inteiras. Trata-se principalmente dos "Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento" (PEID) no Pacífico e no Caribe.

Nações insulares do Pacífico enfrentam a submersão

Nações insulares do Pacífico enfrentam a submersão
  • Kiribati: Com 33 atóis, o ponto mais alto de Kiribati fica a cerca de 4 m acima do nível do mar. Isso o torna um dos países mais vulneráveis ​​do planeta. As repetidas marés altas inundam vilarejos como Betio, em Tarawa do Sul, e os poços de água doce estão salinizando. O governo de Kiribati agora financia muros de contenção, estradas elevadas e agricultura em água doce. Mas os cientistas estimam que, sem cortes drásticos nas emissões, a maior parte do território de Kiribati poderá ficar submersa até 2050.
  • Tuvalu: Com apenas nove atóis de coral e uma ilha de recife, a altitude média de Tuvalu é de ~3 m. Líderes até alteraram sua constituição: "Tuvalu será uma nação, mesmo que suas terras desapareçam". Isso é em parte simbólico, mas medidas concretas são tomadas. Em 2021, o ministro das Relações Exteriores de Tuvalu ficou com água até a cintura na ONU para exigir ação climática. O país está agora criando um gêmeo digital de suas ilhas para preservar a cultura. Essencialmente, os tuvaluanos estão se preparando para existir "virtualmente" se os mares vencerem. Os moradores reais podem começar a emigrar em massa até 2040 se as inundações causadas por tempestades se intensificarem.
  • Ilhas Marshall: Compostas por atóis como Kwajalein e Bikini, as Ilhas Marshall se elevam apenas centímetros acima do Pacífico. Estas também foram locais de testes nucleares na década de 1950, deixando resíduos radioativos. Hoje, a elevação das águas ameaça (e em algumas ilhotas já rompe) relíquias e vilas da Segunda Guerra Mundial. A capital, Majuro, planeja um ambicioso projeto de dique de US$ 600 milhões, mas modelos climáticos sugerem que ele pode garantir apenas mais algumas décadas de habitabilidade. O país pretende fazer lobby internacionalmente – já reduziu sua pegada de carbono, apesar de precisar de todos os barcos e aviões apenas para conectar suas ilhas.
  • Outros: Nações do Pacífico como Nauru, Tuvalu, Tokelau, Ilhas Cook e alguns territórios (por exemplo, Banaba, no vizinho de Marshall, Kiribati) compartilham estas características: altitudes muito baixas, forte dependência de ecossistemas de recifes e, muitas vezes, recursos econômicos limitados. Muitos buscam realocar comunidades nas próximas décadas. Para os viajantes, esses destinos oferecem vislumbres culturais marcantes das fronteiras climáticas. A visita deve ser feita com o máximo respeito, pois as comunidades estão se debatendo para saber se sobreviverão até o final do século.

Ilhas do Caribe em risco

Ilhas do Caribe em risco

No Caribe, muitas ilhas baixas enfrentam seus próprios perigos. A intensidade dos furacões aumentou e as tempestades param com mais frequência. A elevação do nível do mar está submergindo praias, afetando o turismo diretamente. Pelo menos 21 estados caribenhos são altamente vulneráveis ​​(segundo o PNUD). Por exemplo: – Bahamas: Nassau e resorts costeiros são atingidos por quase todos os grandes furacões. Miami e Nassau estão aproximadamente na mesma latitude e ambas sofrem com marés de tempestade. Grande parte do arquipélago fica a poucos metros acima do nível do mar. Daqui a algumas décadas, certas ilhas (por exemplo, Ábaco, que foi devastada pelo furacão Dorian em 2019) podem ser muito propensas a tempestades para se viver, ou pelo menos exigir a realocação de infraestrutura essencial. – Granada, Barbados, Antígua: Essas ilhas de base vulcânica têm picos mais altos, mas suas praias e recifes sofrem o impacto. Os resorts turísticos arenosos podem se tornar pouco lucrativos se a reposição de praias erodidas se tornar constante. – Trinidad e Tobago: O leste de Trinidad é montanhoso, mas as planícies baixas da costa (região de Port of Spain) enfrentarão inundações mais frequentes. Os resorts costeiros de Tobago podem ver seus resorts recuarem para o interior. – Cuba e Jamaica: Maior tamanho significa que não desaparecerão por completo, mas ambos têm costas vulneráveis. As favelas de Kingston em planícies aluviais sofrerão se a elevação do nível do mar se acelerar.

As ilhas mais ameaçadas dependem de dados locais. Pequenos Estados insulares do Caribe iniciaram planejamento estratégico, mas muitos dependem do turismo, cujo próprio crescimento (e emissões de carbono) contribuíram para a ameaça. Por enquanto, esses destinos permanecem vibrantes: florestas exuberantes, cultura rítmica e areia branca. Viajantes que se preocupam com o clima devem considerar a escolha de acomodações que apoiem a restauração de manguezais ou parques de recifes de corais para ajudar a atenuar alguns impactos.

Ilha de Páscoa – Estátuas Moai sob ameaça

Ilha de Páscoa – Estátuas Moai sob ameaça

Rapa Nui (Ilha de Páscoa) é um território chileno remoto famoso por seus gigantescos moais de pedra. A crescente ondulação do Pacífico também ameaça essa mística. Um estudo de 2025 (relatado pela Al Jazeera) utilizou um "gêmeo digital" da costa leste e descobriu que ondas sazonais poderiam inundar Ahu Tongariki (local com 15 moais) já em 2080. As estátuas em si ficam a poucos metros da costa. A UNESCO observa que cerca de 50 patrimônios mundiais em todo o mundo estão altamente expostos a inundações costeiras, e em Rapa Nui muitos sítios cerimoniais se situam nessa zona.

  • Como as mudanças climáticas ameaçam as estátuas da Ilha de Páscoa: Fortes tempestades ou tsunamis podem destruir as estruturas menores. Já em 1960, um tsunami derrubou moais em centenas de metros para o interior, danificando-os. As ameaças atuais são mais brandas: marés altas regulares agora atingem as plataformas. Se o nível global do mar subir conforme o projetado, as ondas sazonais de quebra-mar erodirão as fundações dos ahus. Os moradores locais estão discutindo quebra-mares ou até mesmo a realocação de certas estátuas. Os visitantes ainda podem caminhar entre os moais – mas saber que metade deles poderá estar submersa até 2100 é preocupante.

A ciência por trás dos desaparecimentos

A ciência por trás dos desaparecimentos

Esta crise tem fundamento científico. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê que, mesmo que a humanidade atinja as metas de Paris (aquecimento limitado a ~1,5–2°C), o nível médio global do mar ainda subirá cerca de 0,5 metro até 2100. Em cenários de "business as usual", um metro ou mais é possível. O ar mais quente retém mais umidade, provocando tempestades mais intensas; ondas de calor derretem o gelo em terra; os mares se expandem termicamente e incorporam a água derretida das geleiras. Principais mecanismos:

Compreendendo as projeções de elevação do nível do mar

O nível do mar sobe por dois motivos principais: o aquecimento dos oceanos se expande e as camadas de gelo/geleiras derretem. O último relatório do IPCC mostra que, com um aquecimento de 1,5°C, até 2100 o nível médio global do mar pode subir ~0,5 m; a 2°C, pode chegar a ~0,8 m. Isso pode não parecer enorme, mas faz uma diferença drástica para ilhas baixas. Além disso, o aumento do nível do mar continua por séculos. Para contextualizar: o nível global do mar já subiu ~20 cm (8 polegadas) desde 1880 e atualmente está subindo ~3–4 mm por ano. Lugares como Veneza, que agora veem inundações uma vez por década, podem vê-las semanalmente com menos de 0,5 m de elevação. Crucialmente, fatores locais (subida ou descida de terra, correntes) podem amplificar ou mitigar esses números. Mas mesmo as estimativas mais conservadoras significam que, até 2050, praticamente todos os destinos mencionados aqui verão níveis de água de base visivelmente mais altos.

Branqueamento de corais e acidificação dos oceanos

Os corais constroem recifes depositando esqueletos de calcário. Quando as temperaturas do oceano excedem brevemente a tolerância dos corais, eles "branqueiam" - expelem as algas simbióticas que lhes dão cor. Se o estresse térmico cessar, os corais podem se recuperar; caso contrário, eles morrem. A ciência é sombria: projeções mostram que, com um aquecimento global de 2°C, quase todos os recifes de corais podem morrer, enquanto com 1,5°C, uma pequena fração (talvez 10–20%) pode sobreviver. Já gastamos grande parte desse orçamento: o mundo aqueceu ~1,2°C até 2022, e a GBR sofreu dois branqueamentos em massa consecutivos (2016-17, 2024-25). A acidificação dos oceanos (devido à absorção de CO₂) adiciona outro estresse ao enfraquecer os esqueletos dos corais. A tendência combinada é que os recifes em todo o mundo se tornarão eventos raros até meados do século, a menos que haja cortes radicais nas emissões.

Taxas e projeções de recuo das geleiras

As geleiras são indicadores sentinelas. Quase todas as geleiras de montanha da Terra estão encolhendo. Nos Alpes, metade do volume de gelo desapareceu desde 1980. No Alasca, as geleiras Columbia e Mendenhall estão visivelmente recuando a cada ano. O IPCC alerta que, com um aquecimento de 2°C, quase todas as geleiras "pequenas" desaparecerão em grande parte até 2100 – e mesmo com 1,5°C, muitas desaparecerão. Isso significa que o Parque Nacional Glacier, em Montana, é uma prévia de um padrão global. Com as temperaturas atuais, as últimas grandes geleiras do parque podem desaparecer antes de 2050. No Nepal, os picos icônicos do Himalaia estão perdendo suas neves. A ciência do derretimento das geleiras é bem conhecida: o ar ascendente (e as ondas de calor diretas) causa o derretimento rápido, e a fuligem preta na neve (de incêndios ou diesel) acelera ainda mais. O resultado: o gelo de cada ano é geralmente menor do que o do ano anterior, com poucas reversões.

Perdas Econômicas e Culturais

Perdas Econômicas e Culturais

A perda desses destinos não é apenas ambiental, mas também humana e cultural. Economicamente, o turismo baseado na natureza é uma indústria enorme. Só a Grande Barreira de Corais contribui com bilhões de dólares australianos e dezenas de milhares de empregos para Queensland. Pequenos países como as Maldivas dependem do turismo para cerca de 30% do PIB. A fama de Veneza trouxe luxo e artesanato. Se esses lugares se degradam, as economias locais desmoronam. Para cada banco de areia rochoso onde corais costumavam fervilhar de peixes, há um pescador perdendo renda; para cada praça inundada em Veneza, uma gelateria ou gondoleiro enfrenta dificuldades.

Culturalmente, o impacto também é profundo. Machu Picchu e a Ilha de Páscoa são patrimônios inestimáveis. Se Machu Picchu perder suas pedras devido a passos apressados, as gerações futuras terão que... histórias dele, mas não do sítio real. Se Kiribati for abandonado, uma língua e uma identidade únicas enfrentam uma continuidade rompida. Os relatórios da UNESCO deixam isso claro: quando Patrimônios Mundiais desaparecem, não se perdem apenas edifícios, mas também o conhecimento ancestral, as tradições arquitetônicas e o orgulho nacional. O IPCC observa que, além das perdas em dólares, há custos não econômicos – como o choque psicológico para as comunidades que testemunham o colapso da natureza. Em suma, os destinos em desaparecimento carregam um fardo duplo: os sistemas naturais são desativados e as comunidades humanas sofrem erosão.

Impactos da economia do turismo

Ministérios do Turismo em todo o mundo estão se conscientizando dessas projeções. Por exemplo, operadores turísticos de recifes agora desviam parte de sua receita para iniciativas de restauração de recifes. No Equador, empresas de cruzeiros estão discutindo projetos de jardins de corais para ganhar tempo para os recifes de Galápagos (que enfrentam ameaças semelhantes de branqueamento). Mas tais esforços são pequenos em comparação com a escala das perdas. Se, digamos, 80% dos resorts das Maldivas fecharem até 2050, não apenas empregos serão perdidos, mas as cadeias de suprimentos (alimentos, bens) também serão interrompidas. Economistas alertam para a existência de refugiados climáticos mesmo em países ricos: pense em proprietários de imóveis em Miami ou em pequenos ilhéus do Pacífico que podem buscar novas vidas no exterior.

Perdas do Patrimônio Cultural

Alguns desses lugares não têm substitutos fáceis. A arquitetura de Veneza é única; Nova Orleans ou Amsterdã podem ser inundadas, mas têm estilos diferentes e milhões de habitantes que poderiam se adaptar ao local. As estátuas moai na Ilha de Páscoa não podem ser totalmente movidas ou replicadas; arte rupestre em desertos, geleiras em montanhas sagradas, línguas ligadas à terra, tudo corre o risco de ser apagada parcial ou totalmente. Especialistas falam de uma "injustiça intergeracional" – os jovens convivem com a culpa ou a tristeza de perder o que seus ancestrais construíram.

Quando visitar: um cronograma para viagens responsáveis

Quando visitar: um cronograma para viagens responsáveis

Para leitores curiosos quando (ou se) para conhecer esses lugares, a resposta é complexa. Esta seção oferece um roteiro aproximado, misturando previsões científicas com dicas práticas de viagem. Nós o estruturamos por prioridade:

Destinos prioritários para 2025–2030

  • Veneza: Vá o mais rápido possível. Mesmo com o MOSE, a janela icônica para lá está diminuindo. A cidade é melhor visitada nos meses mais frios (outono-inverno), quando a acqua alta é um pouco menos extrema. Reserve o transporte aquático (vaporetti) com antecedência para ter flexibilidade em dias de enchentes. Visite a Piazza San Marco e o Rialto enquanto ainda pode caminhar por eles sem botas de cano alto (o que pode não ser verdade muito depois de 2030).
  • Grande Barreira de Corais: Mergulho e snorkel devem ser praticados o quanto antes. Os períodos de pico de saúde dos corais variam de acordo com a região, portanto, procure recifes no extremo norte (Cooktown-Cape York) no final do inverno (julho a agosto) para evitar o calor do verão. Consulte os relatórios de saúde dos recifes todos os anos.
  • Parque Nacional Glacier: Parque totalmente aberto e glorioso até 2030. Faça trilhas agora; ótimas caminhadas como a Trilha da Geleira Grinnell continuarão recompensadoras até talvez 2035. Esteja ciente de que o último gelo glacial desaparece em breve. A primavera (junho-julho) tem clima agradável e flores silvestres; o outono (setembro) é mais tranquilo, mas ainda é possível encontrar algumas frutas silvestres.
  • Maldivas: Se resorts de praia estiverem na sua lista, reservar com antecedência é uma boa ideia. Praticamente qualquer época é boa, exceto durante as monções (maio a outubro). Quanto mais cedo você for, mais intactos estarão os bancos de areia. Considere se hospedar em eco-resorts que investem em jardins de recifes, o que ajuda na resiliência.
  • Machu Picchu: Isso é complicado porque as restrições limitam o número de visitantes. No entanto, os passeios em 2025-2030 ainda operarão dentro desses limites. Evite os meses mais movimentados (junho a agosto) ou vá bem cedo/tarde. Se a cidadela em si fechar algum dia para restauração, considere fazer caminhadas em sítios incas alternativos (Choquequirao, Trilha da Selva Inca), onde a caminhada em si já é a recompensa.

Prioridade secundária 2030–2040

Depois dos cinco urgentes, vêm outros que enfrentarão grandes mudanças até meados do século:

  • Sul da Flórida (Everglades/Miami): O boom imobiliário aqui está no auge. Se você sonha com um cruzeiro pela Flórida ou um passeio de aerobarco pelos Everglades, faça-o na década de 2030. Até 2040, alguns hotéis na costa baixa poderão sofrer inundações devido a tempestades. O distrito Art Déco de Miami, tecnicamente ainda à tona por enquanto, começará a enfrentar problemas crônicos. O inverno e o início da primavera (dezembro a março) continuam sendo as melhores épocas para visitar antes da temporada de furacões.
  • Mar Morto: É seguro visitar a qualquer hora (com proteção solar adequada!), mas saiba que o mar está desaparecendo. O que fazer: boiar e se cobrir de lama logo. Ao contrário de lugares ao nível do mar, o Mar Morto está realmente ficando... menor, para que mais pessoas possam aproveitar as águas rasas por um tempo. No entanto, o risco de dolinas perto das margens sugere permanecer nas praias principais, onde o fundo foi monitorado.
  • Amazonas: A Amazônia é imensa, então suas florestas interiores persistirão além de 2040. No entanto, a saúde da floresta tropical está em declínio. Para ver a Amazônia relativamente exuberante, visite parques bem protegidos (por exemplo, Tambopata, no Peru, e Yasuni, no Equador) e considere viajar nas estações mais chuvosas da floresta tropical (abril a junho), quando os rios estão cheios e a vida selvagem se reúne. Evite passeios na estação seca (agosto a novembro), se possível, pois incêndios podem prejudicar a visibilidade.
  • Xangai: A Xangai urbana é um caso especial. A cidade não desaparecerá até 2040, mas os viajantes podem notar mais inundações "sazonais" nas áreas baixas de Xangai. A primavera é geralmente seca, enquanto o verão tem chuvas torrenciais (e risco de tufões). Considere visitar na estação intermediária (primavera ou outono), quando o clima é moderado e o risco de tempestades é menor.
  • Alasca: Se paisagens árticas e geleiras estão na sua lista de desejos, mire em 2030-2040. Após 2040, mais rodovias no Alasca poderão ficar fora de serviço. Os cruzeiros de verão (maio a setembro) ainda funcionarão, mas no início da temporada você verá mais gelo e neve nas montanhas. No final do século, grande parte disso terá desaparecido.

Planejamento de longo prazo 2040–2050

Depois de 2040, muitos desses destinos serão radicalmente alterados. Pontos principais:

– Até 2050, muitas ilhas de coral (Maldivas, PEID) poderão precisar ser evacuadas durante tempestades. Planeje essas viagens agora, se possível.
– Os parques glaciais (tanto o Glacier NP quanto os do exterior) terão menos paredes de gelo; considere-os o quanto antes.
– Veneza ainda encantará, mas a arte e a arquitetura recentes podem ser substituídas por mais inundações; visite-a na década de 2030, se possível.
– Os modelos climáticos sugerem que até 2050 as ondas de calor tornarão os locais subtropicais (Mumbai, Bangkok, Miami) muito desconfortáveis ​​no verão; incorpore o conforto climático nas datas de viagem.

Em termos práticos, ao reservar:

– Os invernos (novembro a março no hemisfério norte, maio a setembro no hemisfério sul) geralmente proporcionam o clima mais previsível em muitos locais vulneráveis ​​(evite as temporadas de monções e tempestades).
– Muitos dos destinos ameaçados (especialmente ilhas) incentivam viagens fora de temporada para reduzir a tensão. Reservar para além de 2030 com a ideia de visitar um local ameaçado mais tarde é arriscado – é melhor ir antes.
– Sempre inclua flexibilidade: se condições climáticas extremas (furacão, enchente extrema) atingirem uma região, esteja preparado para reorganizar os planos.

Como Visitar com Responsabilidade

Como Visitar com Responsabilidade

Se decidir viajar para esses lugares icônicos, faça-o com cuidado. Visitar um ecossistema frágil pode prejudicá-lo ainda mais ou, se feito corretamente, ajudar a protegê-lo.

  • Escolha acomodações ecologicamente corretas: Procure hotéis e resorts com certificação de sustentabilidade. Muitos lodges perto da Grande Barreira de Corais, por exemplo, utilizam energia solar e possuem viveiros de corais. Em países insulares, apoie locais que minimizem a construção costeira e respeitem os códigos de construção locais. Considere morar em ilhas tradicionais em vez de resorts artificiais sempre que possível, para reduzir o impacto ambiental.
  • Apoie os esforços locais de conservação: Ao praticar mergulho com snorkel em um recife ou fazer trilhas, contribua para fundos de conservação. Muitos países oferecem opções para adicionar uma pequena taxa (uma "taxa de recife", uma taxa de entrada em parques) destinada à proteção de habitats. Procure passeios guiados por guias locais ou comunidades indígenas, pois eles tendem a reinvestir na preservação da cultura e da natureza. Comprar algumas pulseiras ou obras de arte de moradores locais (com os devidos créditos) pode fortalecer meios de subsistência sustentáveis ​​que dependem da natureza intacta.
  • Minimize sua pegada turística: As emissões de carbono de voos e cruzeiros são um fator oculto que contribui para essas perdas. Se possível, compense o carbono da sua viagem (por meio de programas certificados) ou escolha opções com menor emissão de carbono (trem, veleiro, etc.), quando disponíveis. Evite plásticos descartáveis, pois os ecossistemas marinhos e insulares estão sufocados pelo lixo. Descarte todo o lixo não biodegradável. Use protetor solar que não agrida os recifes (protetores solares químicos prejudicam os corais). Deixe pedras, plantas e artefatos intactos. Resumindo, vá com calma: sua presença não deve agravar o problema.
  • Superlotação da mente: Se estiver visitando um local popular, viaje fora de temporada ou no meio da semana para evitar picos de público. Ouça as orientações dos guardas florestais sobre limites de tamanho de grupo ou zonas restritas. Resista à tentação de se aglomerar em destinos recém-"da moda" que talvez ainda não tenham infraestrutura para lidar com grandes fluxos de turistas. Em vez disso, considere passeios guiados que priorizem pequenos grupos. Quanto menos pressão colocarmos sobre trilhas e recifes, mais tempo eles durarão.

O que pode ser feito para salvar esses destinos

O que pode ser feito para salvar esses destinos

Os esforços de mitigação precisam acontecer em dois níveis: global e local.

  • Acordos Climáticos Internacionais: O destino de ilhas baixas e geleiras depende em grande parte das emissões globais. As metas do Acordo de Paris de limitar o aquecimento a "bem abaixo de 2°C" foram literalmente concebidas para manter lugares como as Maldivas acima da água. A reentrada dos EUA no Acordo de Paris e as metas de pico de carbono da China – essas medidas políticas se traduzem em uma elevação mais lenta do nível do mar e em uma chance de sobrevivência para as áreas costeiras. A ajuda internacional também ajuda: por exemplo, o Banco Mundial emprestou dinheiro a Bangladesh e às Maldivas para a construção de paredões. Cidadãos preocupados com o turismo podem pressionar seus próprios governos para que invistam nesses acordos globais e apoiem financeiramente as nações vulneráveis.
  • Soluções tecnológicas sendo implementadas: Engenheiros já estão trabalhando: projetos de restauração de recifes levantam fragmentos de corais para regenerar áreas branqueadas; ilhas solares flutuantes estão até sendo testadas para adicionar sombra aos recifes. Na Groenlândia, grandes ventiladores estão sendo testados para soprar neve sobre geleiras derretidas. O plantio de manguezais e áreas úmidas costeiras por drones pode amortecer marés de tempestade (e turistas podem se voluntariar nesses programas). Inovações em transporte (como barcos híbridos para safáris, bicicletas elétricas em vez de scooters a gasolina em parques, transporte público aprimorado em zonas de inundação) também ajudam a reduzir o impacto humano.
  • Como os turistas podem se tornar parte da solução: Viajar não precisa ser algo passivo. Muitos lodges oferecem atividades práticas de conservação: mergulhos para plantio de corais, limpeza de trilhas, monitoramento de ninhos de tartarugas marinhas ou restauração de sítios arqueológicos. Até mesmo algo tão simples como escrever sobre suas experiências (postagens em redes sociais que destacam a conservação em vez de se gabar de uma selfie) pode influenciar outras pessoas a se importarem. Ao interagir com guias locais, pergunte sobre as mudanças que eles observam; esse ciclo de feedback pode gerar conscientização. Por fim, considere doar parte do seu orçamento de viagem para ONGs confiáveis ​​que trabalham com adaptação climática ou biodiversidade na região que você visitar.

A chave é transformar o slogan “visite com responsabilidade” em ação. Cada viajante atencioso que segue esses passos transmite um voto de confiança de que esses destinos ainda importa. Isso em si é uma forma de proteção.

Destinos alternativos a considerar

Destinos alternativos a considerar

Se algum dos sites populares acima parecer muito frágil ou eticamente problemático, existem muitas alternativas semelhantes (e às vezes surpreendentes) que enfrentam ameaças menos imediatas:

  • Em vez de Machu Picchu: A civilização inca se estendeu por diversos locais. Os amantes de trilhas podem considerar Choquequirao (Peru) ou Ollantaytambo, que têm menos gente. A primeira é uma trilha acidentada e ainda praticamente intacta. A segunda é uma vila viva construída com pedras incas, oferecendo vistas panorâmicas das montanhas.
  • Em vez das Maldivas ou ilhas afundando: Visite Seychelles ou Maurício. Essas ilhas do Oceano Índico são mais altas e geologicamente mais estáveis ​​(embora não imunes). Elas ostentam excelentes recifes e praias, mas têm projetos de adaptação mais ativos. Da mesma forma, Palau, na Micronésia, possui alguns dos recifes mais saudáveis ​​do mundo e está construindo um modelo de turismo sustentável.
  • Em vez da Grande Barreira de Corais: Os recifes do Mar Vermelho (por exemplo, ao largo do Sinai, no Egito, ou da Arábia Saudita) são notavelmente resistentes ao branqueamento (em parte por estarem em uma zona de ressurgência). Considere também o Triângulo de Coral (Indonésia, Filipinas), onde a biodiversidade é alta e os climas são mais frios em profundidade. Galápagos pode ter águas mais quentes, mas ainda oferece uma vida marinha única (embora também enfrente mudanças).
  • Em vez de Veneza: A Itália tem pequenas e charmosas cidades com canais como Ravena ou Pádua (sem marés oceânicas). Ou explore os canais de Istambul (cultura distinta, sem risco de naufrágio). Até remar nos canais do século XVII de Amsterdã dá a sensação de conviver com a água, mas Amsterdã investiu pesado em defesas contra enchentes.
  • Em vez do Parque Nacional Glacier: Para grandes montanhas e gelo, considere planejar com antecedência viagens aos Alpes do Sul da Nova Zelândia (próximo a Queenstown) ou à Patagônia (Chile/Argentina). Ambos enfrentam o derretimento glacial, mas ainda possuem vastos campos de gelo (por exemplo, o Perito Moreno ainda avançando, a Geleira Fox) e oferecem opções de ecoturismo.
  • Em vez da selva amazônica: As florestas tropicais de Bornéu, na Malásia (região de Sabah), ou Papua-Nova Guiné têm imensa biodiversidade, mas taxas de desmatamento mais baixas (embora seja preciso ficar atento às questões do óleo de palma). A Bacia do Congo, na África, também é mais intacta, com enormes parques florestais que recebem menos visitantes.
  • Turismo Virtual: Por fim, para os locais mais inacessíveis ou ameaçados, tours virtuais de alta qualidade agora são uma opção. De escaneamentos 3D de Notre-Dame a experiências de mergulho em realidade virtual (RV) em recifes, substitutos digitais podem, pelo menos, conscientizar. Eles não devem substituir viagens presenciais, mas em alguns casos (por exemplo, para quem não consegue chegar fisicamente a pequenas ilhas do Pacífico), atendem tanto a objetivos educacionais quanto de redução de carbono.

Ao escolher alternativas, os viajantes reduzem a pressão sobre um ponto sensível, ao mesmo tempo em que desfrutam de experiências enriquecedoras. Um plano de férias com uma visão ampla pode incluir um local "da lista de desejos" e algumas preciosidades inusitadas que antes eram "menos conhecidas", mas agora reveladas por guias intrépidos. Dessa forma, se um destino fracassar, a viagem inteira não desaba junto.

Perguntas frequentes

Perguntas frequentes

Perguntas sobre a linha do tempo

Quais destinos desaparecerão até 2030? Os cinco destacados acima (Veneza, GBR, Parque Nacional Glacier, Maldivas, Machu Picchu) são geralmente citados como os mais urgentes. Todos já estão sob intensa ameaça. O risco de inundação de Veneza a torna efetivamente inviável durante grande parte do ano; mesmo com o MOSE, é apenas uma questão de quando, e não se, a inundação se tornará permanente. Os corais da Grande Barreira de Corais desaparecerão em breve. As geleiras que dão nome ao Parque Nacional Glacier desaparecerão. Todos os operadores turísticos agora observam que, para vê-las, "visite agora" é quase um lema.

Outros lugares fechar Os países que consideram um "prazo" de 2030 como o mais próximo possível incluem grandes geleiras em todo o mundo (por exemplo, nos Alpes, nas Montanhas Rochosas e na Nova Zelândia), pequenos resorts insulares no Caribe que inundam regularmente e até mesmo estações de esqui em zonas temperadas (temporadas mais curtas). Em geral, se a pergunta for "Este lugar estará aqui na forma atual daqui a uma década?", uma suposição cautelosa é não, para os cinco críticos.

Quais lugares estarão submersos até 2050? Até 2050, as projeções sugerem: muitos pequenos atóis do Pacífico; trechos de países baixos (partes da Holanda, embora seja fortemente projetada); porções significativas de Bangladesh e do Delta do Mekong, no Vietnã (embora esses sejam "destinos" principalmente para moradores locais, não em guias turísticos); grandes faixas da costa da Flórida e da Louisiana durante marés severas. As ilhas das Índias Ocidentais sofrerão perdas substanciais de praias, embora um país inteiro como as Bahamas possa sobreviver com adaptação (embora possivelmente sem algumas de suas ilhas existentes). Em termos puramente turísticos: pense nas principais cidades portuárias – Veneza, Miami, Nova Orleans, Bangkok, Cidade de Ho Chi Minh – todas estarão lidando com inundações crônicas até 2050, com alguns distritos históricos possivelmente abandonados. Lembre-se, no entanto, que um lugar "submerso" nem sempre significa totalmente submerso; mesmo uma pequena elevação permanente significa inundações mais frequentes e perda de litoral.

Quanto tempo até Veneza ficar submersa? Dados científicos indicam que partes de Veneza já ficam submersas intermitentemente durante as marés altas. A nova descoberta de uma elevação do nível do mar de aproximadamente 5 mm/ano na lagoa indica que, até 2100 (agravada pela subsidência), grandes áreas da cidade antiga provavelmente estarão submersas durante as marés altas normais. Em termos práticos, os visitantes devem presumir que cada década traz inundações piores. Entre 2030 e 2040, marés frequentes de 80 a 90 cm serão a norma. Portanto, Veneza está "perto o suficiente" agora para que qualquer viagem pareça urgente: ruas submersas só se tornarão mais comuns.

Perguntas sobre destinos específicos

Quando as Maldivas ficarão completamente submersas? É difícil dizer "completamente", pois deslocamentos naturais de sedimentos podem manter alguns trechos emergindo. No entanto, o consenso é que as ilhas mais baixas (mais de 1 m abaixo do nível do mar projetado) sofrerão inundações fatais até 2050. Mesmo com uma elevação estimada de 50 cm até 2100 (limite mínimo do IPCC), algumas ilhas com apenas 1 m de elevação serão devastadas. Dito isso, projetos artificiais (como Hulhumalé) visam oferecer refúgio pelo maior tempo possível. Viajantes realistas devem observar: a cada ano, a partir de agora, a geografia do arquipélago está diminuindo gradualmente. Se você quiser mergulhar com snorkel em recifes rasos ou sentar em uma praia de areia branca, quanto mais cedo, melhor.

Ainda podemos mergulhar com snorkel na Grande Barreira de Corais? Sim – ainda existem bolsões. Certos pontos de mergulho com águas mais profundas (por exemplo, os recifes Ribbon, perto de Port Douglas) sofreram menos do que recifes rasos. Além disso, a ressurgência no extremo norte de Queensland mantém algumas áreas mais frias. No entanto, gêneros inteiros de corais (por exemplo, chifre-de-veado e chifre-de-alce) foram praticamente perdidos. O recife em que você nada agora não será o mesmo daqui a 10 anos, e em 2050 poderá ser composto principalmente de rochas e algas. Portanto, se ver recifes vivos está na sua lista, faça isso logo. Ao praticar snorkel, escolha operadoras que eduquem sobre a saúde dos recifes e contribuam para sua preservação.

Quando o Parque Nacional Glacier não terá mais geleiras? O Parque Nacional Glacier pretendia ver sua última geleira até 2030. Provavelmente chegará perto. Mesmo que uma pequena mancha de gelo persista por mais alguns anos, a era glacial do parque efetivamente terminará na década de 2030. Isso significa que as crianças que viram um grande campo de gelo em 2025 poderão retornar em 2040 e ver apenas musgo e lago em vez de gelo.

Quais cidades da Flórida ficarão submersas? Nenhum será inteiramente submersos até 2050, mas áreas baixas de Miami, Tampa, Key West e Fort Lauderdale sofrerão inundações crônicas. "Submersos" aqui significa que partes dessas cidades – especialmente praias turísticas, estradas baixas e litorais – ficarão inutilizáveis ​​na maré alta. Centros urbanos em terrenos mais altos (centro de Tampa, Las Olas Blvd em Fort Lauderdale) devem permanecer secos em condições normais por enquanto. Mas quaisquer bairros à beira-mar correm o risco de inundações ocasionais até meados do século.

Xangai será inundada permanentemente? A longo prazo, sim, é vulnerável. A curto prazo, Xangai tem uma infraestrutura enorme para se proteger do mar. Até 2050, os modelos globais mostram que Xangai enfrentará uma elevação de 0,5 m sob um aquecimento de 1,5 °C a 2 °C (e provavelmente mais sob a manutenção do status quo). Isso significa que as grandes tempestades podem empurrar 2 a 3 m sobre partes dos reservatórios de Pudong ou Yangtze. A cidade está construindo um muro de contenção que supostamente suportará os tufões atuais, mas não os piores futuros. Os moradores já estão plantando manguezais e casas flutuantes nos subúrbios. Resumindo: até 2050, partes de Xangai terão significativamente mais eventos de inundação, mas construirão defesas; somente depois de 2100 poderá enfrentar uma ameaça existencial.

O Mar Morto está realmente secando? Sim. O nível do lago caiu mais de 100 metros abaixo de sua foz natural no Vale do Rift. Especialistas dizem que ele afunda cerca de 1 metro por ano agora, o que é impressionante. Um turista já pode ter que dirigir 30 minutos a mais para encontrar a linha costeira atual em relação a duas décadas atrás. Se o bombeamento e a evaporação continuarem, grandes áreas do fundo do Mar Morto serão lama seca em meados do século. A estatística de "encolhimento de 1 metro por ano" é uma manchete útil – está acontecendo.

O que acontece com as estátuas da Ilha de Páscoa com as mudanças climáticas? Os moais são construídos em plataformas costeiras. Por volta de 2080, ondas sazonais poderão atingir repetidamente a plataforma de Tongariki. Por volta de 2100, até mesmo uma elevação moderada do nível do mar, somada a tempestades, poderá inundar alguns moais. A solução a longo prazo pode ser mover as estátuas para o interior, o que já está sendo considerado. Os visitantes de hoje ainda podem ficar entre elas na maré baixa, mas pense nisso: autoridades do Patrimônio Mundial estimam que quase três quartos dos sítios costeiros da UNESCO em regiões tropicais enfrentam risco significativo de inundação. Os moais de Páscoa estão entre os símbolos mais visíveis desse risco.

Perguntas de planejamento

Devo visitar esses lugares agora ou esperar? Como regra geral, quanto mais cedo melhorSe um destino se enquadra nas categorias críticas acima, atrasos só significam mais perdas. No entanto, não se apresse de forma irresponsável. Ir logo não significa ignorar a ética ambiental. Priorize destinos com uma gestão sólida (por exemplo, alguns resorts de corais restauram ativamente o que os turistas usam). Alguns lugares, como geleiras e recifes, são lineares: quanto mais cedo você os vir, mais intactos estarão. Outros, como Machu Picchu ou a Ilha de Páscoa, podem ser apreciados mesmo quando alterados, mas com um senso de urgência. Se viajar for muito caro ou sua agenda for fixa, considere temporadas de baixa temporada ou entressafra para evitar a tensão de pico.

Para um planejamento de longo prazo (mais de 10 anos à frente), considere que as condições serão mais adversas. Por exemplo, não planeje um cruzeiro para 2040 em praias baixas do Caribe – até lá, tempestades podem forçar mudanças de itinerário. Em vez disso, use a próxima década para explorar mais a fundo e fique de olho nos relatórios de destino. Muitos governos e cientistas publicam alertas "antes que desapareçam" para turistas; estes podem ser consultados. Se o futuro de um local estiver realmente em dúvida, aproveite-o o quanto antes.

É ético visitar destinos em extinção? Esta é uma pergunta sincera. As opiniões variam. Por um lado, visitar um sítio frágil pode ser visto como exploração se aumentar o desgaste (imagine centenas de caminhantes encantados pisoteando sítios arqueológicos frágeis). Por outro lado, o dinheiro do turismo pode ajudar a financiar a conservação e meios de subsistência sustentáveis. Nossa opinião: pode ser ético. se feito com atençãoIsso significa escolher como, quando e por que você vai com muito cuidado. Apoie as comunidades locais e a conservação, viaje com pouca bagagem e use a viagem para aprender e defender interesses. Evite excursões coletivas irrefletidas. Reconheça que sua visita é um privilégio – não um direito. Ao se educar (e educar os outros) sobre as questões, você transforma um simples passeio turístico em um testemunho significativo. Nesse sentido, o turismo se torna uma forma de administração respeitosa.

Em última análise, a ética depende do impacto e da intenção. Se a sua visita a Machu Picchu, por exemplo, visa forçar a passagem de mais pessoas, isso não é sensato. Se, em vez disso, você for de forma controlada e respeitosa (talvez visitando também cantos menos conhecidos do parque), ainda estará contribuindo. Muitos destinos afetados acolhem explicitamente turistas responsáveis ​​– afinal, o turismo financia suas economias. Apenas certifique-se de que sua presença faça mais bem (por meio de taxas, conscientização, apoio) do que mal. O melhor princípio orientador é: não deixe para trás nada além de pegadas e leve consigo insights para ajudar a proteger o que viu.

Conclusão: A janela está se fechando

Conclusão A janela está se fechando

Esta jornada por lugares que desaparecem pinta um quadro preocupante: as maravilhas da Terra estão em perigo e o tempo não está do nosso lado. No entanto, o tom é... não Desespero. A história mostra que ações conscientes podem fazer a diferença. As mesmas décadas que ameaçam recifes de corais e pequenas ilhas também testemunharam a reversão da destruição da camada de ozônio pelo Protocolo de Montreal. Grandes investimentos em energia renovável e turismo sustentável estão crescendo. As escolhas de cada pessoa – seja para compensar um voo, defender políticas climáticas, apoiar a restauração de recifes ou viajar com consciência – podem levar a agulha do destino em direção à preservação.

Para o viajante consciente, a mensagem é valorizar esses destinos enquanto eles duram e levar suas histórias adiante. Afinal, os próprios turistas têm poder: as economias do turismo podem se voltar para a proteção ecológica quando os turistas assim o exigem. Imagine uma Itália onde a renda das multidões de Veneza financiou novas defesas contra enchentes e infraestrutura subterrânea. Imagine uma Austrália onde a restauração dos recifes é financiada pelo preço de cada viagem de mergulho.

Acima de tudo, viajantes e leitores devem partir com esperança misturada à determinação. Esperança porque até pequenas ações – uma petição assinada, uma doação feita, uma história compartilhada – se acumulam. Determinação porque o calendário está correndo: o ano de 2030 está a poucos dias de distância. Até lá, poderemos olhar para 2025 como a última década de não fazer nada. Que esse conhecimento impulsione passos em direção a um futuro onde uma criança nascida hoje ainda possa dizer que... ter nadou sobre um recife vivo ou bebeu água limpa de um lago glacial na montanha.

O mundo está mudando, mas essa mudança não é inevitável. Nossa janela para proteger esses destinos continua aberta – cabe a nós mantê-la entreaberta em vez de fechá-la. A profunda beleza e riqueza cultural desses lugares podem persistir, se agirmos coletivamente a tempo.

8 de agosto de 2024

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