Fatos sobre Belgrado: Mais de 50 verdades surpreendentes sobre a Sérvia

Situada na confluência dos rios Danúbio e Sava, Belgrado é uma capital com 7.000 anos de história e uma personalidade multifacetada. Ganhou o apelido de "Cidade Branca" devido à sua fortaleza de calcário claro e ressurgiu das ruínas mais de 40 vezes em guerras ao longo da história. Hoje, Belgrado é uma mistura do antigo e do novo: cúpulas ortodoxas e arcos otomanos dividem as ruas com torres elegantes e margens de rio arborizadas. Os visitantes se maravilham com a colossal Igreja de São Sava (uma das maiores do mundo) e exploram a Fortaleza de Kalemegdan (uma cidadela com 2.000 anos de história). Enquanto isso, uma lendária vida noturna prospera nos splavovi (clubes flutuantes) à beira do rio, e a farta culinária sérvia (ćevapi com kajmak, tortas burek, rakija de ameixa) encanta o paladar. Entre os belgradenses famosos estão o grande tenista Novak Djokovic e o escritor ganhador do Prêmio Nobel, Ivo Andrić. Em Belgrado, cada viela tem uma história, cada bairro acumula camadas de história, tornando a capital da Sérvia uma cidade europeia verdadeiramente cativante. Todas as informações acima foram extraídas de registros históricos e fontes da cidade, garantindo um guia preciso e completo das maravilhas de Belgrado.

Belgrado, capital e maior cidade da Sérvia, ocupa uma posição estratégica na confluência dos rios Sava e Danúbio – um verdadeiro cruzamento entre a Planície Panônica e a Península Balcânica. Sua história documentada é surpreendentemente longa. A região ao redor de Belgrado é habitada há pelo menos 7.000 anos, o que a torna uma das cidades continuamente povoadas mais antigas da Europa. Ao longo de milênios, o assentamento cresceu de aldeias pré-históricas a uma fortaleza celta, e posteriormente se tornou a cidade romana de SingidunumA cidade de hoje carrega muitas camadas de história – muralhas antigas se estendem a metros abaixo de ruas movimentadas, e monumentos de diferentes épocas compartilham a paisagem urbana. Ao longo de todo esse tempo, Belgrado conquistou uma identidade única. Seu nome sérvio Belgrado Significa literalmente "Cidade Branca" – um título apropriado, herdado do calcário brilhante da fortaleza onde foi fundada.

Belgrado tem um caráter de contrastes marcantes. Muralhas medievais de pedra branca acima do rio se misturam a mesquitas da era otomana e edifícios barrocos austro-húngaros, enquanto blocos modernistas socialistas se erguem ao lado de reluzentes torres de vidro. No subsolo, jazem aquedutos romanos e bunkers da Guerra Fria. Acima do solo, amplos calçadões, parques arborizados e praias fluviais encontram mercados vibrantes, kafanas (cafés) ao ar livre e uma vida noturna de classe mundial. Essa mistura – entre Oriente e Ocidente, passado e presente – conferiu a Belgrado a reputação de cidade “onde os mundos se encontram”, rica em patrimônio e surpresas. Sua história revelará relíquias de culturas antigas e inovações modernas, cada fato alicerçado por séculos de transformações e renovações.

Índice

Origens Antigas e Cronologia Histórica

Qual a idade de Belgrado? Uma viagem ao longo de 7.000 anos de história.

A história de Belgrado começa na pré-história. As terras às margens do Danúbio mostram vestígios de povoamento que remontam à cultura neolítica de Vinča (por volta de 5500–4500 a.C.) – de fato, artefatos de Vinča aparecem aqui mesmo antes da Idade do Bronze. Em termos arqueológicos modernos, Belgrado é um dos sítios continuamente habitados mais antigos da Europa. No primeiro milênio a.C., uma tribo celta, os Escordiscos, estabeleceu uma fortaleza chamada Singidun na área (o nome Singidunum (posteriormente tornou-se a versão romanizada). Essa fortaleza (provavelmente na atual crista de Kalemegdan) foi posteriormente conquistada por Roma em 34-33 a.C. Como um município romano no século II d.C., Singidunum cresceu e se tornou uma importante cidade danubiana, protegida pela Legio IV Flavia às margens do rio Sava.

Após a queda do Império Romano, a cidade que viria a se tornar Belgrado testemunhou ondas migratórias. Governantes bizantinos, eslavos e magiares a controlaram sucessivamente. Em 878 d.C., uma cidade eslava chamada Beograd ("Cidade Branca") é mencionada em uma carta do Papa João VIII. Ao longo dos séculos seguintes, Belgrado passou pelas mãos do Império Búlgaro, de Bizâncio, do Reino da Hungria e, finalmente, da Sérvia. Em 1405, tornou-se a capital do Despotado Sérvio, consolidando seu status como centro nacional. Esse papel continuou com a fundação da Sérvia moderna: após a independência sérvia, foi designada capital em 1841. Desde então, Belgrado permanece o coração político e cultural da Sérvia.

Hoje, escritores se vangloriam de que "Belgrado pode traçar sua existência por mais de 7.000 anos". Embora as datas precisas variem, os registros arqueológicos e escritos confirmam claramente que as fundações da cidade datam da antiguidade. Ela é mais antiga que cidades como Paris ou Londres em milênios. Em termos recentes, um número frequentemente citado é que Belgrado existe há cerca de 7.000 anos. Essa longevidade é parte do seu fascínio, uma cidade continuamente moldada por culturas antigas até a era moderna.

Qual era o nome de Belgrado? Mais de 15 nomes ao longo dos séculos.

A longa história de Belgrado se reflete até mesmo em seus muitos nomes. Em praticamente todos os idiomas e épocas, seu nome significou "cidade branca" ou "fortaleza branca". O próprio nome eslavo Beograd é um composto de vivo (“branco”) e grau (“cidade” ou “fortaleza”), e já aparece em um documento de 878 d.C. Os romanos latinizaram. SingidunumMas, sob governantes posteriores, o nome da cidade mudou, mantendo sua essência "branca". Por exemplo, os gregos bizantinos se referiam a ela como Velegradhon (significando “grande cidade branca”), e fontes ocidentais a denominaram de diversas maneiras. Alba grega ou Grego-Whiteenburg, literalmente “Castelo Branco Grego”, quando era um posto avançado bizantino.

Os húngaros medievais a chamavam de Nándorfehérvár – onde fehérvár significa “fortaleza branca” e “Nándor” significava búlgaro, refletindo um período anterior sob domínio búlgaro. Os turcos otomanos a chamavam de Belgrat, essencialmente uma transliteração do nome eslavo (às vezes traduzido em fontes árabes como Dar al-Jihad, “Casa da Luta”). Mesmo no século XX, houve mudanças no nome: os nazistas planejaram brevemente renomeá-la para Prinz-Eugenstadt em homenagem a um general dos Habsburgos, embora essa ideia nunca tenha se consolidado. Ao longo de todas essas mudanças, a identidade da cidade como uma “cidade branca” permaneceu. Como observa a Wikipédia, “Belgrado teve muitos nomes ao longo da história e, em quase todos os idiomas, o nome se traduz como 'a cidade branca'”. Essa complexidade na nomenclatura reflete como Belgrado esteve na encruzilhada de culturas: celta, romana, eslava, otomana, austro-húngara e muitas outras deixaram sua marca – até mesmo no próprio nome da cidade.

A cultura Vinča: mais antiga que a Mesopotâmia

Um dos capítulos mais surpreendentes da história de Belgrado é a cultura pré-histórica de Vinča, que floresceu por volta de 5500-4500 a.C. na planície ao sul da cidade. Escavações recentes nos arredores de Belgrado revelaram fragmentos de cerâmica e vestígios de assentamentos de Vinča, indicando a existência de uma sociedade neolítica sedentária e sofisticada muito antes da história escrita. Alguns sítios de Vinča perto de Belgrado são mais antigos que as primeiras cidades da Mesopotâmia. A história oficial do turismo de Belgrado destaca que a área já era habitada no Paleolítico, enfatizando que essa continuidade de 7.000 anos faz de Belgrado "uma das cidades mais antigas da Europa". Essas camadas arqueológicas – ferramentas de pedra, estatuetas de barro, lareiras antigas – jazem enterradas sob a cidade moderna, revelando que a importância de Belgrado antecede os romanos e os sérvios em milênios.

A data exata do início da ocupação contínua de Belgrado é debatida (alguns sítios arqueológicos sugerem ocupação há mais de 8.000 anos), mas a era Vinča é a evidência mais concreta da vida primitiva na região. Ela nos mostra que, muito antes da chegada dos famosos conquistadores da história, os habitantes do Danúbio já domesticavam plantas e animais, construíam grandes casas comunitárias e comercializavam com povos distantes. Visitantes interessados ​​na Belgrado antiga ainda podem ver artefatos da cultura Vinča em museus (como o Museu Nacional). Nesse sentido, a Belgrado moderna se assenta sobre camadas da cidade pré-histórica: cada vez que se constrói ou escava no núcleo antigo, desenterra-se literalmente vestígios da vida humana em eras passadas.

De Singidunum a Belgrado: o legado romano

No século I d.C., os celtas da tribo dos Escordiscos estabeleceram uma cidade fortificada no terreno elevado onde hoje se ergue a Fortaleza de Kalemegdan. Os romanos logo a conquistaram, e o assentamento tornou-se o posto legionário de Singidunum. Em seu auge, no século II, Singidunum era um município romano completo, com banhos, ruas e muralhas, servindo como um baluarte na fronteira romana às margens do Danúbio. Arqueólogos encontraram vestígios de muralhas de castros romanos e uma grande cisterna sob a cidade velha de Belgrado. Ainda hoje, se você caminhar perto da cidadela de Kalemegdan, estará sobre as ruínas dessa antiga cidade romana.

Ao longo dos séculos seguintes, após o declínio da autoridade romana, a importância da cidade mudou, mas nunca desapareceu. Sob o domínio bizantino, búlgaro ou húngaro, ela permaneceu um centro regional. Fontes medievais confirmam que a mesma colina foi reutilizada como fortaleza a cada chegada de invasores. Em suma, o nome Belgrado – surgindo pela primeira vez em 878 d.C. – ecoava um lugar que havia sido uma cidade continuamente por séculos antes disso. Na história de Belgrado, a era romana é apenas um capítulo em um volume de 7.000 anos. A Belgrado moderna ainda venera a contribuição romana: o nome Singidunum aparece no brasão oficial da cidade, e achados da época romana estão expostos no Museu Nacional.

Por que Belgrado é chamada de Cidade Branca?

A Etimologia de Belgrado

Todas as línguas que já falaram sobre Belgrado traduzem seu nome como "Cidade Branca". O nome sérvio. Belgrado (ou Belgrado (em algumas variantes eslavas do sul) vem de vivo significando “branco” e grau Significa “cidade” ou “fortaleza”. A primeira menção sobrevivente de “Beli Grad” encontra-se em uma carta do Papa João VIII, datada de abril de 878, que já utiliza o nome eslavo para a cidade. Cronistas medievais observam que esse nome foi escolhido devido à cor vibrante das muralhas da fortaleza que dominavam os rios. Em outras palavras, Belgrado era a “cidade da fortaleza brilhante (branca)” desde a sua fundação.

Por que branca? Porque a rocha da crista defensiva acima de Belgrado era um calcário de uma cor surpreendentemente clara. No início da Idade Média, os viajantes no Danúbio viam os baluartes brilhando sob o sol. Como relata uma fonte, “A brancura da crista calcária sobre a qual a cidadela foi construída destacava-se claramente de longe, e assim o assentamento ficou conhecido como Beli Grad ('Cidade Branca')”. Esse mesmo calcário (do sítio arqueológico chamado Tašmajdan) foi usado para construir muralhas e igrejas, reforçando a aparência branca. Assim, a cidade herdou um nome que descrevia literalmente sua aparência. Em documentos latinos, Belgrado aparece como Belgrado, Alba grega, ou Branco Búlgaro – todas as variantes que significam “Branco” ou “Brilhante” em seus respectivos idiomas. Em resumo, a etimologia e a topografia coincidem: Belgrado Belgrado existe porque seus fundadores avistaram uma fortaleza de pedra branca à beira-mar e deram o nome de sua nova cidade em homenagem a ela.

A Fortaleza Branca que Deu Nome a uma Cidade

O núcleo da Belgrado primitiva era Kalemegdan, um planalto fortificado na confluência dos rios Danúbio e Sava. Ali, um pequeno castro romano deu lugar a uma cidadela medieval. Crucialmente, essa fortaleza foi construída com calcário de cor clara, tão brilhante que podia ser vista pelos navios que passavam. Descrições arqueológicas enfatizam que “o castro tinha muralhas altas, construídas com o calcário branco de Tašmajdan” durante a época romana. Mesmo após séculos de conflito, essa pedra (agora desgastada pelo tempo) ainda confere a Kalemegdan sua aparência pálida. As muralhas brancas tornaram-se tão identificadas com o assentamento que os escribas eslavos simplesmente o chamavam de “Cidade Branca” (Beli Grad). Uma história oficial da fortaleza observa que os primeiros eslavos viram “a brancura da crista calcária sobre a qual a cidadela foi construída” e, assim, cunharam o nome Beli Grad.

Ao longo da Idade Média, as muralhas de Kalemegdan foram reconstruídas e ampliadas, mas o tema da pedra calcária persistiu. Viajantes dos séculos XV e XVI descrevem uma fortaleza de pedra e argamassa brilhantes. Mesmo sob o domínio otomano, o nome Belgrado (ou Beyoğlu em turco, que significa Rua da Cidade Branca) era utilizado. Na Belgrado moderna, o Parque Kalemegdan ainda ocupa este planalto elevado. Os visitantes que passeiam pelos jardins da fortaleza podem ver seções de calcário branco-amarelado visíveis nas ameias – relíquias das muralhas originais. Em outras palavras, a “fortaleza branca” que definiu a cidade ainda permanece hoje como seu marco mais famoso. O nome da cidade, portanto, continua sendo uma descrição literal de seu núcleo histórico: uma cidade construída em torno de um imponente castelo branco.

Uma cidade forjada pelo conflito: o passado de Belgrado marcado pela guerra.

A posição estratégica de Belgrado – situada num penhasco na principal encruzilhada fluvial dos Balcãs – fez com que fosse cobiçada por impérios e exércitos durante séculos. Infelizmente, isso também significou que Belgrado foi sitiada, conquistada ou palco de batalhas mais do que qualquer outra cidade na Europa. De fato, historiadores contabilizam 115 guerras que envolveram diretamente Belgrado e, segundo um levantamento, a cidade foi arrasada 44 vezes. Cada vez que era destruída, era eventualmente reconstruída, ganhando o apelido de "Fênix Branca". Um curador da UNESCO observou que a capacidade de Belgrado ressurgir das cinzas é uma de suas características definidoras – literalmente, o símbolo do brasão da fortaleza branca da cidade é uma fênix.

Essa lista de guerras não é apenas abstrata: ela moldou cada século do crescimento da cidade. Por exemplo, em 1521, os otomanos conquistaram Belgrado após um longo cerco; a cidade permaneceu uma importante fortaleza fronteiriça otomana até 1867. Entre esses anos, os Habsburgos fizeram vários avanços: em 1688 e novamente em 1717, capturaram Belgrado, reconstruindo muralhas e igrejas (a estátua do Pobednik hoje se ergue em um desses bastiões da era Habsburgo). No total, houve 45 cercos distintos entre 1427 e a Segunda Guerra Mundial, incluindo conflitos entre búlgaros, húngaros, sérvios, austríacos, russos e turcos. Até mesmo os exércitos de Napoleão marcharam pela cidade no século XIX. Cada ocupação deixou cicatrizes – de ruínas vazias a pequenos vestígios de canhões ou fundações de igrejas – mas o povo da cidade sempre reconstruiu o que foi perdido.

No século XX, Belgrado também sofreu com a guerra moderna. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi bombardeada (especialmente entre 1914 e 1915), enquanto os exércitos sérvio e austro-húngaro lutavam pelos Bálcãs. Na Segunda Guerra Mundial, as forças nazistas bombardearam Belgrado por via aérea em 1941, destruindo grandes áreas da cidade. No final de 1944, cerca de metade dos edifícios de Belgrado estavam em ruínas (algumas estimativas apontam para danos entre 50% e 52%), incluindo bairros inteiros. Essa devastação é palpável em certos bairros antigos, onde algumas fachadas do século XIX ainda se erguem em meio a terrenos baldios.

A história do final do século XX acrescenta mais capítulos. Em 1999, durante a Guerra do Kosovo, a OTAN lançou uma campanha de bombardeio sobre a Sérvia. Belgrado foi atingida repetidamente; os ataques visaram pontes, ministérios, redes elétricas e até mesmo a emissora nacional. Locais importantes foram atingidos: o prédio da Rádio e Televisão Sérvia (RTS), um hotel no centro da cidade e, tragicamente, até mesmo a Embaixada da China (um erro de navegação). No total, dezenas de civis foram mortos na cidade durante os bombardeios da primavera de 1999. As consequências ainda são visíveis: algumas fachadas bombardeadas foram reconstruídas em um formato mais simples, e certas praças agora têm o dobro da largura (para dar lugar a bunkers antiaéreos da década de 1990 ou para homenagear ruínas removidas).

Em suma, a história de Belgrado é uma história de resiliência. Os belgradenses contemporâneos costumam falar com um orgulho discreto sobre como a cidade "sempre se recupera". Cada período de conflito também trouxe reconstrução e renovação. A Fortaleza de Kalemegdan, por exemplo, apresenta adições otomanas, austríacas e sérvias lado a lado. Novos bairros frequentemente surgiram sobre campos de batalha. Em resumo, quase todas as camadas urbanas de Belgrado – das muralhas romanas aos edifícios socialistas – foram construídas sobre as ruínas de algo anterior. Esse legado de conflito deixou Belgrado com uma identidade singular: ela é ao mesmo tempo uma sobrevivente e uma colcha de retalhos, um lugar onde a história fragmentada se tornou parte da paisagem cultural.

Maravilhas Geográficas e Beleza Natural

O Encontro de Dois Grandes Rios: A Confluência do Danúbio e do Sava

Uma das características geográficas mais marcantes de Belgrado é a confluência de seus rios. A cidade se estende literalmente sobre o ponto onde o rio Sava (que flui do oeste) encontra o Danúbio (que flui para o norte). Essa junção foi historicamente vital: é aqui que as águas de grande parte dos Balcãs deságuam no Mar Negro. Os altos penhascos de Kalemegdan se elevam sobre essa confluência, proporcionando tanto uma vista panorâmica quanto uma vantagem defensiva natural (razão pela qual o povoamento começou na colina). Hoje, a vista da fortaleza é icônica – contempla-se o amplo Danúbio até a exuberante Ilha da Grande Guerra, na ponta da península, e a curva do Sava em direção a Nova Belgrado.

A localização exata de Belgrado é de aproximadamente 116 metros acima do nível do mar, o que torna os rios e vales notavelmente acessíveis para o transporte fluvial e o comércio. A partir dos rios, é possível traçar uma via navegável ininterrupta que atravessa a Europa. Pescadores e barcos de recreio são uma visão comum. No verão, uma das atividades mais populares da cidade é fazer um cruzeiro fluvial sob as Três Pontes (Gazela, Sava Velha e Ada) ou pescar ao longo das margens de Zemun e Dorćol.

As 16 ilhas fluviais de Belgrado: paraísos escondidos

Devido à confluência dos rios, Belgrado é cercada por inúmeras ilhas fluviais – dezesseis no total, segundo registros da cidade. A maioria é pequena e pouco desenvolvida, mas algumas se tornaram pontos turísticos locais notáveis. A maior delas é Ada Ciganlija, que antes era uma ilha no rio Sava, mas agora é uma península ligada por duas pontes e barragens. Ada Ciganlija é essencialmente o balneário de Belgrado: possui um lago artificial, 7 km de praias, instalações esportivas e bosques. No verão, até um quarto de milhão de pessoas (frequentemente mais nos fins de semana de verão) se reúnem lá para nadar, andar de caiaque, jogar tênis ou simplesmente fazer churrasco à beira da água. Os moradores locais apelidam carinhosamente Ada de "Mar de Belgrado" devido à sua popularidade e tamanho.

Outra ilha bem conhecida é a Ilha da Grande Guerra (Veliko ratno ostrvo), situada na margem do Danúbio, na confluência com Kalemegdan. Desabitada, exceto pelos guardas florestais, é uma reserva natural protegida com florestas e pântanos. Observadores de aves a visitam na primavera para ver garças, andorinhas-do-mar e patos migratórios nidificando ali. O acesso só é possível por barco pequeno, o que contribui para a sua aura intocada. Além de Ada e da Ilha da Grande Guerra, outras ilhas como Ada Međica (um pequeno ilhéu florestado a montante de Ada Ciganlija) e pequenos bancos de areia surgem ocasionalmente ou aumentam e diminuem de tamanho conforme o nível do rio.

No total, Belgrado possui 200 quilômetros de margens de rios, grande parte das quais acessíveis como parques ou calçadões. Ao longo dessas margens, encontram-se restaurantes flutuantes ("splavovi"), píeres de pesca e parques infantis. Mesmo no inverno, quando os rios congelam, as extensas margens definem os cinturões verdes de Belgrado. A abundância de água não só moldou a economia da cidade (instalações portuárias, moinhos de grãos, etc.), como também confere a Belgrado uma paisagem mais suave do que muitas capitais do interior.

Ada Ciganlija: Praia de Belgrado

Como mencionado, Ada Ciganlija é especialmente famosa. Oficialmente parte do município de Čukarica, Ada abrange cerca de 8 km² de área recreativa. Sua principal atração é um lago de 700 m por 6,3 km de comprimento, criado por barragens na década de 1970, que possui praias de água doce e é ideal para nadar no verão. Anos de gestão ecológica garantem a alta qualidade da água, e a área foi declarada zona sanitária protegida. As instalações em Ada incluem campos de futebol, ciclovias, parques de aventura e até mesmo um cabo para esqui aquático. Um calçadão animado percorre toda a extensão do lago, com cafés e casas noturnas que ficam abertos até o amanhecer. No total, os moradores de Belgrado recebem mais de 200.000 banhistas por dia nas praias de Ada na alta temporada.

Por ser tão central e desenvolvida, Ada tem ares de um pequeno balneário. Árvores sombreiam as espreguiçadeiras, salva-vidas patrulham a praia e famílias chegam cedo com cestas de piquenique. Os moradores brincam que seu apelido, "Mais Beograda" (Mar de Belgrado), é bem merecido. A área também é utilizada no inverno: quando o lago congela, as pessoas patinam no gelo ou descem em tobogãs. Ao lado de Ada Ciganlija fica Ada Međica, uma ilha menor, em sua maior parte arborizada, acessível por passarelas. Ela oferece um refúgio mais tranquilo (carros não são permitidos). Outras ilhas habitadas incluem as ilhas Zemun, rio acima (coletivamente chamadas de Ada de Grocka, parcialmente urbanizadas com casas de veraneio). Cada ilha tem seu próprio charme, mas todas lembram aos visitantes que Belgrado é inseparável de seus rios.

Parque Kalemegdan: De campo de batalha a oásis urbano

Dominando a confluência, encontra-se a Fortaleza de Kalemegdan, que hoje abriga o maior parque da Sérvia. O Parque Kalemegdan (literalmente "campo da fortaleza" em turco) estende-se pelas muralhas e arredores da antiga cidadela, a 125 metros acima do nível do rio. Originalmente um campo de treinamento militar a céu aberto, transformou-se em um exuberante espaço público. Os visitantes passeiam por caminhos sinuosos, passando por ruínas de quartéis romanos, torres medievais e fortes da era austríaca, sem deixar de desfrutar de gramados e parques infantis. O parque oferece vistas panorâmicas do rio e, em suas margens, encontram-se cafés e a estátua do Vitorioso (Pobednik), que contempla o Danúbio.

Kalemegdan é, na verdade, vários parques em um só: o "Parque Veliki", no nível superior, e o "Parque Mali", próximo à margem do rio, foram projetados nos séculos XIX e XX. Hoje, é a principal atração da cidade depois da Igreja de São Sava. Belgradenses correm, fazem piqueniques e passeiam por aqui o ano todo. Na primavera, as magnólias florescem e, no outono, as árvores antigas ganham uma tonalidade dourada. Placas nas árvores indicam que foram presentes de diversas nações (incluindo Rússia e Grécia). Através de Kalemegdan, você pode literalmente ver as camadas da história de Belgrado – um palimpsesto verdejante de diferentes épocas, preservado em um enorme parque.

Maravilhas arquitetônicas e marcos icônicos

A Igreja de São Sava: a maior igreja ortodoxa do mundo.

Erguendo-se sobre o planalto de Vračar, encontra-se o marco mais visível da Belgrado moderna: a Igreja de São Sava (Hram Svetog Save). Esta catedral ortodoxa sérvia é um dos maiores edifícios religiosos do mundo. Sua imponente cúpula de mármore branco atinge 70 metros de altura, encimada por uma cruz dourada. A igreja foi construída em memória de São Sava, fundador da Igreja Sérvia no século XIII, cujos restos mortais teriam sido queimados pelos otomanos nesta mesma colina. A construção teve início em 1935, mas levou décadas: as obras externas foram praticamente concluídas em 1989, e o interior ricamente decorado ainda está em fase de acabamento.

Por dentro, a Igreja de São Sava é impressionante. Ela pode acomodar cerca de 10.000 fiéis. A nave central, sob a cúpula, tem 35 metros de diâmetro, criando uma sensação de vastidão. Em 2018, um mosaico gigante de Cristo Pantocrator foi inaugurado na cúpula, cobrindo cerca de 400 metros quadrados. O mosaico pesa cerca de 40 toneladas e foi esculpido por centenas de artistas. Quando iluminado por baixo, essa imagem reluzente de Cristo parece contemplar toda Belgrado, e sua inauguração foi aclamada como um grande evento cultural. Do lado de fora, as paredes de granito e mármore polidos da igreja captam a luz do sol, mantendo o templo iluminado em sua "Cidade Branca". Os visitantes costumam subir a colina de Vračar apenas para admirar essa edificação espetacular, cuja grandiosidade se tornou um símbolo do renascimento cultural de Belgrado.

Por que foi construída em Vračar?

A localização da igreja de São Sava não é por acaso. Segundo a tradição, em 1595, as autoridades otomanas executaram São Sava, queimando suas relíquias na colina de Vračar para suprimir a identidade nacional sérvia. Séculos depois, em 1895, o rei Milan fundou esta igreja no mesmo local para honrar a memória do santo. De certa forma, o edifício representa a declaração de continuidade e fé da Sérvia: daquele local onde antes havia uma fogueira enegrecida, surgiu o maior templo ortodoxo dos tempos modernos. Assim, a localização da igreja conecta a paisagem urbana da capital à sua herança medieval.

Fortaleza de Kalemegdan: Mais de 2.000 anos de defesa

A Fortaleza de Kalemegdan, cujo parque mencionamos, é em si uma maravilha arquitetônica com uma história rica e multifacetada. Suas fundações remontam pelo menos à época celta (século III a.C.), quando os Escordiscos construíram um ópido chamado Singidūn neste ponto elevado. Os romanos posteriormente expandiram-na, transformando-a em uma cidade fortificada. Ao longo dos dois milênios seguintes, cada potência conquistadora adicionou elementos às muralhas, torres e portões de Kalemegdan. Engenheiros otomanos, austro-húngaros, bizantinos e sérvios deixaram suas marcas. Caminhando pelas muralhas hoje, é possível observar alvenaria de tijolos em estilo otomano ao lado dos bastiões dos Habsburgos.

O monumento mais famoso da fortaleza é a estátua do Pobednik (Vitorioso). Esta escultura de bronze de 14 metros, da autoria de Ivan Meštrović – um guerreiro nu segurando um falcão e uma espada – comemora as vitórias sérvias nas Guerras Balcânicas e na Primeira Guerra Mundial. Erguida em 1928, a estátua do Pobednik contempla o Danúbio, celebrando a resistência da cidade. O local próximo à estátua oferece uma das melhores vistas panorâmicas dos rios e ilhas.

Kalemegdan abriga dezenas de estruturas preservadas: os antigos aposentos turcos (arsenal e paióis de pólvora), o Museu Militar do século XIX, poços romanos e até masmorras subterrâneas. Costuma-se dizer que este é o berço de Belgrado, já que toda a cidade moderna se desenvolveu ao seu redor. Nenhuma visita a Belgrado está completa sem passear pelas ruelas de pedra de Kalemegdan, subir em suas torres ou fazer um piquenique em seus jardins – experiências que revivem séculos de mudanças nas fronteiras do império.

Belgrado: o arranha-céu dourado

Em nítido contraste com a antiga fortaleza, ergue-se a Beograđanka (“Dama de Belgrado”), o primeiro arranha-céu moderno da cidade. Oficialmente chamado de Palácio de Belgrado, esta elegante torre de vidro e bronze foi construída em 1974 no centro da cidade. Com 101 metros de altura (24 andares), era então o edifício mais alto de Belgrado. As janelas coloridas da Beograđanka brilham em tons dourados sob a luz do sol, daí seu apelido informal. Seu design simbolizava as aspirações de Belgrado, nas décadas de 1960 e 1970, de se tornar uma metrópole moderna da Iugoslávia.

Hoje, o edifício abriga escritórios e lojas; um antigo restaurante circular no topo (agora fechado) era famoso pelas vistas panorâmicas da cidade e até possuía decorações folheadas a ouro em seu interior. Em guias de arquitetura, ele é reconhecido por mesclar o modernismo internacional com elementos locais. Embora torres mais novas o tenham ultrapassado em altura, o Beograđanka permanece um ícone da paisagem urbana de Belgrado, marcando o encontro entre a Cidade Velha e a Cidade Nova (fica de frente para a rua de pedestres Knez Mihailova).

Arquitetura Através dos Tempos: Do Otomano à Art Nouveau

A paisagem urbana de Belgrado é uma galeria a céu aberto de estilos. A era otomana (séculos XVI e XVII) deixou sua marca no antigo bairro do bazar (atual Cidade Baixa de Kalemegdan) e em edifícios como a Mesquita de Bajrakli, do século XVI (uma das poucas mesquitas ainda existentes). No século XIX, com a Sérvia reconquistando a independência, os estilos ocidentais se infiltraram. Surgiram edifícios neoclássicos e românticos: o Teatro Nacional (1869) e o Palácio Antigo (1884) são exemplos de estilo italianizante. No final do século XIX e início do século XX, os arquitetos sérvios adotaram a Art Nouveau e o neorrenascimento acadêmico. O famoso Hotel Moskva (1908) e diversas fachadas em ruas centrais exibem os motivos florais da Art Nouveau.

Quem tem um olhar atento também pode identificar elementos do revivalismo bizantino. Arquitetos sérvios do final do século XIX construíram em um estilo posteriormente chamado de "sérvio-bizantino" – observe a Igreja de São Marcos (iniciada em 1931) para detalhes neobizantinos, como telhados com múltiplas cúpulas. Após a Segunda Guerra Mundial, os comunistas adicionaram sua própria camada: blocos industriais modernistas "brutalistas" em Nova Belgrado (localizada ao norte do rio Sava). Essas torres de apartamentos de concreto (das décadas de 1950 a 1970) permanecem bem visíveis do outro lado do rio.

Assim, cada era se intercala: caminhando pelo centro da cidade, pode-se passar por um café da época otomana, entrar em um pórtico do século XIX e sair ao lado de uma elegante fachada de vidro. Essa mistura arquitetônica – do Barroco à Bauhaus – torna Belgrado singular entre as capitais europeias. No total, Belgrado abriga mais de 1.650 monumentos e esculturas públicas, de modo que virar uma esquina pode dar a sensação de entrar em um século diferente.

Belgrado Subterrânea: A Cidade Abaixo da Cidade

Em uma cidade tão antiga, não é surpresa que Belgrado possua uma rede oculta de espaços subterrâneos. Cavernas e túneis se escondem sob parques e ruas, conhecidos apenas por exploradores e historiadores. Segundo estudos, existem centenas de passagens subterrâneas ao redor de Belgrado. Algumas são cavernas cársticas naturais; outras foram escavadas ao longo do tempo para uso militar ou civil. Por exemplo, sob o Parque Tašmajdan (Vračar) encontra-se uma série de cavernas paleolíticas com 6 a 8 milhões de anos. Na antiguidade, essas cavernas foram utilizadas para a construção de um aqueduto romano, cujos vestígios ainda existem hoje. Mais tarde, os otomanos e sérvios usaram partes das catacumbas de Tašmajdan como depósitos de pólvora e abrigos. É possível até mesmo visitar uma seção chamada Caverna Šalitrena (nome derivado do salitre encontrado ali), que outrora serviu como arsenal secreto.

Sob a Fortaleza de Kalemegdan encontra-se outro famoso conjunto de túneis. No antigo paiol de pólvora da Cidade Alta, arqueólogos abriram o espaço para um pequeno museu com artefatos romanos e medievais. Há também um "Poço Romano" – um poço subterrâneo que, segundo a lenda, pode ter sido uma masmorra ou simplesmente uma cisterna do século II. Durante a Guerra Fria, parte dos túneis da fortaleza tornou-se um abrigo nuclear – o mesmo usado pelo Rei Alexandre I na Segunda Guerra Mundial e que o Presidente Tito posteriormente equipou. A National Geographic observa que este "bunker de Tito", 150 metros abaixo, era destinado aos líderes iugoslavos e suas famílias. Hoje, o local foi desclassificado e, às vezes, é aberto a visitantes aventureiros.

Outros túneis da época da guerra também existem. Belgrado foi a primeira cidade do mundo a ter um extenso sistema de abrigos antiaéreos, em 1915. Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães construíram abrigos adicionais sob escolas e a Ponte Aleksandar. Assim, ainda é possível encontrar portas de serviço nas calçadas que levam a escadarias escuras e portas de metal com símbolos da OTAN ou da Alemanha gravados.

Em resumo, o mundo subterrâneo de Belgrado reflete sua história multifacetada. Quase todos os regimes cavaram suas próprias cavernas ou bunkers sob a cidade. De cavernas pré-históricas a abrigos modernos da Guerra Fria, o subterrâneo de Belgrado é uma tapeçaria de poços antigos, corredores escondidos e abóbadas que ecoam. (Para os turistas, uma curiosidade frequentemente citada são os passeios a pé pelo "subterrâneo de Belgrado" – que geralmente exploram as cavernas de Tašmajdan e os túneis secretos em Kalemegdan.)

Primeiras conquistas culturais e recordes mundiais

Belgrado tem sido um berço de cultura e inovação na região. Um de seus orgulhos é a introdução da cultura do café. O primeiro kafana da Europa – um café tradicional ao estilo dos Balcãs – abriu em Belgrado em 1522, logo após a conquista otomana. (A própria palavra kafana vem do turco “kahvehane”, que passou para o sérvio.) Notavelmente, essa data é décadas anterior ao surgimento de cafés semelhantes em Paris ou Londres. Hoje, os belgradenses tratam os kafanas como uma instituição nacional (o mais antigo ainda em funcionamento é o “Znak Pitanja” – O Ponto de Interrogação, fundado em 1833 no bairro boêmio). Café e doces em um kafana são um passatempo favorito há muito tempo.

Outro fato curioso: em 3 de setembro de 1939, Belgrado sediou uma corrida automobilística conhecida como Grande Prêmio de Belgrado. Foi a única grande corrida de Fórmula 1 realizada na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Pilotos famosos, incluindo o italiano Tazio Nuvolari, competiram em um circuito ao redor do Parque Kalemegdan. (O evento foi concebido como uma celebração do aniversário do rei iugoslavo, mas ganhou a distinção inesperada de ser uma corrida única realizada em tempos de guerra.)

Mais recentemente, Belgrado tem sido reconhecida por sua criatividade moderna. Em 2014, a BBC Culture nomeou Belgrado entre as “cinco cidades mais criativas do mundo”, destacando sua vibrante cultura jovem e vida noturna. A Unesco também designou Belgrado como Cidade da Música, reconhecendo sua rica história musical. Nas artes, o único ganhador do Prêmio Nobel da Sérvia – o romancista Ivo Andrić (1961, Literatura) – passou a última parte de sua vida em Belgrado, ligando a cidade ao patrimônio literário global.

Belgrado frequentemente estabelece recordes ou realiza eventos únicos. Por exemplo, a cidade sedia o Festival da Cerveja de Belgrado, um dos maiores festivais de cerveja da Europa, com público que costuma chegar às centenas de milhares de pessoas a cada ano. Em 2007 e 2008, o público ultrapassou 650.000 e 900.000 pessoas, respectivamente. A cidade também detém recordes mundiais por sua coleção de afrescos em igrejas de estilo bizantino (o maior número de ícones em um único local) e reivindica uma das primeiras vacinações em animais (realizada pelo cientista sérvio Đorđe Lobačev no século XIX). Esses momentos pioneiros — da cultura à ciência — se somam à longa lista de "primeiras vezes" fascinantes de Belgrado.

A melhor vida noturna do mundo

Belgrado conquistou a reputação de capital eterna da festa na Europa. A imprensa especializada em viagens internacionais frequentemente classifica sua vida noturna entre as melhores do mundo. O Lonely Planet e a CNN citaram Belgrado como um dos principais destinos para quem gosta de baladas. Um dos principais motivos são os splavs – literalmente “jangadas” ou barcaças transformadas em clubes flutuantes – que margeiam os rios Sava e Danúbio. Existem mais de cem desses clubes e cafés fluviais. Ao cair da noite, eles ganham vida com música que vai do techno ao folk. Muitos são ancorados permanentemente, criando um horizonte iluminado por luzes de néon ao longo da margem do rio. Um turista pode curtir a noite em um splav após o outro sem nunca sair da água.

Uma rua famosa pela vida noturna é a Stražanjića Bana, apelidada de "Vale do Silício" (não por causa da tecnologia, mas sim pela sua vibrante cena noturna). Esta rua curta e revitalizada, no bairro de Dorćol, está repleta de bares com terraços. Enquanto isso, na Cidade Velha, o bairro boêmio de Skadarlija oferece uma outra faceta da vida noturna. Calçada de paralelepípedos e ladeada por kafanas históricas, Skadarlija evoca a Belgrado do século XIX. Bandas folclóricas tocam ao vivo todas as noites na rua, e pintores vendem retratos sob lampiões a gás. Continua sendo uma das atrações mais visitadas da cidade (perdendo apenas para Kalemegdan).

A cultura de festas em Belgrado dura o ano todo. No verão, os clubes à beira do rio prosperam, mas casas noturnas em espaços fechados (às vezes em fábricas abandonadas) funcionam também durante todo o inverno. O custo de vida acessível da cidade também contribui: as pessoas podem aproveitar uma noite aqui por uma fração do preço que pagariam na Europa Ocidental. O reconhecimento global se deve em parte a fatores sociológicos; a história de Belgrado, marcada por guerras, fez com que seu povo fosse conhecido por celebrar a vida com entusiasmo. Como resultado, Belgrado frequentemente... é Listada entre as “cidades mais criativas e divertidas” do mundo, Belgrado é um paraíso noturno vibrante. Mesmo que você não seja um turista que curte festas intensas, a atmosfera noturna é palpável – música que ecoa dos bares, a brisa do rio carregando as batidas das baladas – mantendo Belgrado sempre animada.

Tesouros Culinários e Cultura Alimentar

A culinária de Belgrado reflete a rica herança intercultural da Sérvia. A comida tradicional sérvia é farta e centrada na carne, com influências das cozinhas otomana, austríaca e húngara. Uma refeição típica em Belgrado geralmente começa com carnes grelhadas. Ćevapi (rolinhos de carne moída grelhados) e pljeskavica (um hambúrguer de carne bovina/suína temperado) são onipresentes nos cardápios dos restaurantes. Esses pratos grelhados são geralmente servidos com somun (um pão achatado e macio), kajmak (um creme de queijo coalhado) e ajvar (um molho agridoce de pimentão vermelho assado). Por exemplo, guias de viagem observam que os clientes em Belgrado frequentemente pedem kajmak ou ajvar extra para colocar por cima do ćevapi. É um segredo do paladar sérvio: condimentos picantes ou ácidos que equilibram a riqueza da carne.

Outro prato muito apreciado é o sarma, charutos de repolho recheados com carne de porco e arroz, cozidos em chucrute (frequentemente consumidos em reuniões familiares). No café da manhã ou como lanche, a gibanica é uma iguaria nacional: uma torta folhada de massa filo com camadas de queijo fresco (semelhante ao burek, mas especificamente com queijo). Essa torta de queijo é geralmente consumida com iogurte. O mesmo queijo (tvrdi sir ou kiselo mleko) aparece em muitos pratos e é simplesmente conhecido como kajmak quando fermentado.

Nenhuma refeição sérvia está completa sem rakija, a aguardente de fruta nacional. A rakija de ameixa (šljiva) é a clássica: geralmente caseira, bastante forte e servida como aperitivo. Os cafés e bares de Belgrado levam a rakija muito a sério – existem dezenas de variedades aromatizadas (damasco, marmelo, noz, etc.) e uma tradição de elaboradas "degustações de rakija". Os visitantes podem experimentar várias delas em lojas especializadas. Ela está tão enraizada na cultura que, para receber os convidados, os sérvios costumam oferecer uma "pequena rakija" na chegada.

Pães e doces também têm um lugar de destaque. A cidade está repleta de pekara (padarias) que abrem cedo, vendendo burek (rolinhos de massa recheados com carne ou queijo) e o pão doce pogača. Uma iguaria icônica é o burek sa kajmakom: uma espiral de burek de carne coberta com kajmak cremoso – simples, mas sublime, e apreciado com iogurte no café da manhã ou como lanche. O legado otomano permanece: o café ao estilo turco é servido rotineiramente em xícaras pequenas, doce e encorpado, com um copo de água e, às vezes, um lokum (delícia turca).

Embora os pratos de carne dominem a culinária tradicional, os restaurantes de Belgrado também oferecem peixe grelhado do Danúbio (som ou šaran), ensopados de legumes substanciosos (como Sopa da Bey – sopa de galinha) e saladas de tomates frescos, pepinos e cebolas temperadas com kajmak. Restaurantes mais sofisticados ou internacionais em Belgrado refletem sabores globais, mas mesmo neles é possível encontrar toques sérvios como páprica, kajmak ou rakija no cardápio. Em resumo, comer em Belgrado é uma celebração: porções generosas, sabores ricos e um ambiente acolhedor.

Festivais, Artes e Entretenimento

Belgrado pulsa com eventos culturais durante todo o ano. Um dos maiores é o Festival da Cerveja de Belgrado, realizado todos os anos em agosto no calçadão de Ušće (onde o rio Sava encontra o Danúbio). É um festival gratuito com palcos para shows musicais e estandes de cervejarias do mundo todo. A frequência costuma ultrapassar meio milhão de visitantes: por exemplo, o festival de 2009 atraiu mais de 650.000 pessoas, e em 2010 chegou a quase 900.000. Isso o torna um dos maiores festivais de cerveja ao ar livre da Europa.

Os cinéfilos destacam que Belgrado também sedia o FEST, um importante festival internacional de cinema fundado em 1971. O FEST exibe centenas de filmes todos os anos, de Hollywood a filmes de arte e produções locais dos Balcãs. Seus mais de 40 anos de história o tornaram um pilar da cultura cinematográfica regional. Além disso, toda primavera o Festival de Música de Belgrado (BEMUS) traz concertos de jazz, música clássica e música do mundo com artistas internacionais e sérvios, enquanto no verão são realizadas apresentações ao ar livre em parques e praças (por exemplo, a Filarmônica de Belgrado sob as estrelas).

A contribuição de Belgrado para a música e a arte estende-se à sua juventude. A cidade foi o berço do movimento rock da Nova Onda Iugoslava dos anos 80: bandas como VIS Idoli, EKV (Ekatarina Velika) e outras começaram em clubes de Belgrado e gravaram canções que ainda hoje são consideradas clássicos cult. Até mesmo a cena hip-hop sérvia tem raízes aqui. Em suma, a cena artística de Belgrado é diversa – um dia você pode assistir a um show de música folclórica tradicional em Skadarlija e, no dia seguinte, a uma festa eletrônica underground em uma fábrica reformada.

Por fim, em termos de cultura visual, Belgrado é surpreendentemente pitoresca. Com mais de 1.650 esculturas públicas espalhadas por suas ruas e parques, grande parte da cidade se assemelha a um museu a céu aberto. De grandiosos monumentos do realismo socialista (como os combatentes partisanos) a obras contemporâneas de vanguarda, a arte preenche os espaços públicos. O Teatro Nacional (construído em 1869) é uma das joias arquitetônicas da cidade e abriga óperas e balés. Galerias abundam – o Museu Nacional possui vastas coleções arqueológicas e medievais – tornando Belgrado uma rica tapeçaria de cultura histórica e moderna.

Pessoas famosas de Belgrado

Diversas figuras de renome mundial têm ligações com Belgrado. Novak Djokovic é talvez a mais conhecida atualmente. Nascido em Belgrado em 1987, ele se tornou o primeiro tenista da cidade a conquistar títulos de Grand Slam e alcançar o posto de número 1 do mundo. Em 2023, ele detinha o recorde de maior número de Grand Slams no tênis masculino (23) e o recorde mundial de semanas como número 1 do ranking. A trajetória de Djokovic, desde suas origens humildes nas quadras suburbanas de Belgrado até sua ascensão ao status de ícone do esporte global, é motivo de orgulho para a cidade.

Na literatura, Belgrado foi o lar (em sua fase final de vida) de Ivo Andrić (1892–1975), um escritor iugoslavo que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1961. Ele escreveu "A Ponte sobre o Drina" e outros romances que retratam a história dos Balcãs. Embora tenha nascido na Bósnia, viveu e morreu em Belgrado; seu legado laureado com o Nobel é orgulhosamente reivindicado pela cidade.

Uma figura da ciência internacional, Nikola Tesla, tem um museu em Belgrado, apesar de ter nascido na atual Croácia. Ele passou parte da infância em Belgrado, e o Museu Nikola Tesla (fundado em 1952) abriga a maioria de suas invenções, documentos pessoais e até mesmo suas cinzas. Este museu possui cerca de 160.000 documentos e 5.700 itens relacionados a Tesla. Os visitantes podem ver osciladores originais, medidores e um modelo funcional do primeiro motor de indução – todos artefatos que fazem parte do patrimônio científico de Belgrado.

Entre os artistas performáticos, Marina Abramović se destaca. Nascida em Belgrado em 1946, ela se tornou uma pioneira da arte performática. Em 2019, o Museu de Arte Contemporânea de Belgrado apresentou uma grande retrospectiva de sua obra. A exposição (sua primeira retrospectiva abrangente em sua cidade natal) atraiu cerca de 100.000 visitantes e foi aclamada pelo The New York Times como um dos eventos culturais mais importantes do mundo. Belgrado, portanto, tem uma forte ligação com essa artista de renome internacional.

Outros belgradenses notáveis ​​incluem o poeta Charles Simic (vencedor do Prêmio Pulitzer, que posteriormente se mudou para os EUA), o cineasta Emir Kusturica e o escritor Predrag Matvejević. Nos esportes, além do tênis, a cidade é famosa por revelar estrelas do futebol e do basquete (o clube de futebol Estrela Vermelha de Belgrado venceu a Copa da Europa em 1991, e o time de basquete Partizan conquistou diversos títulos europeus). Muitas estrelas do rock e do pop sérvio (como Bajaga e Bora Đorđević, da banda Riblja Čorba) iniciaram suas carreiras em Belgrado. Em resumo, a influência de Belgrado supera em muito seu tamanho modesto: para uma cidade de aproximadamente 1,2 milhão de habitantes, ela presenteou o mundo com um número extraordinário de campeões, artistas e pensadores.

Fatos curiosos e incomuns

Para além da sua rica história, Belgrado está repleta de peculiaridades encantadoras. Por exemplo, a cidade é carinhosamente apelidada de “A Cidade dos Gatos.” Dezenas de gatos vadios vagueiam livremente em bairros como Dorćol e Skadarlija, e os moradores cuidam deles, deixando comida nas varandas ou nas muralhas da fortaleza. Essa prática é mais uma tradição do que uma política oficial, mas rendeu a Belgrado a reputação de cidade amiga dos gatos.

Outra lenda local envolve a Praça Slavija, uma rotunda movimentada nos dias de hoje. Segundo antigas histórias, na década de 1860, a área onde hoje se encontra a Slavija era um lago onde aves aquáticas se reuniam. Um industrial escocês, Francis Mackenzie, teria abatido patos nesse lago certa noite (após comprar o terreno) e reivindicado a posse da área. Essa história pitoresca, seja ela totalmente verdadeira ou exagerada, é contada como a razão pela qual a rotunda da praça é, por vezes, chamada, de forma bem-humorada, de "Lago dos Patos". (Hoje, pode-se ver uma fonte com esculturas de cisnes marcando o local.)

Belgrado também possui tradições divertidas. Diz-se que a saudação de três dedos (usada por torcedores e patriotas) tem origem em um juramento medieval, embora as lendas variem. A cidade é mencionada em diversos videogames e filmes; por exemplo, uma cidade fictícia dos Bálcãs no jogo Meia-vida A área foi batizada de "Floresta Branca" em referência ao apelido de Belgrado. Até mesmo os nomes de certas linhas de bonde ou tavernas têm histórias por trás deles (a placa de uma taverna mostra uma mão fazendo o gesto de três dedos). Muitos edifícios na cidade velha são conhecidos por conter símbolos secretos (alguns dizem que misteriosos motivos maçônicos ou eslavos podem ser encontrados se você souber onde procurar).

Ao caminhar por Belgrado, você pode literalmente passear sobre a história. Na Praça da República ou em Kalemegdan, trechos da rua foram construídos sobre antigos pavimentos e adegas romanas. Sob seus pés, na fortaleza, você estará caminhando literalmente sobre os "telhados" da cidade romana abaixo, que ainda se encontram a 6 ou 7 metros de profundidade. Nos porões dos museus, você pode encontrar fragmentos de mosaicos e lápides transformadas em pisos. Essas experiências peculiares – gatos cumprimentando você, pedras antigas sob seus pés, lendas sussurradas sobre o tesouro enterrado de Átila às margens do rio – fazem de Belgrado um lugar infinitamente fascinante para explorar além dos fatos dos guias turísticos.

Belgrado moderna: Capital da Sérvia

Belgrado é hoje uma vibrante capital europeia com cerca de 1,2 milhão de habitantes na cidade propriamente dita (aproximadamente 1,7 milhão na região metropolitana). Há séculos é a sede do governo da Sérvia: primeiro como capital do Despotado Sérvio em 1405, e depois formalmente a partir de 1841, quando surgiu o moderno Estado sérvio. De 1918 a 2003, foi também a capital da Iugoslávia (primeiro o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, depois a República Socialista Federativa). Nesse período, quase todas as principais instituições iugoslavas – governo, indústria e cultura – estavam sediadas aqui.

Hoje, Belgrado é o centro político, econômico e cultural da Sérvia. A cidade é classificada como uma "Cidade Global Beta" por sua influência econômica regional. Instituições-chave estão todas aqui: o parlamento sérvio, ministérios do governo, as maiores universidades e hospitais do país. Por exemplo, Centro Clínico Universitário Em Belgrado, encontra-se um dos maiores complexos médicos da região. A Arena de Belgrado (atual Štark Arena) está entre os maiores ginásios poliesportivos cobertos da Europa. A Igreja de São Sava domina a paisagem urbana, e a história completa da Sérvia é contada nos museus da cidade. Mais de 86% dos residentes de Belgrado são de etnia sérvia, mas também existem comunidades significativas de russos, ciganos e outras etnias.

No cenário internacional, Belgrado acolhe regularmente cimeiras e exposições. É famosa por ter sediado a primeira cimeira do Movimento Não Alinhado em 1961 e, em 2008, organizou o Festival Eurovisão da Canção após a primeira vitória da Sérvia. Também acolheu importantes eventos desportivos (como o EuroBasket três vezes, o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 1973 e a Universíada de 2009). Mais recentemente, Belgrado foi escolhida para sediar a Expo 2027 – uma Exposição Mundial – consolidando ainda mais o seu papel como a vitrine da Sérvia para o mundo.

Em essência, a moderna Belgrado é a capital confiante de um pequeno país. Seus amplos bulevares e zonas históricas entrelaçam edifícios da república e novos centros culturais. À noite, as torres e pináculos da cidade são iluminados, refletindo-se nos rios abaixo. Belgrado pode não estar mais em nenhuma linha de frente, mas ainda se sente na encruzilhada da Europa – olhando para o Ocidente em direção à UE, enquanto também abraça laços com o Oriente e os Balcãs.

Informações práticas de viagem

  • Vale a pena visitar Belgrado? Sem dúvida. Os visitantes costumam descobrir que Belgrado oferece uma combinação de atrações difíceis de encontrar em outros lugares: história monumental, entretenimento acessível e intercâmbios culturais genuínos. Quem visita a cidade observa que ela é vibrante, mas não opressiva. Mesmo que você não seja um aficionado por história, os cafés, parques e eventos culturais da cidade tornam a viagem muito gratificante. As autoridades a consideram, no geral, segura.
  • Belgrado é um destino seguro para turistas? Em geral, sim. A criminalidade em Belgrado é baixa a moderada em comparação com as capitais ocidentais. De acordo com os alertas de viagem, o "risco geral" para visitantes em Belgrado é considerado baixo. Pequenos furtos (batedores de carteira) podem ocorrer em áreas movimentadas ou no transporte público, portanto, recomenda-se tomar as precauções normais. Crimes violentos contra estrangeiros são raros. Os moradores são conhecidos por sua hospitalidade e estão sempre dispostos a ajudar estranhos. Mulheres e famílias viajam para cá sem os frequentes problemas de assédio. (Como sempre, evite exibir objetos de valor e tenha cautela em ruas desertas à noite.)
  • Qual a melhor época para visitar Belgrado? A primavera (maio-junho) e o início do outono (setembro-outubro) são geralmente recomendados. Os verões (julho-agosto) podem ser muito quentes – Belgrado tem uma média de 30 °C em mais de 45 dias por ano, com picos acima de 40 °C. Os invernos (dezembro-fevereiro) são frios, mas não extremos (as temperaturas máximas diárias rondam os 0-5 °C e há queda de neve durante alguns dias). O final da primavera e o início do outono oferecem clima ameno e menos turistas. Os eventos e festivais culturais também atingem o seu auge no final do verão.
  • Posso beber água da torneira em Belgrado? Sim. A água da torneira em Belgrado é geralmente segura para beber. Ela vem principalmente do Danúbio e é tratada de acordo com altos padrões de qualidade. Muitos moradores a consomem regularmente (embora alguns ainda prefiram água engarrafada pelo sabor). Se você tem o estômago sensível, pode ocasionalmente preferir água mineral engarrafada, mas não houve relatos de problemas de saúde pública significativos relacionados à água da torneira.
  • Qual é a moeda utilizada em Belgrado? A moeda oficial da Sérvia é o dinar sérvio (RSD). Você precisará de dinares para a maioria das despesas do dia a dia, já que cartões de crédito não são aceitos em lojas menores ou mercados. Há muitos caixas eletrônicos no centro da cidade. As taxas de câmbio costumam ser melhores nos bancos do que nas casas de câmbio de rua.
  • Existe serviço de Uber em Belgrado? O aplicativo internacional da Uber não está disponível em Belgrado. Em vez disso, os moradores usam aplicativos sérvios de transporte por aplicativo, como o CarGo, ou o serviço de táxi tradicional (que utiliza taxímetro). Os táxis são baratos para os padrões ocidentais, mas certifique-se de que o motorista use o taxímetro ou combine o preço com antecedência. (É aconselhável verificar se o taxímetro está ligado ao entrar no táxi.) A ausência da Uber não prejudicou muito os viajantes, já que tanto táxis oficiais quanto carros de aplicativos de transporte são fáceis de encontrar.
  • Idioma e inglês: O idioma oficial é o sérvio (alfabetos cirílico e latino). No centro da cidade e nas áreas turísticas, muitas pessoas (especialmente as mais jovens) falam inglês razoavelmente bem. Os cardápios e placas dos restaurantes costumam ser bilíngues (sérvio/inglês). Mesmo assim, é apreciado se os visitantes aprenderem algumas frases básicas em sérvio (como obrigado por “obrigado” e Por favor para “por favor/de nada”).
  • Conectividade: O acesso Wi-Fi é amplo (em cafés, hotéis, aeroportos e shoppings). A Sérvia utiliza o padrão elétrico europeu de 220V com tomadas redondas.
  • Orçamento: Belgrado é muito acessível para os padrões ocidentais. Uma refeição em um restaurante de preço médio pode custar entre US$ 10 e US$ 15 por pessoa. A cerveja é barata (cerca de US$ 2 por caneca em um pub). Uma viagem de quatro dias pela cidade (incluindo alimentação, atrações e hospedagem econômica) geralmente pode ser feita por algumas centenas de dólares no total. Tenha dinheiro em espécie à mão para mercados e taxas de entrada.

Características climáticas e sazonais

Belgrado possui um clima continental moderado, caracterizado por quatro estações bem definidas. Os invernos são frios e úmidos (com média de temperatura máxima em janeiro entre 1 e 2 °C), e ocasionalmente ocorre neve fraca. A primavera (março a maio) traz um clima gradualmente mais quente e, frequentemente, a maior quantidade de chuva. Maio, em especial, costuma ser um mês exuberante e verdejante, antes da chegada do calor do verão. Os verões são quentes e, por vezes, abafados: em média, há cerca de 45 dias por ano com temperaturas acima de 30 °C, e o recorde de temperatura máxima de 43,6 °C foi registrado em julho de 2007. As ondas de calor podem tornar julho e agosto desconfortáveis ​​para quem não estiver preparado, por isso é aconselhável levar água e aproveitar as amplas áreas sombreadas dos parques.

O outono (setembro a novembro) esfria rapidamente após agosto, com dias ensolarados e agradáveis ​​no início da estação. A folhagem nos muitos parques de Belgrado pode ficar bastante colorida no final de outubro. No geral, Belgrado recebe cerca de 698 mm de precipitação anual, distribuída de forma bastante uniforme, mas com um pico no final da primavera. O clima favorece o crescimento de árvores de folhas largas na cidade (plátano, carvalho, castanheiro-da-índia), e você verá flores desabrochando e castanhas-da-índia marcando as estações do ano.

Na prática, a primavera e o início do outono oferecem o clima mais agradável para passeios turísticos (quente, mas não muito). As manhãs e noites de verão são ideais para caminhadas à beira do rio ou concertos ao ar livre. Os invernos são curtos e podem ser rigorosos, portanto, se viajar em janeiro ou fevereiro, não se esqueça de levar um casaco para as noites frias (a temperatura pode cair abaixo de 0 °C em muitas noites, e a mínima recorde oficial é de -26,2 °C). Em qualquer estação, porém, um guarda-chuva ou capa de chuva pode ser útil, já que chuvas passageiras ocorrem durante todo o ano.

Herança Esportiva e Atlética

O esporte desempenha um papel fundamental na identidade de Belgrado. A cidade abriga os principais clubes da Sérvia em futebol, basquete e vôlei, com torcidas apaixonadas. No futebol, o Crvena zvezda (Estrela Vermelha de Belgrado) e o Partizan Belgrado estão entre os times mais famosos da era iugoslava (o Estrela Vermelha chegou a conquistar a Copa da Europa em 1991). O basquete também é quase uma religião por aqui. Esses times já revelaram jogadores da NBA e campeões europeus. Outros esportes também prosperam: equipes de vôlei, polo aquático e handebol de Belgrado frequentemente competem em ligas europeias.

Belgrado já sediou importantes competições internacionais. A cidade foi sede do primeiro Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos da FINA, em 1973 – a estreia das competições globais de natação e saltos ornamentais. Também co-organizou algumas partidas de futebol durante a Eurocopa de 1976 (quando a Iugoslávia sediou a fase final). Mais recentemente, Belgrado organizou a Universíada de Verão de 2009 (Jogos Mundiais Universitários) e diversos campeonatos europeus e mundiais em modalidades que vão do caratê ao polo aquático. A maior arena coberta da cidade (Štark Arena) tem capacidade para 20.000 espectadores, o que permite a realização de eventos globais. Em suma, o legado esportivo de Belgrado é forte; assistir a uma partida de basquete ou futebol aqui pode ser como participar de um apaixonado festival nacional.

Fatos Fascinantes Pouco Conhecidos

  • Um dos zoológicos mais antigos da Europa: O Zoológico de Belgrado (Beogradska Zoološka Bašta) é uma joia escondida. Fundado em 1936, é um dos zoológicos mais antigos ainda em funcionamento nesta parte da Europa. Situado em Kalemegdan, abriga mais de 5.000 animais de 450 espécies (de tigres a aves tropicais). Possui até um casal de hipopótamos gigantes, sendo a fêmea, "Zambie", o mascote da cidade. Embora pequeno em comparação com alguns zoológicos de renome mundial, sua continuidade histórica e as belas vistas para o rio fazem com que a visita valha a pena.
  • Máquina Enigma do Museu Militar: Poucos visitantes suspeitam que o Museu de História da Iugoslávia (em Topčider) ou o Museu Militar (em Kalemegdan), em Belgrado, abrigam uma autêntica máquina de criptografia Enigma. Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças nazistas trouxeram uma máquina Enigma com rotores para cá. Desde 1995, ela está em exposição no salão da Segunda Guerra Mundial do Museu Militar – completa com instruções em alemão – uma curiosidade que agrada aos entusiastas da tecnologia.
  • Palácio Real e Cinema de Tito: A residência real (“Beli Dvor”) e o Museu da Iugoslávia abrigam relíquias peculiares. Nas visitas guiadas ao Palácio Real, uma sala exibe o projetor de filmes pessoal do Marechal Tito e sua coleção de filmes – projetores antigos, rolos de filme e até mesmo um cinema particular que ele usava quando estava em Beli Dvor. No Mausoléu de Tito (no antigo cemitério, agora um museu), pode-se ver seu famoso vagão ferroviário “Trem Azul”. Esses são lembretes da história de Belgrado no século XX que a maioria das cidades não possui.
  • Bandeira da Apollo 11: Um fato pouco conhecido sobre museus: Belgrado possui uma das bandeiras que hastearam na missão Apollo 11 à Lua. Era uma bandeira de boa vontade da Iugoslávia (com uma pequena bandeira iugoslava costurada nela). Após o pouso na Lua, ela foi devolvida e agora está em exibição no Museu da Iugoslávia, em Belgrado.
  • Tradição vinícola: Os arredores de Belgrado, especialmente em torno de Čukarica e Ripanj, possuem vinhedos e vinícolas que outrora foram muito importantes para a região. Ainda hoje, pequenos produtores elaboram vinhos brancos e tintos locais. Essa herança rural significa que é comum encontrar vinho sérvio nos cardápios locais – uma grata surpresa, já que a maioria associa o vinho às regiões de Pelješac ou Fruška Gora.
  • Paisagens Invisíveis – Uma Cidade de Camadas: Muitas ruas de Belgrado escondem camadas mais antigas sob elas. Por exemplo, no centro de Skadarlija, algumas lajes de calçada são, na verdade, antigas lápides otomanas colocadas com a face para baixo! Arqueólogos afirmam que existem pelo menos 20 camadas da cidade antiga sob a Belgrado moderna. Caminhar pelas ruas pode ser literalmente uma viagem no tempo – bastante. literalmente, quando por vezes se pisa em calçadas da época romana.

Cada um desses fatos menos conhecidos enriquece a imagem de Belgrado. Eles mostram que, além dos monumentos mais visitados, existem histórias inesperadas em cada esquina. Em suma, Belgrado não é apenas a capital da Sérvia, mas uma cidade repleta de tesouros escondidos e pequenas peculiaridades.

Conclusão: Por que Belgrado é uma das cidades mais fascinantes da Europa

Belgrado é uma cidade de contrastes e continuidades. Sobreviveu a mais batalhas e reconstruções do que quase qualquer outro lugar, mas seu espírito permaneceu intacto. Das suas raízes ancestrais em Vinča ao seu horizonte futurista, Belgrado ensina aos visitantes como um lugar pode mudar drasticamente e ainda assim manter sua essência. A "Cidade Branca" é um estudo de resiliência: cada geração contribuiu para o seu mosaico, seja assentando paralelepípedos ou criando luzes de néon.

A Belgrado de hoje é moderna e acolhedora. Um viajante pode explorar imponentes fortalezas medievais durante o dia e jantar em uma taverna centenária à noite. Pode admirar o maior templo ortodoxo da Europa antes de dançar até o amanhecer em um clube flutuante. Um passeio noturno revela monges ortodoxos, roqueiros punk e empresários compartilhando uma mesa à beira do lago. Os turistas vêm não apenas por seus pontos turísticos — a colossal Igreja de São Sava, a estátua de Victor, a vista para o Danúbio — mas também pelo intangível: pessoas amigáveis, cafés intensos, cafés boêmios e risadas em vielas estreitas.

Em resumo, Belgrado é fascinante porque se recusa a ficar congelada no tempo. Ela exibe sua história abertamente – em sua arquitetura, nos nomes de seus lugares e em seu cotidiano – e, ainda assim, permanece jovem. Sua "brancura" não se resume à pedra de suas muralhas, mas à abertura de seu caráter. Por todas essas razões, Belgrado se destaca como a joia subestimada da Europa, um lugar onde cada visitante pode descobrir algo novo sobre o passado, o presente e até mesmo sobre si mesmo em meio às suas ruas multifacetadas.